Satã (2006)

3.4
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Satã (2006) (1)

Satã
Original:Sheitan
Ano:2006•País:França
Direção:Kim Chapiron
Roteiro:Christian Chapiron, Kim Chapiron
Produção:Vincent Cassel, Kim Chapiron, Éric Névé
Elenco:Vincent Cassel, Olivier Barthelemy, Roxane Mesquida, Nico Le Phat Tan, Leïla Bekhti, Ladj Ly, Julie-Marie Parmentier, Monica Bellucci

No início dos anos 2000, emergiram no cinema francês uma leva de filmes violentos e perturbadores (visualmente ou não) com novos diretores e outros já consagrados fazendo parte então do “New French Extremity”, termo utilizado para denominar essa onda. Não pode ser considerado um movimento organizado, como o Dogma 95, mas foi uma maneira de destacar esses filmes polêmicos. Durante o ano de 2015 vou falar sobre alguns destes – nem todos são do gênero de horror, muitos são dramas e carregam uma áurea cult, mas nem por isso deixam de ser extremos e incômodos.

Satã foi o primeiro filme que vi que faz parte dessa leva. O longa foi lançado pela Kourtrajmé, produtora voltada para filmes independentes, onde o próprio diretor Kim Chapiron foi um dos criadores. Algumas celebridades apoiaram a produtora, entre elas Vincent Cassel, que, além de assinar a produção, também faz parte do elenco.

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Na história, um grupo de amigos, após uma noitada, resolve ir para uma isolada casa de campo (de um dos jovens). São recepcionados pelo caseiro Joseph (Vincent Cassel), um tipo caipira rude, de certa forma simpático, mas ao mesmo tempo um pouco assustador, deixando os jovens com o pé atrás.

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O roteiro não tem nada inovador, apenas um grupo de amigos, procurando sexo, drogas e diversão, que acaba em uma furada ao ir para um lugar isolado. A direção/edição tem todos os clichês de filmes independentes – movimentos trêmulos de câmeras, cortes rápidos, entre outros. Kim Shapiron consegue, mesmo com limitações, conduzir bem o filme, criando um clima tenso, até seu violento clímax.

No elenco, o destaque fica mesmo para Vincent Cassel, como o rude caseiro que se transforma no demônio em pessoa. E também se destaca o papel da estranha esposa de Joseph, também de Cassel. Monica Belluci faz uma aparição irrelevante. O restante do elenco é fraco, formado talvez por atores iniciantes, talvez até amigos do diretor – alguns deles são, de certa forma, irritantes.

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Os méritos do filme ficam com as aparições de Joseph e com as sequências mais violentas, principalmente nos 20 minutos finais, que valem toda a projeção. O resultado é satisfatório por se tratar de um filme de poucos recursos, que acabou pegando carona com outras produções européias do gênero, como Abismo do Medo e Alta Tensão – e acabou se destacando, já que o cinema americano se limitava a franquia Jogos Mortais e fracos remakes. Satã é um bom representante do New French Extremity, mesmo com suas irregularidades.

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Ivo Costa

Cineasta formado pela Escola Livre de Cinema, dirigiu os curtas “Sexta-feira da Paixão”, “O Presente de Camila”, “Influência” e “Com Teu Sangue Pagará. Produziu o curta ‘Vem Brincar Comigo’. Atualmente é crítico no site Boca do Inferno e professor do Curso Cinema de Horror, da Escola Livre de Cinema. Fez parte do Júri Popular do Festival Cinefantasy em 2011, Júri Oficial do Festival  Boca do Inferno 2017, Juri Oficial da Mostra Espanha Fantástica no Cinefantasy 2020.  Realizou a curadoria da Mostra Amador do Cinefantasy 2019 e do Festival Boca do Inferno 2019.

2 thoughts on “Satã (2006)

  • 24/08/2017 em 10:53
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    Gostei por causa do humor negro e da interpretação do Vincent Cassel.

    Resposta
  • 01/02/2015 em 17:02
    Permalink

    Eu detestei esse filme, nem sabia que ele fazia parte da safra dos ”New French Extremity” de tão pavoroso de lerdo que ele era.Tá mais para um filme de humor(muito humor) negro do que horror.O final é a única coisa que se safa, na minha opinião, e mesmo assim não vale a atenção.

    Resposta

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