Someone's Knocking at the Door
Original:Someone's Knocking at the Door
Ano:2009•País:EUA Direção:Chad Ferrin Roteiro:Chad Ferrin, Roham Ghodsi Produção:Sean Cain, Chad Ferrin, Noah Segan Elenco:Noah Segan, Andrea Rueda, Ezra Buzzington, Elina Madison, Jon Budinoff, Ricardo Gray, Lew Temple, Vernon Wells, Jordan Lawson, Joseph PilatoSean Cain |
Para qualquer fã de filmes de terror, é relativamente fácil reconhecer os elementos tão comuns ao gênero. Cenas escuras, muito sangue, assassinatos, assassinos, mulher nua, vilões e cenários que envolvem casas abandonadas, cemitérios, além de tantos outros lugares sinistros. Os produtores do gênero também parecem reconhecer tais elementos quando decidem lançar novos filmes. No entanto, infelizmente também é bastante comum perceber que alguns destes executivos conseguem se lembrar de todas essas características, mas acabam esquecendo o que deveria ser considerado principal não apenas no gênero terror, mas em qualquer filme: um bom roteiro. Criar uma trama que consiga ir além apenas do trivial banho de sangue muitas vezes parece ser quase uma missão impossível. O curioso é que alguns destes produtores conseguem chegar quase lá.
A produção norte-americana Someone’s Knocking at the Door é um perfeito exemplo de produção que utiliza todos os elementos citados acima, trabalha com uma trama diferente, mas que poderia ter ido muito mais além se tivesse trabalhado mais na construção do roteiro. A história é sobre um grupo de estudantes de medicina viciados em drogas. Uma bela noite, um destes jovens acorda com alguém batendo na sua porta. Ao abrir, ele encontra a bela Wilma Hopper (Elina Madison) nua e sedenta por sexo. Mas durante o ato, o rapaz percebe, tarde demais, que está transando com John Hopper (Ezra Buzzington), que acaba estuprando-o até a morte.
Começam então as investigações da polícia para encontrar ao autor da atrocidade. Ao mesmo tempo, os demais amigos passam a terem alucinações e serem perseguidos pelo casal Hooper, que ficou conhecido por estuprar suas vítimas até matá-las durante a década de 1970. Mas isso aconteceu há mais de 30 anos.
Someone’s Knocking at the Door é o típico filme que consegue provocar repulsa por algumas das suas cenas, especialmente aquelas envolvendo drogas. O diretor Chad Ferrin, que também assina o roteiro, ainda utilizou elementos de filmes de terror da década de 1970, criando um estilo semelhante com as produções de baixo orçamento e que abusavam de sangue em excesso e muita maquiagem. Qual é o problema então com Someone’s Knocking at the Door?
Apesar da mistura sexo + assassinato funcionar, o filme na verdade é apenas uma coleção de cenas narrando as alucinações dos amigos e os ataques do casal de estupradores. Além dos momentos triviais e das inevitáveis cenas envolvendo drogas, fica a pergunta por que o diretor não foi além do trivial já que ele parecia ter todos os elementos para seguir adiante. É uma pena já que durante os primeiros 10 minutos de projeção, é possível acreditar que Someone’s Knocking at the Door vá conseguir desenvolver uma boa trama. O diretor Chad Ferrin ainda tentou criar algumas sequências utilizando truques de edição para ilustrar as alucinações, mas nada que já não tenha sido visto antes.
De destaque, temos algumas cenas que acabam funcionando por serem exageradas, como quando uma das garotas é atacada por um estuprador obeso, nu e com um pênis gigante. E tudo é mostrado. São momentos como estes que deixam claro que o diretor acertou em alguns momentos, mas simplesmente não foi adiante em tantos outros pontos do filme.
A ideia que fica é que os envolvidos no filme pareciam ter conhecimento de que estavam com uma boa trama nas mãos, mas infelizmente não decidiram ousar mais. No entanto, as mortes formam um emaranhado sanguinolento, mas que carece de um tratamento melhor no roteiro.
Ao final, mais uma vez temos a certeza de que os elementos tão comuns ao gênero sempre funcionam, mas que uma boa história para ser contada precisa realmente ter um roteiro seguro e bem estruturado. Isso não significa que tudo precisa ser explicado, mas a intenção que se fica é que Ferrin ficou na dúvida entre ousar ou contar a mesma história que todo mundo já conhece. Em alguns momentos, ele consegue nos surpreender. Em outros, temos um pouco daquilo que já conhecemos e que todo mundo faz igual. Ficou a boa intenção.
parece interessante.