Sob a Pele
Original:Under the Skin
Ano:2013•País:UK Direção:Jonathan Glazer Roteiro:Walter Campbell, Michel Faber, Jonathan Glazer Produção:Nick Wechsler, James Wilson Elenco:Scarlett Johansson, Jeremy McWilliams, Lynsey Taylor Mackay, Dougie McConnell, Kevin McAlinden, D. Meade, Andrew Gorman, Paul Brannigan |
No livro Sob a Pele, de Michel Faber (2000), que serve de inspiração a este filme, uma alienígena vem a Terra para caçar homens cuja carne, que está “sob a pele“, servirá como iguaria (vodsel) em seu planeta. Na obra original, Faber procura criticar a indústria produtora de carne e outros tipos de negócio. Jonathan Glazer, vindo de um longo hiato após o polêmico Reencarnação (2004, com Nicole Kidman), finalmente volta à direção em um projeto com o qual vinha sonhando há anos. No filme, embora a premissa se iguale com a obra que lhe serviu de base, temos uma ambição muito diferente, que se utiliza de um conteúdo altamente imagético e fraco em diálogos, para sugerir e incitar reflexões sobre as relações humanas, as aparências, a sexualidade e o sentido de ser humano.
Portanto, pode-se dizer que Glazer trocou uma metáfora por outra (ou várias outras), e sua abordagem transforma Sob a Pele em uma experiência única para quem a assiste, gostando ou não ao final da sessão. Ao investir, por exemplo, em diálogos raros e casuais, alguns dos quais gerados por improviso, o diretor se aproxima ao mesmo tempo, de um cinema mais puro, ao priorizar quase apenas imagem e movimento, e também de um cinema documental, realista, ao incluir câmeras escondidas e planos pouco ortodoxos no cinema convencional.
Leva algum tempo para nos acostumarmos com o estilo do filme, que leva um longo tempo entre uma cena estática e outra (às vezes, mesmo entre um plano e outro). Mas com o passar do tempo isso não é mais um problema, e passamos a acompanhar com interesse e curiosidade a jornada de uma alienígena (Scarlett Johansson) que, misteriosamente resguardada por um motoqueiro ao longo do filme, percorre em sua van as isoladas planícies escocesas (ótima escolha de locação) em busca de homens solitários que sofrem um destino agoniante e nada agradável após aceitarem a carona e entrarem no casebre da alienígena, afundando em uma espécie de lagoa espessa e metafórica, para a escuridão.
Utilizando imagens aparentemente aleatórias e desconexas no primeiro ato do filme, Glazer acaba nos apresentando como se nós mesmos fôssemos a alienígena que aprende a conviver nesse mundo, e é interessante quando, a partir de eventos específicos (o choro de um bebê e o encontro com um homem desfigurado), a protagonista começa a mudar, se humanizando, e passa de algoz a vítima, de observadora a observada. Repare como ela se reserva mais, não conduzindo os poucos diálogos que tem, mas sendo agora conduzida. São também interessantes várias pistas visuais dadas pelo diretor Glazer ao longo da trama, como por exemplo, como a alien passa a observar mulheres de sua van, em vez de homens, em dado instante do filme, como se passasse a querer exemplos para se humanizar em vez de apenas mirar em potenciais presas. Observando essas cenas, percebe-se que não há sequer um plano ou cena gratuitos na obra, e em vários momentos, Glazer e seu parceiro habitual, o diretor de fotografia Daniel Landin, transformam imagens em símbolos, como perto da sequência final, quando pinheiros revoltos de uma floresta filmada de cima indicam uma grande perturbação à calmaria que se instala quando nossa visitante dorme em uma cabana no meio da mata.
Assim, uma das coisas mais interessantes no filme é a perfeita harmonia entre os artistas que compõe a obra. Mica Levi, estreante no cinema, nos envolve com sua trilha sonora sombria e enervante, combinando perfeitamente com o clima do filme as cenas de assassinato, mas repare como a partir das mudanças ocorridas na protagonista a trilha também muda; antes robótica e eletrônica, passa a soar mais melódica e humana. Somada a música, temos mais uma vez a fotografia de Landin que aposta frequentemente em jogos de luzes entre fundos completamente brancos e completamente negros, além do dramático desfecho que parece criar uma angústia claustrofóbica causada pelas árvores no meio da mata. Não pretendo revelar mais do que isso, mas o fato é que independente de sua avaliação do filme, é impossível ficar passivo à experiência visual arrebatadora que é Sob a Pele.
Talvez seja uma obra de “ame ou odeie”! E se for, bom estou na segunda parte rs
Muito bom!
Concordo ainda mais com o “amo ou odeie”.
Pena que, ao que parece, a maioria se encaixou no segundo.
NADA de previsível só o detalhe da a ET usar a pele da bela, simples, fria e hipnotizante Terráquea. Nem o mais feioso e desesperado para se esconder do mundo resistiu ao “olha pra mim”.
Que peito caído o da atriz. O roteiro do filme parece bom!!!!!!
peito caido que é bom
Nunca vi este filme mais acho que não é tanto assim pra 5 caveiras .
Talvez Lucas, mas recomendo que veja, pelo que percebi observando a reação e os comentários das pessoas que já viram o filme, a obra é mais uma daquelas “ame ou odeie”. Bom, não preciso nem dizer que eu sou um dos que amou rsrs
Abraço
essa é a primeira crítica que fala bem desse filme,nos outros sites todo mundo tá falando mal,mesmo assim estou muito curiosa pra ver esse filme.