Tokyo Gore Police (2008)

3.5
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Tokyo Gore Police (2008) (7)

Tokyo Gore Police
Original:Tôkyô zankoku keisatsu
Ano:2008•País:EUA, Japão
Direção:Yoshihiro Nishimura
Roteiro:Kengo Kaji, Maki Mizui
Produção:Yoshinori Chiba, Yoko Hayama, Satoshi Nakamura
Elenco:Eihi Shiina, Itsuji Itao, Yukihide Benny, Jiji Bû, Ikuko Sawada, Cay Izumi, Mame Yamada, Ayano Yamamoto, Akane Akanezawa

Tokyo Gore Police (Tôkyô zankoku keisatsu) é um filme que você PRECISA ver. Baixe pela internet, importe o DVD, faça uma petição para aquele cinema de bairro da sua cidade exibi-lo, mas não perca esta obra que responde como um dos filmes mais sangrentos do novo milênio. Lançado em 2008, a obra da produtora Tokyo Shock ainda aguarda um lançamento oficial em vários países, incluindo o Brasil, mas já é reconhecida internacionalmente como uma preciosidade moderna do cinema japonês.

Achou o começo deste artigo exagerado? A verdade é que tudo em Tokyo Gore Police é exagerado. Desde o formato como a trama é narrada, passando pelos personagens e referências tradicionais e contemporâneas de um Japão do século 21 imerso em uma realidade de violência.

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É nessa Tóquio multicolorida e movimentada que conhecemos Ruka, interpretada pela beldade oriental Eihi Shiina, do já clássico Audition. Ela é uma das mais eficientes representantes de uma polícia privatizada que surgiu no Japão com o objetivo de caçar uma horda de assassinos mutantes conhecidos como engenheiros.

Com uma mini-saia de couro, meia arrastão e espada de samurai, Ruka é a melhor caçadora de engenheiros de todo o Japão. No entanto, o assassinato do pai dela durante a infância foi algo que a jovem policial nunca conseguiu superar. Mas um dos mais perigosos engenheiros parece ter ligação com este passado.

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A primeira observação que é importante fazer sobre Tokyo Gore Police é que não estamos diante de um filme de terror made in Japan. Aqui não temos fantasmas que buscam vinganças ou maldições e assombrações. Como o próprio título já deixa claro, estamos diante de uma produção gore, onde sangue e membros decepados serão vistos na maioria das cenas.

SANGUE E PRÓTESES

É como se estivéssemos diante dos antigos filmes de samurais, com sequências de lutas exageradas, mas com um toque de Evil Dead com sangue para todo lado. É praticamente uma versão evolutiva do que Quentin Tarantino fez nos brilhantes Kill Bill 1 e 2. Tokyo Gore Police não vai fazer você ficar com medo e as cenas variam entre as escatológicas e as engraçadas. Mas é justamente a soma destes elementos que faz das aventuras de Ruka um prato cheio para os fãs do gênero.

Em Tokyo Gore Police, Yoshihiro Nishimura (responsável pelos efeitos especiais do interessante The Machine Girl), assume a direção, assim como cuida dos efeitos de maquiagem com direito a litros de sangue cênico e próteses. E se você acha que vai ver os tradicionais braços e pernas decepadas, em Tokyo Gore temos um personagem azarado que tem o pênis arrancado a dentadas por uma engenheira e tudo é mostrado on screen. Desde a mordida, passando pela moça com o membro na boca até quando ela o cospe no chão.

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Aliás, os engenheiros são vilões impagáveis e que podem transformar cidadãos comuns em mutantes igualmente perigosos. Uma outra particularidade é referente ao que acontece quando eles são feridos, o que faz com que armas sejam desenvolvidas nos seus próprios corpos e com o formato semelhante as partes danificadas. Lembram do rapaz que teve o pênis arrancado? Ele também virou engenheiro e agora imaginem o mesmo com um membro de 1 metro de comprimento atirando ácido nos policiais pelas ruas de Tóquio. É de rolar de rir ou de sair do cinema considerando o filme como sendo de mau gosto.

