A Aparição
Original:The Apparition
Ano:2012•País:EUA Direção:Todd Lincoln Roteiro:Todd Lincoln Produção:Alex Heineman, Andrew Rona, Joel Silver Elenco:Ashley Greene, Sebastian Stan, Tom Felton, Julianna Guill, Luke Pasqualino, Rick Gomez, Anna Clark, Tim Williams, Marti Matulis |
Com toda a imensa bagagem de produções de horror envolvendo assombrações, é muito difícil entender como filmes recentes sobre o tema conseguem ser tão insossos e repetitivos. Uma viagem cinematográfica pelo passado pode esbarrar em clássicos absolutos e longas de terror genuínos como Na Solidão da Noite (1945), A Casa dos Maus Espíritos (1959), Os Inocentes (1961), Desafio ao Além (1963), A Casa da Noite Eterna (1973), A Mansão Macabra (1976), A Troca (1980), O Iluminado (1980), Poltergeist – O Fenômeno (1982), Não Adormeça (1982), A Casa do Espanto (1986), A Casa das Almas Perdidas (1991), Ilusões Perigosas (1995), Ringu (1998), Ecos do Além (1999), O Sexto Sentido (1999), Revelação (2000), Session 9 (2001), Os Outros (2001), Espíritos – A Morte está ao seu Lado (2004), Atividade Paranormal (2007), Sobrenatural (2010), …que poderiam servir de inspiração e ensinamento para os cineastas modernos desenvolverem seus trabalhos de forma eficiente e assustadora, sem precisar imitá-los. Ainda assim, o que move a indústria atualmente são continuações que repetem fórmulas, remakes sem sentido e…A Aparição, que somente Todd Lincoln imaginou que fosse fazer a diferença.
Em seu primeiro longa, o cineasta apresenta uma obra burocrática, com ideias saturadas e poucos sustos, que poderia muito bem não existir se o objetivo não fosse somente comercial. E nem com essa intenção o longa se deu bem, pois trata-se do último trabalho em parceria dos estúdios Warner Bros. e Dark Castle, resultando no filme menos divulgado pela primeira empresa e um fracasso em proporções assustadoras: A Aparição custou 17 milhões e arrecadou menos do que 5 em sua passagem pelos cinemas. A boa notícia é que esse prejuízo, somado às críticas negativas, poderá impedir uma sequência, enterrando de vez as pretensões de Todd.
A aposta dos realizadores não estava apenas em produzir uma história de fantasmas, mas explorar dois nomes correntes entre os adolescentes e seus fãs-clubes: Ashley Greene e Tom Felton. Apesar de ter emprestado seu rosto ao longas de terror Otis (2008) e Summer’s Blood (2009), Ashley é atualmente lembrada por sua participação na franquia Crepúsculo, como Alice Cullen; enquanto Felton fez fama como um dos vilões de Harry Potter, mas tem demonstrado gosto pelo gênero em trabalhos fantásticos como The Disappeared (2008), 13Hrs (2010) e Planeta dos Macacos: A Origem (2011).
A Aparição é uma história de horror sobre um grupo de psíquicos que, durante uma sessão espírita, abre uma porta e permite a entrada de uma entidade maligna. O Mal passa a aterrorizar um casal que acaba de se mudar para uma casa no interior, isolada, mas com um bom aspecto e simpáticos vizinhos. A veterinária Kelly (Greene) espera aproveitar a oportunidade para curtir a casa de seus pais e passar mais tempo com o namorado Ben (Sebastian Stan, de Cisne Negro e Capitão América), porém assombrações não irão facilitar as coisas, seja movendo móveis ou fazendo algumas “aparições” macabras.
“Estas cenas foram filmadas em 21 de maio de 1973, quando um grupo de psicólogos paranormais tentou contatar um colega recém-falecido chamado Charles Reamer. Isso ficou conhecido como “O Experimento Charles”.
Após esse letreiro inicial, é apresentado um vídeo supostamente verdadeiro e antigo envolvendo a tal tentativa de contato. Numa segunda introdução, é visto no tempo presente um novo grupo tentando fazer o mesmo contato, culminando com o desaparecimento de Lydia (Julianna Guill, de Altitude e Amor a Toda Prova) e alguns efeitos mirabolantes que me fizeram acreditar que se tratava de alguma brincadeira ou que a cena seria interrompida por um “corta” de um diretor medíocre.
Assim, são apresentados os dois jovens protagonistas rumando para a nova morada. Logo que chegam ao local, o cactus recém-comprado morre, algo que mais tarde acontecerá com o cão xereta do vizinho, quando ele observava algo suspeito no teto. As portas da casa se abrem, um móvel pesado é arrastado, roupas aparecem amarradas, sons estranhos e manchas começam a incomodá-los até resolverem pedir ajuda do amigo de Ben, Patrick (Felton), presente na sessão que matou Lydia. A solução talvez seja fazer uma sessão espírita inversa para mandar de volta o ser não-convidado.
“Não é a casa que é assombrada. São vocês“, diz Patrick, numa cópia do terror similar Sobrenatural (Insidious). Não é a única “inspiração” gratuita do diretor: a própria capa do filme faz referência a Arraste-me para o Inferno, Pulse e Possessão; assim como The Grudge é lembrado quando uma espécie de Kayako aparece num quartinho, com movimentos idênticos. São tantas cenas chupadas que o longa acaba perdendo sua personalidade, sendo facilmente esquecido.
Todd não se preocupa em explicar as origens nem mesmo a identidade da tal entidade. Não se sabe se é o tal Charles Reamer, que estaria aproveitando a oportunidade para tentar existir no mundo real, ou se algo realmente maligno e indescritível teria feito à passagem. Patrick apenas diz que é um ser que se alimenta da existência, da vida, extraindo sua essência. Mas, será que ele está assombrando o casal porque Ben participou da sessão espírita? Parece que sim, de acordo com as informações sobre outros contatos realizados, mas porque Kelly está sendo castigada por isso?
“Cuidado com as aranhas!“, alerta Kelly, quando Ben entra na parte inferior da casa. São falas assim que mostram a falta de competência do roteirista. Outro exemplo está na desculpa de Ben para as portas estarem abertas: “Algum animal pode ter entrado.“; para os sons, “Casas fazem barulhos estranhos“; ou até mesmo a explicação da garota para tentar entender o que está acontecendo: “Nossa casa é muito nova para ser assombrada. Ela não tem história.” Assim como o seu filme, Todd.
nao achei o filme ruim não, eu gostei…
Quando eu assisti esse filme pela primeira vez, pensei a mesma coisa da crítica, hoje assisti a segunda e achei menos ruim, eles não estavam sendo perseguidos por um fantasma humano ou pelo cara lá do primeiro contato, puxou pro terror cósmico, a concentração deles abriu um portal pra algo desconhecido, que poderia não ser sobrenatural como um fantasma, mas sim uma criatura de outra dimensão que veio parar nessa e passou a consumir tudo, e a parte dos sustos bestas como o da kayako foi justamente por, assim como o patrick narra que a coisa estava estudando eles e não eles estudando ela, essa criatura saber o que assustaria uma pessoa comum. Na primeira vez que eu vi eu me senti angustiado de não ter explicação direito pra o que a coisa era, mas justamente, era uma coisa lá que os próprios personagens não teriam como explicar, não tinha como explicar o desconhecido, não veio como uma resposta mastigada.Talvez se o filme tivesse sido colocado como científico, e não sobrenatural, com algumas poucas alterações na história, fosse chamado de inovador.
EXATAMENTE!