Terror no Acampamento
Original:Cub / Welp
Ano:2014•País:Bélgica Direção:Jonas Govaerts Roteiro:Jonas Govaerts, Roel Mondelaers Produção:Peter De Maegd Elenco:Maurice Luijten, Evelien Bosmans, Titus De Voogdt, Stef Aerts, Jan Hammenecker, Gill Eeckelaert, Noa Tambwe Kabati, Ricko Otto, Louis Lemmens, Thomas De Smet, Pieter De Brabandere, Jessie Tweepenninckx, Isah De Zutter, Hauke Geirnaert, Ebe Meynckens |
Quem não gosta de filmes infanto-juvenis que misturam aventura e terror? Temos exemplos admiráveis The Goonies, Stand by Me, Vorstadtkrokodile e a febre do momento, Stranger Things, onde pivetes corajosos enfrentam seus medos e limitações e conseguem derrotar os vilões trabalhando em equipe. Cub vai (mais ou menos!) pelo mesmo caminho. Esta produção de 2014 volta a invocar um dos medos mais primitivos da Humanidade: a floresta e a sua respectiva aura de mistério. Um cenário perfeito para a imaginação humana muito antes do cinema ser cinema. Assim como Friday the 13, Sleepaway Camp e Evil Dead, filmes que conotaram os acampamentos na floresta e todos os seus adereços como parte integrante da narrativa, esta parábola, criada por Jonas Govaerts e Roel Mondalaers, investe numa fórmula antiga, mas sempre bem vinda. Concluído por meio de um crownfunding, o primeiro longa-metragem de Govaerts não será lembrado como um filme que ficará marcado a ferro na História do Cinema de Terror, mas certamente guardará um espaço como uma obra que nos reserva ousadia e audácia.
A trama gira em torno de um grupo de jovens escoteiros que, ao partirem para um acampamento de verão, começam a ser perseguidos por uma lenda dos acampamentos chamada “Kai”. No decorrer da história descobrimos que o verdadeiro vilão é na verdade um caçador psicopata que, para capturar suas presas, espalha armadilhas mortais em toda a floresta.
O filme tem algumas peculiaridades (como o ódio franco-belga), mas peca muito feio em alguns aspectos do roteiro. Por exemplo, temos supervisores de acampamento com pouca noção de segurança (incluindo levar um cão agressivo com crianças!) e pelo comportamento imaturo que demonstram. Mas nem tudo está perdido. Govaerts aproveita a atmosfera intensa da floresta para incutir o terror no seu formato mais puro.
Porém, o realizador se beneficia da ausência de grafismo para jogar com a sugestão plena, explorando o desconhecido (que soa como ignorância imperativa para o espectador) refletindo os atos dos personagens como um catalisador para a imaginação de cada um. E é aí que reside a verdadeira “aventura campestre” de Cub, uma tímida homenagem ao cinema gore que prova que nem sempre o explicito é sinônimo de choque e que, neste caso, sua ausência insere a liberdade criativa como combustível para a trama.
Cub teve sua primeira exibição na sessão Midnight Madness do Festival de Toronto, que ocorreu entre os dias 4 e 14 de setembro de 2014.