VIOLÊNCIA POP

Yoshihiro Nishimura também escreveu o roteiro de Tokyo Gore Police e, como resultado, temos uma interessante visão do Japão dentro de um contexto narrativo que une, em uma único plano, elementos tradicionais com a modernidade do Japão. Estamos em Tóquio, que com seus mais de 12 milhões de habitantes, é a maior área urbana do mundo. Em função disso, a narrativa aqui é mais do que dinâmica com uma linguagem quase de videoclipe.

O curioso é que Nishimura segue o caminho inverso do que é feito nesse campo atualmente. No lugar de termos uma edição onde cada cena tem a duração de meio segundo para, após uma colagem de imagens, passar a ideia de dinamismo, temos aqui efeitos bem mais simples como a aceleração de algumas imagens. É algo visivelmente arcaico, mas que nesta mistura de passado com contemporaneidade, funciona harmoniosamente bem dentro da narrativa.

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E será também através desta linguagem de videoclipe que Tokyo Gore Police vai apresentar, talvez de forma sutil para alguns, uma interessante metáfora da questão da banalização da violência, seja no cinema ou no dia a dia das grandes cidades. Engana-se quem pensa que Nishimura faz esta análise apenas por mostrar cenas sanguinolentas. Para isso, ele trabalha com elementos mais representativos desta realidade através de comerciais que passam nas televisões durante a ação do filme. Em um destes, vemos famílias felizes jogando vídeo games nos quais o objetivo é matar algum preso. Ou em uma interessante propaganda de espadas que “não vão falhar na hora em que você decidir se matar”. É uma grande brincadeira, mas com um certo elemento de auto análise das atuais grandes cidades.

Outro elemento que remete a esta crítica é referente ao próprio comportamento da polícia privatizada de Tóquio, que não se limita apenas em caçar engenheiros, mas a lidar com todo tipo de ação policial. Cientes do poder que possuem, estes homens e mulheres atiram para todo lado, batem nos cidadãos e matam inocentes em nome da lei.

CARICATUAL

Não se assustem se vocês lerem (e provavelmente vão ler) algum crítico de determinada revista nacional qualificando Tokyo Gore Police como um lixo que não merece ser assistido. Neste caso, recaímos, mais uma vez, na questão da linguagem. O mais interessante é que aquilo considerado negativo para certas pessoas, é visto por outras como extremamente positivo. No caso deste filme, temos uma narrativa dinâmica, mas também caricatural.

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Podemos então comparar o filme de Nishimura com uma novela mexicana. E dependendo do que o público espera desta produção, isto pode ser um elogio. O mais interessante é que, em algumas cenas, os produtores não tiveram nem o cuidado de pegar falsos braços e pernas que dessem a impressão de serem membros reais. Nestas cenas, tem-se claramente a visão de pedaços de manequins, mas o curioso é que isto não incomoda o público e nem provoca um desinteresse no andamento da trama.

E será próximo da conclusão da película, quando você pensar que o filme não tem mais como surpreender, que o apocalíptico final vai mostrar que em Tokyo Gore Police eles realmente guardaram o melhor para o fim. O embate entre Ruka e o seu verdadeiro inimigo é inacreditavelmente exagerado e utiliza todos os elementos vistos no decorrer do filme elevados à enésima potência.

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Ficou curioso? Tokyo Gore Police é um filme que ainda vai dar muito o que falar. Dos fãs do gênero a críticos dos mais variados gostos, todos vão opinar sobre esta obra japonesa. Por isso, não se assustem se alguém disser que este filme não vale o preço do ingresso ou o tempo gasto para o download. Assista e depois faça suas próprias críticas, que dificilmente serão negativas.

Confira o trailer de Tokyo Gore Police:

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Filipe Falcão

Jornalista formado e Doutor em Comunicação. Fã de filmes de terror, pesquisa academicamente o gênero desde 2006. Autor dos livros Fronteiras do Medo e A Aceleração do Medo e co-autor do livro Medo de Palhaço.

11 thoughts on “Tokyo Gore Police (2008)

  • 27/12/2022 em 14:21
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    Mais uma vez repito: só pessoas com grande demência mental para apreciar tais coisas.

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    • 28/03/2024 em 15:01
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      Ivan Junior,acho que tu não recebeu nenhuma crítica,por que tu não criticou nenhum dos sabedores de filmes que escrevem a resenha aqui,cara quem sabe tu não assiste filmes gospel,ou então a Bruxa 2016 ou Mr Pickles que são tão bons quanto ao teu comentário,porém pra que criticar quem gostou do filme,meu filho crítica a gente faz com o filme e não com quem assiste e gosta isso não é democrático !!

