Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (2017)

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Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar
Original:Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales
Ano:2017•País:EUA
Direção:Joachim Rønning, Espen Sandberg
Roteiro:Jeff Nathanson, Terry Rossio
Produção:Jerry Bruckheimer
Elenco:Johnny Depp, Geoffrey Rush, Javier Bardem, Brenton Thwaites, Kaya Scodelario, Kevin McNally, Golshifteh Farahani, David Wenham, Stephen Graham, Martin Klebba, Adam Brown, Orlando Bloom, Keira Knightley

Com o objetivo de promover as atrações de seu parque, a Disney sugeriu o desenvolvimento de longas inspirados nos brinquedos. Assim, em 2002, foi lançado o infantil Beary E os Ursos Caipiras, seguido da comédia Mansão Mal-Assombrada, em 2003, com Eddie Murphy, e, por fim, o mais bem sucedido, o pontapé de uma franquia, Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra, de Gore Verbinski. O box office milionário, graças ao talento do multifacetado Johnny Depp e a participação de Orlando Bloom, Geoffrey Rush e Keira Knightley, associado aos impressionantes efeitos especiais, fez com que uma série fosse realizada: Piratas do Caribe: O Baú da Morte (2006), Piratas do Caribe: No Fim do Mundo (2007), Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas (2011), este dirigido por Rob Marshall, e, finalmente, Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (2017), que chegou aos cinemas brasileiros no dia 25 de maio.

A longa demora na realização do quarto para o quinto filme se deve obviamente às críticas negativas recebidas pelo quarto filme, além da queda na bilheteria. Custou aproximadamente U$250 milhões de dólares e atingiu U$241 – alguns não viram no retorno de Geoffrey Rush uma boa justificativa para ir aos cinemas, e criticaram as ausências de Bloom e Knightley. Na verdade, o enredo já demonstrava desgaste na fórmula da aventura de capa e espada, e nem os trejeitos cômicos de Depp conseguiam trazer qualquer inovação. Assim, nesse longo processo, alguns roteiros foram estudados, com sugestões de prequels, até o acordo final, no texto de Jeff Nathanson (de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, 2008) e Terry Rossio, com a perspectiva de uma produção com características que remetessem ao filme original.

Diversos diretores foram considerados para assumir a cadeira como Marshall e Verbinski, além de Tim Burton, Sam Raimi, Shawn Levy, Chris Weitz e Alfonso Cuarón, mas acabou ficando a cargo de Joachim Rønning e Espen Sandberg, ambos de Expedição Kon Tiki (2012). Definido os nomes, as filmagens foram realizadas em 2015, durante 95 dias, terminando no dia 21 de julho para dar início a longa pós-produção. Quase dois anos de trabalho em efeitos especiais, trilha sonora (sem a participação de Hans Zimmer) e edição até a definição da data de estreia. Será que a imensa espera – a maior da série – valeu a pena ou o filme é apenas mais um da franquia, tendo seus bons momentos como um fast food cinematográfico? Fico com a segunda opção.

Não é um filme ruim, cansativo ou mal realizado – seria algo sobrenatural para os padrões Disney! Mas, não surpreende como se podia imaginar, embora cumpra seu papel de divertir e resgatar o tom da trilogia inicial. Depp está bem no papel, assim como Javier Bardem e a mocinha Kaya Scodelario, da franquia Maze Runner. Há momentos hilários como a participação do tio de Jack Sparrow, interpretado pelo eterno Beatle Paul McCartney – lembrando que o pai dele foi ninguém menos do que Keith Richards em dois filmes da série – e a sequência da guilhotina, perdendo pontos para a necessidade de explorar conexões familiares entre outros personagens.

A nova produção começa com um garoto, Henry Turner (Lewis McGowan), indo ao encontro do pai, Will (Orlando Bloom), no fundo do mar, onde ele se encontra preso ao navio Holandês Voador. Ele promete ao pai que irá encontrar o Tridente de Poseidon, artefato capaz de por um fim a todas as maldições dos mares, libertando espíritos amaldiçoados. Nove anos depois, trabalhando numa embarcação militar britânica, ele percebe que o combate a um barco pirata está conduzindo-os a uma caverna conhecida como o Triângulo do Diabo, onde ninguém conseguiu sair vivo dali. Ele é preso no convés, e o barco é devorado por um navio fantasma, comandado pelo terrível Capitão Salazar (Javier Bardem), que o deixa vivo para contar aos demais o que aconteceu e informar Sparrow que uma vingança acontecerá em breve, pois, como título original, “Dead Men Tell No Tales“.

Longe dali, a bela Carina Smyth (Kaya Scodelario) foi condenada à morte por atos de bruxaria, devido a sua experiência com astronomia e horologia. Ela consegue fugir, no mesmo momento em que Sparrow tentava mais um roubo frustrado, levando não apenas o cofre, mas também o próprio banco, arrastando-o pela cidade. Depois que ela consegue se disfarçar de ajudante, encontra Henry, preso por traição, e ambos planejam a busca pelo Tridente, e para isso, pedem a ajuda de Sparrow, com a promessa de que o item pode trazer poderes aos que tiverem em posse. O convencimento parte do medo do Capitão, depois de ter entregue sua bússola num bar em troca de bebida, o que permitiu a libertação de Salazar, levando o Tridente como único um item de defesa contra as criaturas que querem arrastá-lo para o fundo do mar.

De acordo com Jack Sparrow, os mares pertencem ao poderoso pirata Hector Barbossa (Geoffrey Rush), que atualmente também está tendo problemas com os fantasmas de Salazar que andam destruindo suas naus, a partir de uma ideia interessante de mostrar sua embarcação literalmente devorando os inimigos. Hector se une a Salazar em troca de Sparrow, e tem início a tradicional perseguição pelos mares, com boas cenas de aventura e confrontos inusitados, envolvendo uma estátua gigante e três tubarões zumbis, lembrando aquelas tradicionais produções trashes com o Rei dos Mares.

Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar consegue realmente divertir, sem ampliar a mitologia já proposta da série ou trazer grandes novidades. Menor filme da franquia, a nova aventura de Jack Sparrow deve, finalmente, trazer um bom lucro para o estúdio – e engatar o já confirmado sexto filme, prometendo mais monstros, movimentos atrapalhados e comédia nesses mares constantemente navegados.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

One thought on “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (2017)

  • 19/09/2017 em 14:27
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    Mano, o filme é nota 10, Jhonny depp é o cara nunca esteve tão hilário quanto nesse filme. Parabéns aos produtores!!

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