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Cockneys vs Zombies
Original:Cockneys vs Zombies
Ano:2012•País:UK
Direção:Matthias Hoene
Roteiro:James Moran e Lucas Roche
Produção:James Harris e Mark Lane
Elenco:Alan Ford, Ashley Bashy Thomas, Dudley Sutton, Georgia King, Harry Treadaway, Honor Blackman, Jack Doolan, Michelle Ryan, Rasmus Hardiker e Tony Gardner

Dentro do gênero que chamamos vulgarmente de horror, é evidente que o tema mortos-vivos é, há muito tempo, o mais explorado. Todos os anos são centenas de lançamentos de baixo orçamento que se aproveitam de roteiros genéricos já prontos e da facilidade de produção. Entre uma maioria de qualidade um tanto questionável, alguns exemplares se destacam, como o inusitado Cockneys vs Zombies (2012).

Fatalmente, a primeira pergunta que deve passar pela cabeça do infernauta, ao ler esta breve crítica, é: o que diabos quer dizer Cockney? Segundo reza o google, os cockneys seriam os moradores de uma determinada região londrina, cuja a fama são de durões e trabalhadores – só para ilustrar, o termo Laranja Mecânica (Clockwork Orange) é uma antiga gíria utilizada pelos cockneys, cujo significado é algo como como desajustado ou delinquente.

Cockneys vs Zombies é dirigido pelo novato Matthias Hoene, e assim como o compatriota Shaun Of The Dead (2004), consegue, ao adicionar o sempre refinado humor inglês, parodiar sem vulgarizar o já desgastado subgênero zumbis; fato que por si só já o faz merecedor de nosso respeito.

No roteiro escrito por James Moran (Mutilados, 2006) e Lucas Roche, um grupo de jovens coloca em ação um desastrado plano para assaltar uma agência bancária em Londres – os motivos são nobres: eles precisam do dinheiro para evitar que o asilo onde vive o avô de dois deles seja demolido e dê lugar a um gigantesco empreendimento imobiliário. O inesperado acontece quando o assalto – que tinha tudo para acabar muito mal – é interrompido por um verdadeiro apocalipse zumbi. Com milhões de libras numa bolsa e dois reféns, o grupo precisa cruzar uma cidade tomada por mortos-vivos e chegar até o asilo onde vive o avô linha dura veterano de guerra.

Inicialmente, a ação se divide em dois blocos: o primeiro focando o grupo de jovens após o assalto e o segundo a resistência dos velhinhos para protegerem-se no asilo – este último é o que rende os melhores diálogos e uma das cenas mais hilárias da história do cinema envolvendo um zumbi: a fuga “desesperada” em que um velhinho e seu andador são perseguidos por uma dezena de mortos-vivos movendo-se na velocidade “romero”.

Em um dos bons diálogos, dois carismáticos idosos discutem o que seriam as criaturas que estão atacando o asilo:

“-Que diabos eles são?

– É óbvio. São vampiros. O que precisamos é de crucifixos, prata, alho, água benta e Christopher Lee.”

Outro momento marcante é a fuga dos protagonistas após resgatar os velhinhos do asilo: eles utilizam um antigo ônibus vermelho de dois andares, veículo clássico que durante muito tempo foi um símbolo de Londres.

Do elenco competente, destaca-se o grupo de veteranos, liderado pelo vovô casca grossa interpretado por Alan Ford (provavelmente ninguém vai lembrar, mas o ator fez uma ponta em Um Lobisomem Americano Em Londres, como um motorista de táxi). Também marcam presença as beldades Georgia King e Michelle Ryan (a Nimueh, da série As Aventuras de Merlin).

Contudo, infelizmente para os fãs mais tradicionais, apesar de algumas tripas e queixos arrancados, a maquiagem não é o ponto alto do filme e a caracterização dos zumbis fica em segundo plano, ou seja, não vemos em Cockneys vs Zombies aquele capricho quase sempre presente nas produções mais antigas do gênero, cujas criaturas eram, na maioria das vezes, o maior atrativo da produção.

No geral, Cockney vs Zombies tem uma produção de primeiríssima qualidade, apesar do baixo orçamento. Mas não bastaram as primeiras críticas favoráveis e a aceitação do público; o longa-metragem acabou enfrentando problemas na distribuição e perambulando sem um destino certo por uma dezena de festivais ao redor do mundo, para finalmente estrear em Setembro de 2012 em apenas 10 salas britânicas.

Enfim, se você procura uma produção para não se levar muito a sério (esqueça as críticas sociais profundas – o máximo do “engajamento” que você vai encontrar por aqui é uma crítica implícita ao modo como a sociedade trata os mais velhos), Cockneys vs Zombies pode surpreender como uma eficiente autoparódia, regida por um humor negro e inteligente. Mantenha suas expectativas sob controle e terá nas mãos uma diversão despretensiosa, rápida e passageira.

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1 comentário

  1. comecei a assisti esse filme ,mas deu preguiça de terminar,que sabe um dia…….

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