Presos no Gelo
Original:Fritt Vilt
Ano:2006•País:Noruega Direção:Roar Uthaug Roteiro:Thomas Moldestad, Martin Sundland, Roar Uthaug, Jan Eirik langoen, Magne Lyngner Produção:Knud Bjørne-Larsen, Axel Helgeland, Jan Eirik Langoen, Magne Lyngner, Thomas Løberg, Guttorm Petterson, Martin Sundland Elenco:Ingrid Bolsø Berdal, Rolf Kristian Larsen, Tomas Alf Larsen, Endre Martin Midtstigen, Rune Melby |
Presos no Gelo (Fritt Vilt, no original, Cold Prey é o título em inglês) é um gélido slasher vindo da Noruega, onde se troca o habitual clima bucólico dos campings e brincadeiras em lagos por montanhas de gelo e adolescentes praticando snowboard.
Depois de um prólogo onde vemos um garoto, com uma marca de nascença no rosto, fugindo de algo em meio a neve, os créditos iniciais dão o tom, em meio a recortes de pessoas desaparecidas, e a valiosa informação de que em média um em cada quatro noruegueses vai para as montanhas no feriado de Páscoa.
E para as gélidas montanhas escandinavas que vão se dirigir um grupo de cinco amigos, formado pelo casal Eirik (Tomas Alf Larsen, de O Caçador de Troll) e Jannicke (Ingrid Bolsø Berdal, de João & Maria – Caçadores de Bruxas, Hercules e da série de TV Westworld), pela bonitinha Ingunn (Viktoria Winge) e seu novo namorado, Mikal (Endre Martin Midtstigen) e claro, não poderia faltar o amigo pateta que só fala besteira, aqui personificado em Martin Tobias (Rolf Kristian Larsen). E é justamente o engraçadinho Martin Tobias que irá se acidentar gravemente, quebrando uma perna em seu snowboard, descendo uma montanha.
Obviamente que o grupo, com um componente ferido e impossibilitado de se locomover, se encontra em lugar desértico, longe da civilização, do carro que os trouxe e, mais óbvio ainda, sem qualquer sinal de celular. Em meio ao caos aparente eles encontram um grande hotel abandonado no meio do nada, e pra lá que levam o pobre Martin Tobias. Depois de cuidar do ferimento do rapaz, num tratamento prosaico, feito na base de coisas encontradas no local, como bebida alcoólica e cola superbonder, eles decidem passar a noite no hotel, já que está escurecendo, e as noites costumam vir acompanhadas de nevascas.
Revirando alguns papeis, a turma descobre que os donos do hotel, um casal, tiveram o filho desaparecido, que logo identificamos como o garoto com a marca de nascença do prólogo, e que isso deveria ser o motivo do abandono do estabelecimento. No entanto, não demora muito para eles descobrirem que não estão sozinhos no recinto, que na verdade aquele lugar serve de morada para um psicopata grandalhão que carrega uma marca de nascença no rosto, que nos créditos está como Fjellmannen, “Homem da Montanha” em norueguês (interpretado por Rune Melby). O resto é a contagem de cadáveres habitual e o jogo de gato e rato entre assassino e quem teimar em sobreviver.
Presos no Gelo é a estreia em longa metragem do diretor Roar Uthaug, que atualmente está na pré-produção de mais um filme da personagem Tomb Raider. O diretor, também autor da ideia que originou o roteiro, emula o slasher, subgênero do horror tão caro a década de 80, mas deixou de lado as características marcantes dos filmes daquele período (mortes bizarras, banhos de sangue, nudez e humor) trocando pelo tom sisudo que marcou o cinema de horror da década de 2000.
Na verdade o filme custa a engrenar, com ritmo titubeante. O primeiro assassinato vem depois de quase quarenta minutos. A fotografia mostra inicialmente as exuberantes paisagens inóspitas e geladas das montanhas norueguesas, mas logo troca pelos cenários claustrofóbicos do interior do hotel. Talvez a cena mais memorável seja a da vítima ferida se arrastando e sangrando pelos corredores do hotel abandonado. Na verdade falta criatividade e ousadia, e o resultado é um tanto quadrado.
Entretanto, levando em conta que a Noruega não tinha tradição em filmes de horror, quanto mais slasher, Presos no Gelo, lançado em 2006, ganha simpatia pelo pioneirismo, sendo precursor de uma safra de filmes de horror, que se não é brilhante, pelo menos valem pelas tentativas. Filmes como Rovdyr, Hidden, Villmark 1 e 2 etc. Sem falar que Presos no Gelo mostrou fôlego para duas continuações (sendo a segunda parte a melhor da franquia), além de ter influenciado produções genéricas e fracas como o sueco Blood Runs Cold (2011).
Apesar de um tanto insípido, e apresentar nada de novo, o filme é correto e vale uma conferida sem maiores compromissos.
Os tais quarenta minutos antes da primeira morta é exatamente o que a torna tão impactante, afinal o filme nos faz gostar daquelas pessoas e torcer por elas, oq é o maior acerto dele. Diferente da maioria dos Slashers onde os personagens são apenas sacos de carne pra serem massacrados.
Esse filme é um tédio, mas agradeço por ele existir pois o segundo é ótimo.
Curti bastante esse filme, faz tempo que vi, mas ainda lembro das mortes, em destaque a primeira que foi muito foda (no sentido técnico); a bonita fotografia, trilha sonora legal e uma grande final girl, recomendo!