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The Bay (2012)
A câmera irá sangrar…
The Bay
Original:The Bay
Ano:2012•País:EUA
Direção:Barry Levinson
Roteiro:Barry Levinson, Michael Wallach,
Produção:Jason Blum, Barry Levinson, Oren Peli, Steven Schneider
Elenco:Kristen Connolly, Kether Donohue, Will Rogers, Christopher Denham, Jane McNeill, Andy Stahl, Anthony Reynolds, Tim Parati, Michael Beasley, Justin Welborn, Lauren Cohn, Stacy Rabon

Que o subgênero found footage já está desgastado, todo mundo já sabe! Até mesmo a franquia Rec resolveu literalmente chutar a câmera em primeira pessoa e abandonar o estilo em seu terceiro exemplar, mas ainda há muitos longas sendo realizados por aí, talvez pelo baixo custo e bom rendimento ou pela facilidade em filmar e produzir. Na maioria dos casos, o resultado é risível, chato e lento, com os cineastas insistindo na fórmula: fitas foram encontradas…não houve edição…nada acontece até o último ato, quando todos morrem. Entre tantas tranqueiras, vez ou outra surge um trabalho digno de nota e passível de ser recomendado como algumas histórias da antologia V/H/S e o recente The Bay.

Produzido pela Automatik Entertainment (A Entidade e Lords of Salem) e Hydraulx (A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2, O Final, Looper: Assassinos do Futuro, Os Vingadores…), o filme de Barry Levinson (Fora de Controle, Vida Bandida, Esfera, Rain Man…) conseguiu lançamento pelo mundo todo com o apoio de diversas distribuidoras, incluindo a LionsGate, levando-o aos cinemas americanos no começo de novembro, depois de passagens pelo New York Film Festival e Toronto International Film Festival, arrecadando algumas boas críticas. Se isso já não é motivo suficiente para atiçar a curiosidade do público, vamos tentar analisar seu conteúdo.

The Bay segue o estilo falso documentário – que poderia facilmente enganar o espectador se passasse em canais sérios como o History Channel – para contar uma epidemia mortal que acometeu a pequena cidade portuária de Chesapeake, em Maryland, depois que um acidente ecológico atingiu a água. Parece que houve o despejo irregular de fezes de frango no local, somado a uma vazamento nuclear ocorrido no início da década passada…ou sei lá. O problema é que essa soma criou um parasita que, após uma ingestão ou contato físico, cresce rapidamente no interior do corpo humano se alimentando dos órgãos e da língua. Assim, o que começa com o aparecimento de algumas bolhas na pele, culmina com vômitos, sangramento intenso até a implosão do corpo, quando a pequena criatura elimina o seu hospedeiro.

Diferente de outras inúmeras produções do estilo, The Bay não perde tempo com apresentação de personagens ou enrolação, já colocando as futuras vítimas em contato com o ágil inimigo em pleno feriado da Independência Americana, em 4 de julho, de 2009. A narração acontece através da repórter Donna Thompson (Kether Donohue), que dedicou vários anos para conseguir coletar o material de filmagem para divulgação já que as autoridades públicas tentaram abafar o terrível acontecimento. Enquanto fazia uma reportagem no local, ela testemunhou situações estranhas envolvendo corpos abertos – inicialmente confundidos com mordidas de tubarão – e as feridas que surgiam na população, entre gritos de dor e insanidade.

Apesar da narração da repórter, são exibidas diversas fontes de filmagem, como carros de polícia, câmeras de hospital e da rua e gravações amadoras. Levinson não poupa o espectador das cenas mais nojentas e grotescas, despejando vísceras, cadáveres deformados e muito sangue, transformando seu filme numa versão em documentário de Cabana do Inferno, de Eli Roth, ou Combustão Espontânea, de Tobe Hooper. No entanto, os momentos mais arrepiantes são aqueles que trazem o desespero das vítimas, entre gritos e sons inaudíveis, devido a ausência da língua, num festival de gemidos de dor que antecipam a morte sangrenta dos moradores da região.

The Bay (2012) (2)

Seria muito fácil para o roteirista Michael Wallach, em seu trabalho de estreia, acrescentar zumbis ou alguma doença que causasse a loucura apenas, mas em The Bay, com o apoio de Oren Peli e Jason Blum (de Atividade Paranormal e Sobrenatural), ele foi muito mais produtivo ao tratar de temas ainda não usados no subgênero found footage: contaminação, desespero e epidemia. Surpreendendo sempre o espectador com situações isoladas e também ao acrescentar uma pequena história envolvendo um casal (com Kristen Connolly, de O Segredo da Cabana e Fim dos Tempos) e seu bebê, dirigindo-se para o local, ele dá dinâmica à produção e boas doses de suspense. É impossível não se preocupar com o destino daquelas pessoas e tentar se colocar num pesadelo parecido, em episódios similares ocorridos pelo mundo.

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21 Comentários

  1. Excelente filme e merece ser visto.

    Um filme tenso com um ótimo roteiro, bem produzido e dirigido.

    Merece ser visto. Recomendado.

  2. Nossa, achei muito ruim! O mais assustador nesse filme é saber que foi dirigido pelo Barry Levinson, rs.

  3. Adorei o filme! Diferente de tudo o que eu já vi. Entretanto seria melhor se as pessoas infectadas atacassem, daria mais emoção ao filme. Mas como eu disse antes é diferente de tudo, porque a maioria dos filmes que tem haver com contaminações, epidemias ou parasitas as pessoas costumam atacar como zumbis. Mas eu gostei do filme me prendeu do começo ao fim.

  4. Ótimo filme. Difere de muitos foods lançados hoje e tem um toque bem realístico.

  5. Acho q o mais sinistro desse filme é q o parasita realmente existe, tá q no filme ele ta no modo hard, mas sei lá né, vai q … =/..medo.
    Tipo, eu gostei, e realmente já estava esperando o povo contaminado atacar as pessoas, foi diferente nesse aspecto e “inovador” até, mas talvez se houvesse isso, o filme teria mais emoção, pq eu curti, mas acho q faltou algo. =/²

  6. O parasita realmente existe. Contamina peixes. procurem no google. Filme muito bom, conseguiu um pouco de originalidade num gênero tão batido.

  7. Será que tem planos de estrear no Brasil?
    Já tenho medo do titulo que ele poderia ter aqui!!!
    Distribuidoras eu sugiro “O PARASITA’

    1. Ou “Infecção” ou “Viral” ou “Quarentena Total”… Kkkkkkk muito clichê, a cara da PlayArte

  8. Achei legal!!! É um estilo já rebatido, mas novo no tema, pois aborda uma visão mais política dos eventos e é bem realista!!!!

  9. Eu paguei minha língua com esse… É um ótimo filme.

  10. Não posso ter assistido ao mesmo filme, pois essa produção é péssima. Mas gosto é gosto.

  11. Gostei desse filme. É realmente diferente do que vem sendo produzido nesse subgênero.

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