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Lips of Blood (1975) (1)

Lips of Blood
Original:Lips of Blood / Lèvres de sang
Ano:1975•País:França
Direção:Jean Rollin
Roteiro:Jean-Loup Philippe, Jean Rollin
Produção:Lionel Wallmann
Elenco:Jean-Loup Philippe, Annie Belle, Natalie Perrey, Martine Grimaud, Catherine Castel, Marie-Pierre Castel, Hélène Maguin, Anita Berglund

Não há diretor como Jean Rollin, o fantasista de terror francês que mistura a poesia de Jean Cocteau com as performances de Robert Bresson em seus filmes de vampiros eróticos. Os filmes de Jean Rollin são um gosto adquirido. Ele era especialista em assombrações, cenas sensuais e o melhor de tudo, a sua obsessiva característica de sempre apresentar belas mulheres nuas, geralmente vampiras. Talvez a terapeuta de Rollin pudesse explicar o porquê deste fetiche de realizar filmes sempre sobre o mesmo assunto, mas eu não me importo – com certeza funciona para mim!

De toda esta leva afrescalhada de chupadores de sangue purpurinados, os vampiros de Rollin são os únicos que me atrevo a assistir.Se você ainda não viu nenhum de seus trabalhos, Lips of Blood é uma ótima pedida para começar, embora, sinceramente, eu ainda não tenha visto um filme ruim feito por ele.

Lips of Blood (1975) (2)

Lips of Blood (“Lèvres de Sang” no original) é um dos melhores trabalhos dele, um conto Édipo de um jovem assombrado por visões de uma infância esquecida quando ele vê um cartaz de um antigo castelo em uma festa aristocrática. Na trama, Jean-Louis Philippe percorre praças desertas e fontes de sua cidade natal para rastrear a localização da estranha imagem, e isso traz de volta memórias de uma menina linda e misteriosa (a adorável Annie Belle, que também trabalhou com Deodato e D’Amato), que ele encontrou uma vez. Neste emaranhado de emoções e mistérios Philippe descobrirá um macabro segredo de família e sua vida tomará uma direção que ele nunca poderia ter previsto.

Sem sombra de dúvida que este é um filme sobre um homem perdido em um mundo tomado por segredos trancados e limites da razão. É um conto de fadas regado a sangue, sexo e desejos assombrados cheios de nudez e de morte. Mesmo sendo desleixado com suas cenas de ação e rígido com os artistas, Rollin faz com maestria com que saiamos dos confins do mundo “real” (onde ele fica estranhamente desconfortável) para mergulharmos num clima de transe oní­rico que complementa a beleza da sua visão poeticamente macabra.

Lips of Blood (1975) (3)

Em suma, Lips of Blood é maravilhosamente sugestivo como um sonho molhado de Jean Rollin. Um cineasta verdadeiramente único que cria mundos fascinantes que são sedutores e perigosos, longe desta casta ridí­cula de vampiros camaradas. Rollin é um dos segredos mais bem guardados do horror europeu e um mestre absoluto da fantasia erótica.

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