4.1
(12)

Carrie 2 (1999)

Carrie 2: A Maldição de Carrie
Original:The Rage: Carrie 2
Ano:1999•País:EUA
Direção:Katt Shea
Roteiro:Stephen King, Rafael Moreu
Produção:Paul Monash
Elenco:Emily Bergl, Jason London, Dylan Bruno, J. Smith-Cameron, Amy Irving, Zachery Ty Bryan, John Doe, Gordon Clapp, Rachel Blanchard, Charlotte Ayanna, Justin Urich, Mena Suvari, Eli Craig

Talvez fosse mais justo se o título fosse Carrie 2 – A Maldição de Stephen King. O Mestre do Horror Contemporâneo é um dos mais populares escritores do gênero fantástico, com obras traduzidas em diversos países, mas sofre com as adaptações para o cinema de seus livros e, principalmente, com as continuações ruins. Ao mesmo tempo em que é considerado uma mente criativa no estilo, ele também inspira remakes desnecessários e sequências que se aproveitam de seu rótulo para atrair público. Pode-se exemplificar com a gigantesca franquia Colheita Maldita e seus oito filmes e um remake, além de Cemitério Maldito 2, Vingança em Chamas (continuação de Chamas da Vingança), a série O Vidente (baseado em A Hora da Zona Morta), a franquia Às Vezes Eles Voltam, entre outros. Nem mesmo seu trabalho de estreia nas telas conseguiu escapar da falta de criatividade de Hollywood.

Carrie 2 começou a ser desenvolvido em 1996. Baseado num episódio real envolvendo um grupo de atletas de uma escola da Califórnia que, em 1993, costumava pontuar as relações sexuais de seus membros – e ocasionou diversos escândalos na época -, o longa, desde o ínicio da pré-produção, contava com Emily Bergl e tinha o título provisório de Carrie 2: Say You’re Sorry. Dois anos se passaram até que Robert Mandel foi demitido da direção por diferenças criativas e Katt Shea assumiu às vésperas das filmagens. Para atrair mais méritos à produção, Amy Irving foi sondada para repetir seu papel como Sue Snell, mas só aceitou depois de uma autorização de Brian De Palma, diretor do original de 1976. Faltava apenas a liberação de imagens de arquivo de Sissy Spacek, algo que foi permitido depois da atriz assistir a algumas cenas da continuação.

Com um orçamento estimado em 21 milhões, o filme chegou aos cinemas em 1999 com a possibilidade de realização de uma franquia com mais informações sobre o pai de Carrie, porém falhou consideravelmente nas bilheterias, alcançando apenas 17 e acumulando críticas negativas. O fracasso não foi um acaso: apesar da boa produção e algumas boas ideias, Carrie 2 está mais para um remake disfarçado do que uma continuação, já que o conteúdo pouco evolui em relação ao original. Basicamente, o enredo se desenvolve de um modo bastante óbvio: 1) apresentação de uma personagem com dificuldade de se socializar; 2) alegria momentânea com uma conquista; 3) tragédia, com a morte de várias pessoas, incluindo inocentes.

Tem início com a protagonista Rachel na infância enfrentando a loucura de sua mãe Barbara (J. Smith-Cameron, de À Beira do Abismo), que pinta as paredes de vermelho para afastar os demônios que parecem querer possuir sua filha. A pequena já demonstra sinais de seus poderes ao bater portas e janelas, antes de ser resgatada por autoridades, e culminar com a prisão de sua mãe numa instituição mental. Na adolescência, Rachel (Emily Bergl) vive com pais adotivos e tem na amiga Lisa (Mena Suvari, de Beleza Americana) uma grande confidente. Lisa conta a Rachel que perdeu a virgindade para o popular jogador de futebol americano Eric (Zachery Ty Bryan, de Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio) e, horas depois, suicida-se na própria escola ao se atirar da parte mais alta do edifício, numa cena bem realizada.

Carrie 2 (1999) (2)

Aos poucos Rachel descobre que a morte da amiga está relacionada a uma brincadeira dos rapazes da escola, com pontuação a cada conquista. Ela passa a ser odiada pelos meninos quando insinua que irá denunciar Eric por uma foto comprometedora, podendo prejudicá-lo em sua carreira no esporte. Enquanto isso, a conselheira escolar Sue (Amy Irving, de O Amigo Oculto) percebe a capacidade telecinética de Rachel e, com base no pesadelo vivido com Carrie no passado, resolve procurar a mãe verdadeira da garota no hospício Arkham – uma referência a obra de H.P.Lovecraft -, para encontrar a relação entre os casos. Para completar as peças do tabuleiro, o cachorro de Rachel é atropelado por um caminhão com porcos – referência ao original – e resgatado por Jesse (Jason London, de Área 51), um dos jogadores da escola. Aos poucos Rachel inicia uma relação com o rapaz, sem saber que os demais jovens pretendem humilhá-la numa festa que acontecerá após um jogo importante.

