4.4
(5)
Killer Joe (2011)
Você sabe para que serve uma coxa de galinha?
Killer Joe - Matador de Aluguel
Original:Killer Joe
Ano:2011•País:EUA
Direção:William Friedkin
Roteiro:Tracy Letts
Produção:Nicolas Chartier, Scott Einbinder
Elenco:Matthew McConaughey, Emile Hirsch, Juno Temple, Thomas Haden Church, Gina Gershon, Marc Macaulay, Gralen Bryant Banks, Danny Epper

Já comentei em outras críticas sobre a maldade humana – me interesso muito por filmes que exploram essa característica de uma raça que diz ser racional e não canso de me surpreender com os níveis em que ela possa alcançar. Killer Joe é um filme incômodo, com personagens tão miseráveis e sem escrúpulos, capazes de cometer as piores traições em benefício próprio. Willian Friedkin (O Exorcista) volta a trabalhar com Tracy Letts, criador da peça homônima, pois já haviam realizado o interessante Possuídos.

Chris (Emily Hirsch), um traficante meia boca, endividado e jurado de morte, propõe a seu pai (Thomas Haden) que contratem um matador de aluguel para assassinar sua mãe, e assim receber o dinheiro do seguro, cuja beneficiária é sua jovem irmã Dottie (Juno Temple). Em contato com o tal assassino Joe (Matthew McConaughey), e sem a grana na mão, resta a Chris e seu pai aceitar que Dottie entre na negociação como uma garantia sexual, até que o serviço seja executado, e recebam assim o dinheiro que resolveria a vida de todos os envolvidos.

O roteiro ataca o espectador com situações desconfortantes. Friedkin soube trabalhar bem estas cenas – a decisão de Chris ao entregar sua irmã a Joe, mesmo sendo a figura do irmão protetor sem hesitar em fazer isso; em outro momento, o segundo encontro entre Joe e Dottie, que reluta no início, mas acaba se entregando ao assassino, não sabemos se para ajudar o irmão, ou se a mesma cai na sua sedução. MacConaughey tem a melhor atuação de sua carreira. Marcado por comédias românticas, constrói aqui um personagem perturbador, sem limites nem escrúpulos, mas inteligente o suficiente para descobrir toda a burrada de Chris e seu pai. Outro destaque do longa fica para Juno Temple, que interpreta a frágil e estranha Dottie, parte dessa estranheza marcada por uma família desestruturada.

Killer Joe (2011) (2)

A sequência final é a mais perturbadora: um jantar de família, onde todos os personagens na trama têm seus segredos revelados; com uma estranha e incômoda cena onde a Madrasta (Gina Greshon) participa de uma punição, envolvendo uma coxa de galinha (?); mesmo diante de todas as revelações, as atitudes de cada personagem são as mais covardes possíveis. Willian Friendkin traz um excelente filme sobre a natureza humana, em que as atitudes deturpadas não justificam os fins. Um dos melhores trabalhos do diretor! Se vai concorrer a alguma premiação? Provavelmente não, pelo teor pesado da trama. Uma injustiça, até mesmo para Matthew MacConaughey, que se entregou ao papel do psicótico Killer Joe Cooper.

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Média da classificação 4.4 / 5. Número de votos: 5

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5 Comentários

      1. As desventuras de uma família pobre, desestruturada e sem perspectivas. Em alguns momentos escorrega para a comédia, passando longe de um dramalhão e mais distante ainda do gênero terror. Não assisto filmes românticos, mas discordo quanto a MacConaughey ter feito uma interpretação destacada, porém acho que sua atuação não compromete. No cômputo geral o filme é bom, sem ser uma maravilha.

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