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Joyland
Original:Joyland
Ano:2015•País:EUA
Autor:Stephen King•Editora: Objetiva

We don’t sell furniture. We don’t sell cars. We don’t sell land or houses or retirement funds. We have no political agenda. We sell fun. Never forget that. (Bradley Easterbrook, dono do parque de diversões Joyland)

Há quem considere como os melhores livros de Stephen King aqueles que não são especificamente de terror. Tocam o gênero sutilmente, enquanto transbordam um enredo dramático, com personagens vivos em situações inusitadas. A antologia Quatros Estações, por exemplo, expõe as principais reações humanas em histórias curtas, mas repletas de envolvimento com o leitor, sem deixar de trabalhar com a morte e o lado sombrio do homem. No caso de Joyland, você encontra elementos fantásticos como ambientação para uma trama sobre descobertas e amadurecimento, conduzindo o leitor a um passeio numa roda gigante de emoções.

Metáforas sobre roda gigante, o subir e descer das expectativas, não são gratuitas. Ambientado em 1973, Devin Jones não consegue encontrar motivações para os estudos ou qualquer coisa que seja, após levar um fora da namorada. Sem ter a chance de sua iniciação sexual, o relacionamento distante favoreceu a aproximação de outros rapazes, explicitado no afastamento gradual da garota Wendy. Assim, como distração e necessidade financeira, o jovem, no auge de seus 21 anos, consegue um emprego de 12 horas diárias em um parque de diversões – o tal Joyland -, na Carolina do Norte, “não tão grande como a Disneylândia, mas também não tão pequeno.

Com a ocupação, ele conhece alguns personagens que compõem o cenário típico de um parque como a vidente Madame Fortuna, que demonstra habilidades eficientes na previsão de acontecimentos com o rapaz. Enquanto ocupa diversas funções no local, até mesmo com a fantasia do mascote Howie, o Cão Feliz, Devin fica fascinado com os mistérios em torno de um assassinato ocorrido na Horror House e as lendas envolvendo a aparição do fantasma da vítima, Linda Gray. Também fica intrigado com uma cena cotidiana, à beira da praia, onde uma mãe com o filho deficiente sempre o observam, acenando (o menino Mike) ou ignorando-o (a mãe Annie), todas as vezes que ele volta para seu albergue para descansar.

Joyland (2015) (2)

Além do mistério em desvendar o crime – “não é branco” -, com a ajuda dos amigos Tom e Erin, a partir de fotos das Garotas de Hollywood que costumam fotografar os visitantes, é interessante acompanhar os atos heroicos de Devin em dois momentos e suas reflexões sobre a vida e as descobertas. Com o estudo sobre o colóquio dos parques da época, King apresenta o dia-a-dia de um, principalmente o que traz como lema proporcionar alegria, mesmo que resulte exatamente no oposto disso tudo.

Contado em primeira pessoa, possibilitando ao leitor explorar a mente do protagonista entre suas idas e vindas de tempo, Joyland não deve ser procurado como um livro de mistério, até mesmo porque a revelação do assassino não chega a ser tão surpreendente, mas como mais um obra reflexiva e sensível, provável incentivador de algumas lágrimas de quem a estiver acompanhando. Deixe de lado as assombrações costumeiras do autor para passear pelas emoções de uma fase saudosa, divertida e emocionante.

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