Não é difícil notar semelhanças entre o original e essa continuação. O roteiro preguiçoso de Rafael Moreu, em seu segundo e último trabalho como escritor, simplesmente substitui o sangue de porco por uma fita de vídeo e a festa de formatura por uma comemoração num casarão. Até mesmo as mortes no final são parecidas, assim como a expressão de Rachel é bastante similar a de Carrie, com o olhar arregalado e as mãos esticadas. Além disso, incomoda uma referência imbecil ao filme Pânico, de Wes Craven, numa cena em que os rapazes tentam assustar Rachel em sua morada, telefonando e questionando qual seria seu filme de terror favorito.

Por outro lado, é visualmente interessante o uso da tatuagem-viva, com o caule da rosa se espalhando pelo seu corpo, no momento da fúria de Rachel. Algumas mortes são bem feitas, como a de duas pessoas empaladas numa porta e outra que tem os olhos estourados pelas lentes do óculos, embora seja exagerada a capacidade da garota de lutar com um dos jogadores na piscina, sendo que seu poder é apenas mental e não físico. Excluindo o último ato, o que sobra é um filme simples de vingança, com boas atuações e trilha sonora. Não é o suficiente para garantir uma boa avaliação, principalmente se o espectador esperar uma relação com o livro ou com o filme de 1976.

Com características que o assemelham a um horror teen, em vigência no período, Carrie 2 se distancia bastante das qualidades do texto original, culminando numa produção sem surpresas, com adolescentes acéfalos e um amor pouco convincente. Para aqueles que não conhecem o filme de Brian De Palma pode até ser que ache interessante o massacre de jovens no final, já os demais não verão motivos para recomendá-lo.

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Média da classificação 4.1 / 5. Número de votos: 12

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7 Comentários

  1. Eu gosto desse filme queria acha-ló em torrent nunca acho.

    1. Acabei de assistir o clássico original e essa “continuação” de novo e com o tempo fica mais claro como esse filme é infinitamente inferior ao primeiro!!!

  2. Eu achei as diferenças para um remeke de 21 milhões bastantes grandes em comparação com outras continuações de outras franquias na mesma decada de 90… Ok, é inegavel que é bem inferior ao original, mas individualmente, eu gosto bastante desse filme, a morte do oculos é minha favorita, valeu o filme.

  3. Descordo ! Eu assisti e adorei o filme, achei super interessante, bem feito,e o roteiro muito bem bolado !! Se o filme é uma continuação,naturalmente ela tem que sofrer das mesmas coisas que sua mãe sofria.. Trocar a festa de formaura,pr uma festa em uma mansão,foi muito bem pensado, e o sangue pela fita de vídeo,foi uma tacada de mestre…afinal de contas estamos falando de uma continuação e não de um filme novo….

  4. Sem dúvida um filme fraco, sem atrativos e repleto de defeitos. A começar por Emily Bergl, que não convence em nenhum momento como Rachel, que parece mais uma adolescente qualquer…
    A historia da relação entre ela e Carrie é simplesmente confusa e mal explicada…
    É uma pena ver alguém tão talentosa como Amy Irving repetindo – ou tentando repetir – um papel que interpretou muito bem em um clássico de forma tão forçada e sem gosto… inclusive, sofrendo uma morte ridicula, mas obvia… Felizmente, ela se saiu melhor em “Bossa Nova”, um ano depois…
    O filme tem apenas um atrativo, que surge na tela por meros segundos, mas vale a pena…
    O massacre final está mais pra cena de slasher malfeito… não acontece nada – nada – de impressionante na sequencia inteira, e ainda há uma piada infame…
    E o fim, não há palavras pra descrever o quanto é ruim – puxando mais para uma história de amor…
    Enfim, “THE RAGE” está mais para uma história de amor com toques trágicos – bota TRÁGICOS nisso!!!!!
    Um filme completamente dispensável, que nem merecia ter o nome “CARRIE” em seu título, muito menos clipes do Clássico de Brian De Palma, e Amy Irving “revivendo” Sue Snell.
    DISPENSÁVEL!!!!!!!!!!!!

  5. é um filme descartável mas eu gosto,me julguem………….

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