O Uivo
Original:Howl
Ano:2015•País:UK Direção:Paul Hyett Roteiro:Mark Huckerby, Nick Ostler Produção:Martin Gentles, Ed King Elenco:Elliot Cowan, Rosie Day, Calvin Dean, Sam Gittins, Brett Goldstein, Phelim Kelly, Shauna Macdonald, Ross Mullan, Sean Pertwee, Amit Shah |
Uma das cenas mais emblemáticas do clássico Um Lobisomem Americano em Londres, de John Landis, é, sem dúvida, a da perseguição no Metrô. Referência para o gênero, a câmera na visão da criatura num ambiente de absoluto isolamento trouxe arrepios e atiçou a curiosidade do espectador sobre outras possibilidades aproveitando os longos espaços vazios, o frio por consequência da entrada do túnel e os estranhos passageiros da madrugada. A cena foi tão marcante, simplesmente por imaginar uma fera à solta entre os vagões, que até permitiu uma segunda dose, bem inferior, na continuação Um Lobisomem Americano em Paris. Howl, de Paul Hyett (Vingança Muda, 2012), leva monstros a um claustrofóbico trem de viagem, envolto por uma floresta sombria, e quase resgata os calafrios oitentistas. Quase!
Em busca de uma promoção, recentemente recusada pelos seus superiores, Joe (Ed Speleers, Um Lugar Solitário Para Morrer, 2011) aceita ampliar seu horário de trabalho como segurança de viagem do trem Alpha Trax para cobrir uma ausência, e também para ficar mais próximo de seu interesse amoroso, a bela Ellen (Holly Weston). Avaliando os tickets de viagem, ele já evidencia o quanto é árduo o contato com os passageiros da noite, sempre sendo recebido com indiferença ou irritação. O incômodo se amplia quando a viagem se encerra abruptamente na passagem por uma floresta escura em plena noite de Lua Cheia, devido a uma falha técnica observada pelo condutor Tony (Sean Pertwee, também de Vingança Muda, numa pequena participação).
Enquanto verifica os problemas mecânicos, por consequência do atropelamento de um veado, Tony é vítima de um ataque brutal do que parece ser uma criatura violenta e voraz. Logo os demais passageiros descobrirão que o ambiente externo está cercado por vários lobisomens e tentarão a todo custo evitar que as criaturas invadam os vagões, algo que se tornará improvável por conta – como sempre – dos conflitos pessoais oriundos do convívio obrigatório entre pessoas diferentes. Um dos passageiros, Ged (Duncan Preston), relembra uma tragédia ocorrida em 1963 no mesmo local com o Great Thornton Forest Rail, quando todos a bordo do trem foram encontrados desmembrados e semi-devorados.
Entre os estranhos que participam da noite assustadora há a jovem Nina (Rosie Day, a mudinha de Vingança Muda), o gordinho Paul (Calvin Dean, de Distúrbio, 2009), o misterioso Billy (Sam Gittins, The Prey, 2015), o agressivo Adrian (Elliot Cowan), a histérica Kate (Shauna Macdonald, a heroína de Abismo do Medo, 2005), o herói de ocasião Matthew (Amit Shah), além de um casal de idosos – Ged e Jenny (Ania Marson). Joe terá que comandar as ações e enfrentar as criaturas, preocupado com os ataques constantes e com a inevitável transformação daqueles que foram mordidos.
Paul Hyett é um habituè colaborador de Neil Marshall, tendo trabalhado nos efeitos especiais de Juízo Final (2008), Abismo do Medo (2005), Centurião (2010) e até Dog Soldiers (2002). Seu nome também pode ser encontrados nos créditos de A Mulher de Preto (2012) e Ataque ao Prédio (2011), o que pode empolgar o espectador sobre o provável visual das criaturas de Howl. Infelizmente, não é o que acontece: há efeitos práticos, maquiagem evidenciando rasgos e partes do corpo, mas é impossível não perceber a influência digital, tanto na fotografia quanto na aparência dos lobisomens. Hyett poderia ter utilizado o próprio visual dos monstros de Dog Soldiers, por exemplo, como um spinoff, permitindo uma belíssima referência.
Apesar do ambiente claustrofóbico eficiente, o roteiro, desenvolvido por Mark Huckerby e Nick Ostler, não explora adequadamente o espaço e trabalha de modo inconsistente com o humor negro, impedindo um impacto mais aterrorizante. Para piorar, a sequência final, um sacrifício bobo e uma correção moral, é mal desenvolvida, sendo que teria um resultado melhor se o filme terminasse cinco minutos antes, com o espectador imaginando o destino de algumas personagens. Assim, Howl parece apenas uma viagem sem rumo pelo subgênero licantropia, com um destino incerto entre o entretenimento passageiro e o passeio descartável.
Um pandemônio claustrofóbico de suspense e terror.
É um ótimo filme, vale 100% a pena assistir.
O enredo desse filme não é nenhuma obra prima, mas não precisava ser também. Ele é um filme que termina rapidinho, para não dar tempo de enjoar. Pra quem gosta de filme assim, e aprecia o subgênero terror no trem/metrô, essa pode ser uma boa pedida.
Um dos melhores filmes de Lobisomens que já vi até hoje, ao lado de nomes como: “Lua Negra”, “Cães de Caça”, “Bala de Prata”, “Um Lobisomem Americano em Londres” e “O Lobisomem”…Super RECOMENDO esse filme!!! Não achei “tosco” o visual dos monstros, pois NÃO existe uma pré-definição, um “padrão” para a aparência de uma criatura que não existe, nos dando assim, a liberdade de idealizá-la da forma que quisermos…
Eu gostei bastante deste filme, muito bom suspense também
Poderia ter escondido mais a aparência (tosca) dos monstros, daria ate mais suspense, e também acho que seria uma boa oportunidade de homenagear os filmes do gênero da década de 80
Eu gostei desse filme.
Começa MUITO BEM. Vai desenvolvendo cada vez melhor. Vai melhorando, vai melhorando, vai melhorando, com MUITO suspense, maior climão. Aí despenca em uma ribanceira de absurdos irritantes e ridículos. O filme perde TODA a graça e termina frustrante.