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  • 19/02/2017 em 14:36
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    Apenas um filme ruim cheio de nojeiras.

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  • 18/04/2015 em 12:50
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    Baixei e assisti…, realmente MUITO BOM

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    • 21/03/2024 em 03:57
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      Obra de arte,coloca Kill Bill no chinelo e lembra muito fome Animal e Planeta terror,a atriz que vocês classificam como objeto sexual,pra mim teve uma puta atuação, merecia ser mais reconhecida pela sua extraordinária performance,é uma pena as vezes gosto da resenha de vocês do Boca,só que as vezes vocês se perdem na explicação do filme,tanto que as vezes filmes bons vocês além de g
      Falar do ponto de vista de vocês e não como o filme é,tipo vocês não gostaram de uma obra dessas que merecia uma dublagem,agora filme lixo como a Bruxa de 2016 vocês falam como se fosse uma obra clássica,por favor,enfim,gosto mesmo assim do site,pois vocês sempre acham pérolas raras e isso é louvável,agora a resenha de vocês as vezes é pior que a geração z,defendendo política!

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        21/03/2024 em 08:07
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        Ah, Leoncio, essa conversinha de “tirem a política do meu filme de terror” não cola aqui não, rs! Vc quer assistir seus filmes sem pensar nos temas que eles trazem, beleza, fica à vontade, mas o papel da crítica é mais profundo que isso, tá? 😉

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        • 26/03/2024 em 22:01
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          Respondendo a Silvana,bem como falam não existe mulher feminista,só homem mesmo para defender a causa,na boa Silvana quando assisto um filme de terror,eu analiso a atuação de uma atriz e não seus detalhes corporais,certo e mais, o dia que eu quiser notar beleza e outros dotes de uma mulher assisto outro tipo de filme como adulto, claro vai que você não entenda o que eu digo,acho que você tem que comentar,outro tipo de filme e não terror pois embora aí no Boca tem gente que busca filmes raros e obras incríveis como eu,porém as vezes escrevem umas resenha as vezes fútil demais,que parece uma criança na puberdade e não um cinéfilo nato,que tem que comentar sobre o filme e a atuação do ator e a atriz e não sobre detalhes corporais,me poupe,pois se fosse comentar sobre beleza,falaria de muitas atrizes,é óbvio que a atriz de Tokyo Gore Police é linda,mas eu quero comentar é a atuação dela,agora qualquer coisa Silvana,vou criar um blog do Cine Prive e vou convidar você e outros do Boca para comentar os filmes,afinal vamos comentar sobre beleza e afins, cuide-se!!!

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            27/03/2024 em 08:03
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            Cara, tem UMA PALAVRA sobre a beleza da atriz nesse texto! Hahahahaa! Que doideira, vc não entendeu nada mesmo. Cuide-se também, colega!

        • 28/03/2024 em 14:57
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          Eu acho legal Silvana,você defender a resenha dos seus colegas,mas na minha opinião em um filme gore/terror/ação,não consegui olhar muito para a beleza da atriz principal e sim pela frieza,dela em dilacerar seus oponentes,com sua espada samurai,achei legal essa ideia,além de ela lembrar de traumas do passado,e o mais legal em vez dela ficar com peninha dos oponentes ela vai pra cima,e cena que parecia que ia mudar o filme, quando um vilão injeta um parasita em seus braços,achei que ela se tornaria, alguém do mal,mas não que legal essa sacada,mas joia,você defende outras coisas no filme,legal não tem problema é apenas,meu ponto de vista,quando assisto um filme de terror e ação gosto de ver aquilo que ele propõe e não,aquilo que é apenas o que acontece de aleatório nele,uma hora coloca uma foto sua mais recente sua Silvana,kkkk desculpe a brincadeira !!

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            28/03/2024 em 15:06
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            Perfeito, temos pontos de vista diferentes. Mas não entendi sua piada. Quer explicar? 🙂

  • 13/04/2015 em 02:16
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    Como diria a Vanessa “o japa pira” vou baixar agora mesmo.

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