A Professora de Piano
Original:La pianiste
Ano:2001•País:Áustria, França, Alemanha Direção:Michael Haneke Roteiro:Michael Haneke, Elfriede Jelinek Produção:Veit Heiduschka Elenco:Isabelle Huppert, Annie Girardot, Benoît Magimel, Susanne Lothar, Udo Samel. Anna Sigalevitch, Cornelia Köndgen, Thomas Weinhappel, Georg Friedrich, Dieter Berner |
Beirando os quarenta anos, Erika Kohut (Isabelle Hupert) divide o apartamento e o quarto com a sua mãe (Annie Giradort), uma velha possessiva que domina sua vida pessoal e sexual como um capataz cruel. Professora no Conservatório de Viena, Erika saboreia um prazer sádico ao humilhar seus alunos e alunas, que exibem execuções desapaixonadas das sonatas de Schubert e Schumann. À noite, ela visita sex shops onde tenta acalmar sua libido com o cheiro de esperma de estranhos em lenços deixado nas lixeiras das cabines privadas. Com seu sexo reprimido e automutilado, a professora de piano é um barril de frustração prestes a explodir com força.
Durante um recital de piano, seu estilo taciturno e severo atrai o jovem Walter Klemmer (Benoît Magimel), que decide se candidatar para ser seu aluno no conservatório visando conquistá-la. Resistente a princípio, Erika vê sua relação com a música virar de cabeça para baixo, passando de dominadora a submissa. Ela decide dar plena vazão aos seus impulsos masoquistas, pronta para ser subjugada completamente por Klemmer, ao mesmo tempo em que precisa lidar com a atração incestuosa que sente pela sua mãe.
Obra prima absoluta, A Professora de Piano é um filme denso e difícil de assistir, que tem sua grande força na interpretação colossal de Isabelle Huppert, acompanhada dos espetaculares Anne Giradort e Benoît Magimel. Com roteiro do diretor Michael Haneke (baseado no livro de Elfriede Jelinek) o filme é uma representação perfeita dos efeitos da repressão sexual. Com longas tomadas e cenas de sexo desconfortáveis ao extremo, A Professora de Piano, assim como a música clássica, é complexo e requer uma entrega total por parte do espectador para ser aproveitado em sua totalidade. Pode não ser horror no sentido estrito do gênero, mas é, sem dúvida, incômodo o suficiente para estar nessa página.
Estranho encontrar uma crítica deste filme aqui. É incômodo, mas não se encaixa no gênero. Em todo caso, é um excelente filme. Eu li o livro antes de ver o filme e fiquei impressionado com a Isabelle Huppert, ela realmente soube captar com perfeição as características de uma personagem complexa, desagradável e patética.
Isabelle Huppert oficializa o adjetivo “Brilhante” com sua interpretação. A personagem demonstra uma tirania e um inconformismo em existir na obrigação em estar adequada ao conservadorismo que é constrangedor assisti-la em cena pois a mesma se pune justamente por sua não aceitação comportamental, vagando no submundo do sexo anonimamente. Só me frustrou imensamente a última cena, achei abrupta, um fim aberto a interrogações. Amo o site e tds estão de parabéns pelo sempre excelente trabalho, acompanho O Boca desde de 2007.