Bio-Force I – O Início da Metamorfose (1994)

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Bio-Force I: O Início da Metamorfose
Original:Mutant Species
Ano:1994•País:EUA
Direção:David A. Prior
Roteiro:David A. Prior, Patrick Francis, Patrick F. Gallagher, William S. Vigil
Produção:Michael W. Evans Jr., David A. Prior, William S. Vigil, Robert Willoughby
Elenco:Leo Rossi, Ted Prior, Denise Crosby, Grant Gelt, Powers Boothe, Wilford Brimley, Grant James

Era muito mais fácil se divertir no gênero fantástico nas décadas de 80 e 90. Bastava um laboratório secreto com computadores imensos, habitado por cientistas loucos que transformarão alguém em uma experiência mal sucedida, desenvolvendo um monstro feito com maquiagem barata e máscara de borracha para cometer suas atrocidades em cenários mal-iluminados. Do outro lado, um herói quase imortal, geralmente acompanhado de alguma bela garota, com armas que nunca ficam sem balas e muita coragem para até cometer sacrifícios! A criatura tosca, que eliminou todo o elenco em um único e mortal ataque, emite um som exageradamente alto, como se fosse um leão (ou dinossauro), mas gosta de atirar o herói para todos os lados em vez de manter seu modo de ataque e matá-lo com o mesmo golpe que uso para dar fim nos demais personagens. Mesmo assim, conhecendo o roteiro de cabo a rabo, você não se incomoda nem um pouco em acompanhar seus 100 minutos de projeção. E se fazia sucesso nas locadoras de VHS, ainda hoje, uma revisitada com toda a bagagem promovida pelo gênero desde então permite momentos interessantes e curiosos. É o caso de Mutant Species aka Bio-Force, dirigido por David A. Prior (1956-2015), de Pelotão Vampiro (1990), que tem uma carreira sólida em filmes de ação bagaceiras que merecem sua atenção, especialmente nos anos 80.

Quando ainda apresentava o projeto, Prior sonhava com um elenco de renome, composto por Arnold Schwarzenegger, Jean-Claude Van Damme, Michael Ironside, Dee Wallace Stone e Bill Duke. No entanto, o Southern Star Studios liberou um orçamento de pouco mais de U$1.5, o que dificultaria uma contratação de peso. Revendo o filme com essa perspectiva, fica ainda mais divertido imaginar os astros ocupando os papéis propostos, e até afastaria qualquer contorno de sua denominação trash. Ao final, Mutant Species não teve muitas avaliações positivas em sua passagem rápida pelos cinemas, o que é injusto por tudo o que se propõem em cena, sem nunca ser cansativo ou chato, como o cinema bagaceira moderno.

Um foguete que pretendia levar para a Lua uma arma biológica cai numa floresta. Uma equipe de soldados das Forças Especiais é enviada ao local com a missão de resgate do conteúdo antes dos civis, com o apoio do Senador Glen Roberts (Grant James) e do General Bill Drevo (Wilford Brimley), mas contrariando o responsável pela produção do produto, Frost (Powers Boothe), que deseja testar a arma na missão. Na mata, o Tenente Jason Trotter (Ted Prior, irmão do diretor) questiona o comando de Walter Hollinger (Leo Rossi), que parece saber bastante do conteúdo misterioso. Assim que encontram o material, Hollinger é contaminado por um estranho líquido vermelho viscoso, absorvido por sua mão, e, começa a sofrer uma mutação. Ele fuzila toda a equipe, exceto Trotter, que consegue fugir pela floresta.

Com a ajuda de dois moradores da região, Jordie (Grant Gelt) e sua irmã Carol-Anne (Denise Crosby), Trotter precisa encontrar um meio de eliminar Hollinger, agora transformado em um monstro aparentemente indestrutível com muito conhecimento das armadilhas da selva. Segundo Frost, a arma biológica é uma partícula mutável de DNA, com traços humanos e de animais com características predatórias, que pode ser introduzida em organismos vivos como um vírus. Trotter tem pouco tempo para liquidar a criatura, antes que seja acionado o código Diretriz Prometeu, que conduzirá a destruição de toda a floresta com bombas incendiárias.

Não tem como não curtir um enredo como esse, desenvolvido por Prior, William S. Vigil e Patrick F. Gallagher. Desde a caracterização dos personagens, como o General que não abandona seus óculos escuros para criar o estereótipo, até a neblina que cobre o ambiente verde, dificultando a visão do monstro. Frost envia uma nova equipe ao local para recuperar o item e eliminar Trotter, o que pode dificultar as ações do Rambo genérico, mas o deformado Hollinger está na área para fazer vítimas. Todos que o encontram são mortos na hora, exceto, é claro, o herói da selva, sempre jogado para todos os lados ao invés de rasgá-lo em pedaços!

Bio-Force – O Início da Metamorfose, lançado no Brasil em VHS pela California Home Video, com o acréscimo do 1 no título (!!), honra os anos 90, com todos os clichês e fórmulas do estilo, com efeitos old school e muita diversão. Vale como um sentimento saudosista de uma época ingênua do gênero, mas que proporcionava entretenimento do começo ao fim.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

One thought on “Bio-Force I – O Início da Metamorfose (1994)

  • 02/10/2020 em 13:32
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    Esses filmes dos anos 90 pebas eram para ser todos lançados aqui pela london no começo ou spectra nova. Alguns trash dos anos 90 foram lançados somente pela london msmo muito poucos.

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