Harbinger Down: Terror no Gelo (2015)

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Harbinger Down: Terror no Gelo
Original:Harbinger Down
Ano:2015•País:EUA
Direção:Alec Gillis
Roteiro:Alec Gillis
Produção:Camille Balsamo, Benjamin L. Brown, Hadeel Reda, Doug Scroggins III, Jennifer Tung, Tom Woodruff Jr.
Elenco:Lance Henriksen, Matt Winston, Camille Balsamo, Giovonnie Samuels, Winston James Francis, Mick Ignis, Michael Estime, Jason Speer, Reid Collums, Edwin H. Bravo

Um grupo de pesquisadores embarcam no navio pesqueiro Harbinger para estudar os efeitos do aquecimento global em um grupo de belugas no mar de Bering. Quando a tripulação do navio encontra um pedaço recentemente descongelado de antigos destroços espaciais soviéticos, as coisas ficam perigosamente mortais.

Hollywood parece ter se fascinado com os efeitos digitais. Não há um só filme hoje em dia que não possua esses efeitos em seu acabamento. Mas enquanto alguns cineastas posicionam as intervenções computadorizadas em pontos milimetricamente planejados de seus filmes apenas para uma finalização de cena, alguns, mais deslumbrados, usam o CGI massiva e exageradamente, prejudicando a credibilidade do filme, muitas vezes com técnicas nada convincentes, como a prequel do clássico de John Carpenter, o Enigma do Outro Mundo (2011), por exemplo. Por isso, toda a vez que se anunciam filmes feitos prioritariamente com efeitos práticos ao invés de digitais, os fãs de horror mais old school ficam empolgados.

Este é o caso de Harbinger Down, projeto criado e desenvolvido pelo especialista em efeitos especiais Alec Gills, que trabalhou em Aliens, O Resgate e O Ataque dos Vermes Malditos entre muitos outros filmes. Harbinger Down foi produzido no esquema de financiamento coletivo através do Kickstarter, onde mais de três mil pessoas colaboraram com $384,181 e tornaram o projeto, o primeiro escrito e dirigido por Gills, realidade.

Harbinger Down (2015)

À primeira vista o que mais chama a atenção no filme é exatamente o seu cartão-de-visitas, os espetaculares efeitos especiais práticos. Com cenários e criaturas feitos à moda antiga por Gills e sua equipe, Harbinger Down consegue, apesar do roteiro simples e recheado de clichês, convencer o telespectador muito mais do que meras criaturas digitais conseguiriam. A diferença é gritante e a sensação que fica ao final do filme é de que os computadores podem ter facilitado em muito a nossa vida, mas definitivamente diminuiu o impacto da experiência cinematográfica.

O roteiro, como já foi dito, é bastante simples e, logo na apresentação das personagens, já sacamos quem vai morrer, quem vai viver, quem é bom e quem é mal. Afinal, estamos falando de um projeto que homenageia os filmes dos anos 80, e Harbinger Down segue à risca a cartilha de estereótipos oitentistas, inclusive com menções à guerra-fria e os russos como vilões. Estereótipos que são reforçados pelo elenco bastante limitado onde o único conhecido, Lance Henriksen (o eterno Bishop de Aliens, O Resgate), esforça-se para entregar uma atuação digna, mesmo com todos os diálogos baratos.

Harbinger Down (2015) (1)

Além dos efeitos especiais, a melhor parte do filme são as inúmeras homenagens espalhadas durante a projeção. O fã de filmes do gênero vai encontrar referências a Aliens, Vírus e, é claro, a O Enigma do Outro Mundo. Mas tais detalhes não são o suficiente e ao terminar o filme fica nítida a sensação de que faltou alguma coisa. Apesar da proposta, o roteiro simplista demais tira a sensação de urgência e de ameaça da situação. O filme apenas segue ao ponto que o telespectador já definiu de antemão.

Para um longa que se propõe resgatar um tipo de cinema que não se faz mais, faltou impacto, faltou mostrar o que se pode fazer com os efeitos práticos, faltou um ineditismo que convença a audiência que é este tipo de filme que eles procuram e não os feitos em CGI. Harbinger Down se sairia muito melhor se tivesse sido produzido trinta anos atrás.

Curiosidades e Referências:

– Em 2010 a Amalgamated Dynamics (ADI) foi contratada para desenvolver os efeitos práticos para o filme O Enigma do Outro Mundo (2011). Os efeitos criados pela ADI foram posteriormente substituídos por efeitos digitais no corte final do filme, o que levou a ADI a recorrer ao Kickstarter para desenvolver um filme apenas com efeitos práticos. Não há nenhuma criatura animada digitalmente em Harbinger Down.

– O computador Chess Wizard usado em O Enigma do Outro Mundo (1982), de John Carpenter, pode ser visto em algumas cenas de Harbinger Down.

– A frase “Vamos precisar de um balde maior.” dita pelo personagem Lance Henriksen é uma referência à clássica frase dita por Roy Scheider em Tubarão (1975).

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– Dois passarinhos de brinquedo, conhecidos nos EUA como “dipping birds”, podem ser visto em uma cena do filme. Estes passarinhos aparecem em Alien – O 8º Passageiro (1979). Alec Gills trabalhou em Alien quando ainda fazia parte da equipe de Stan Winston.

– A data da queda do satélite russo faz referência ao ano de estreia de O Enigma do Outro Mundo (1982), filme que é influência direta de Harbinger Down.

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Rodrigo Ramos

Designer por formação e apaixonado por HQs e Cinema de Horror desde pequeno. Ao contrário do que parece ele é um sujeito normal... a não ser quando é Lua Cheia. Contato: rodrigoramos@bocadoinferno.com.br

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