O Garoto do Futuro
Original:Teen Wolf
Ano:1985•País:EUA Direção:Rod Daniel Roteiro:Jeph Loeb, Matthew Weisman Produção:Mark Levinson, Scott M. Rosenfelt Elenco:Michael J. Fox, James Hampton, Susan Ursitti, Jerry Levine, Matt Adler, Lorie Griffin, Mark Arnold, Jay Tarses, Mark Holton, Scott Paulin, Doug Savant |
Harold: Escute filho. Você será capaz de fazer várias coisas que outros garotos não conseguem.
Scott: Oh, sim. Perseguir carros e morder o carteiro?
Em 1985, com um salário de apenas $250 mil dólares, Michael J. Fox, caracterizado como Marty McFly, descobriu que o uso de uma máquina do tempo para viajar ao passado poderia trazer grandes influências em seu futuro. Esse passeio, de Robert Zemeckis, realmente conduziu o ator ao sucesso imediato, já iniciado com a série Caras e Caretas (1982), e projetou sua carreira para ganhos melhores em continuações e novos filmes, principalmente na década de 90. No mesmo ano do lançamento de De Volta para o Futuro, Fox também participou da comédia fantástica Teen Wolf, que veio para o Brasil com o título oportunista O Garoto do Futuro.
Aproveitando o ciclo dos filmes de lobisomem lançados nos anos 80, O Garoto do Futuro veio com a proposta de relacionar o tema às comédias adolescentes, envolvendo paqueras, bullying e a conquista de desafios. Arrecadou mais de U$80 milhões em seu lançamento pelo mundo, ainda que não tenha recebido críticas apenas favoráveis, até mesmo do próprio protagonista, arrependido por ter aceitado participar do projeto. Se você pensar bem e rever o longa hoje em dia, notará o enredo simples de uma comédia pouco engraçada, com inspiração no mais bem sucedido I Was a Teenage Werewolf, de 1957.
Com direção de Rod Daniel, de muitas produções divertidas da época como Tal Pai, Tal Filho (87) e K-9 – Um Policial Bom Pra Cachorro (89), O Garoto do Futuro foi roteirizado por Matthew Weisman e Jeph Loeb, ambos de Comando para Matar, 85, com Arnold Schwarzenegger. Possui no elenco, além de Fox, rostos conhecidos da época como James Hampton (Condorman – O Homem-Pássaro, 81), Jerry Levine (Nascido em 4 de Julho, 89), Matt Adler (O Vôo do Navegador, 86), Doug Savant (Heavy Metal do Horror, 86), Scott Paulin (Uma Dupla Quase Perfeita, 89) e Lorie Griffin (Psicose para Matar, 88).
Nele, acompanhamos o jovem Scott Howard (Fox), que não tem tido muito sucesso em tudo aquilo em que se envolve, como a fracassada equipe de basquete Beavers, e suas tentativas frustradas de se aproximar da bela Pamela Wells (Griffin). Ele ignora o interesse amoroso de sua amiga Boof (Susan Ursitti) para descobrir meios de convencer a garota desejada a ir com ele ao baile de formatura. Interessada em teatro, mesmo sem vocação alguma, ela namora o agressivo Mick (Mark Arnold) e não dá a menor bola para as investidas de Scott.
Entre a amizade com o doido Stiles (Levine) e a dificuldade em compreender o técnico Finstock (Jay Tarses), Scott começa a perceber que está mudando. Pelos estranhos surgem em seu corpo, principalmente nas mãos, e, em alguns momentos, seus olhos ficam vermelhos. Uma coceira incômoda passa a acompanhá-lo, como também uma leve alteração na voz e na disposição. Sim, é a tal da metáfora do amadurecimento, fazendo uso da licantropia para explicar as dificuldades pelos quais os jovens passam no período da puberdade. No entanto, a Lua Cheia trará sua transformação completa, sem grandes efeitos como era costume nas clássicas produções de lobisomem, e revelará que ele não está sozinho, seu pai Harold (Hampton) já esperava que algo assim pudesse também atormentar o filho.
“Com grandes poderes, há responsabilidades maiores“, diz Harold, lembrando o tio Ben de Homem-Aranha, que teve alguns roteiros escritos por Jeph Loeb. Scott não se importa com o conselho e, após uma transformação durante uma partida de basquete, ele se torna a atração principal da escola. Popular e habilidoso nos jogos, ele chama a atenção da desejada Pamela e dá um show na formatura escolar, até perceber, com a ajuda da interessada Boof, que talvez as pessoas estejam gostando de sua versão peluda e não de Scott.
Fazendo uso de um humor muitas vezes pastelão, O Garoto do Futuro não traz nada que o espectador não espere. Já sabe como Scott irá mostrar seu valor, sua relação com Boof, o ganho de confiança da equipe de basquete….tudo segue a cartilha das comédias exibidas na Sessão da Tarde. Se você ignorar as regras comuns na licantropia, como a necessidade da lua ou as transformações noturnas, vai até se esquecer de que se trata de um filme de lobisomem. Mick não funciona como o antagonista que o público espera, sem trazer qualquer ameaça ao herói, assim como é praticamente impossível torcer para que Pamela passe a gostar dele. Dessa maneira, basta apenas acompanhar a aventura com um saco de pipoca e tentar se divertir com a versão licantropa de Marty McFly.
Fox interpreta o mesmo personagem de De Volta para o Futuro e outros filmes dele do período. Mesmo jeito de segurar a cintura e modo de se expressar. Ainda assim, é sua presença, seu evidente carisma, que traz a nota positiva para o longa. Sem ele, O Garoto do Futuro se perderia entre outras comédias bobas e infantis dos anos 80. Com o sucesso, em 1987, viria uma continuação bem fraquinha, sem Fox e ainda mais sem graça. E, por fim, seria realizada uma série adolescente homônima, iniciada em 2011, e que já está na sexta temporada devido ao sucesso entre os jovens. Enquanto isso, o “garoto do futuro” continuaria estrelando produções divertidas em viagens por outras épocas e comédias caseiras até descobrir uma terrível doença que atrapalharia o desenvolvimento de sua carreira cinematográfica.
O filme não tem grandes pretensões, entrega aquilo que se propõe fazer. Achei um projeto digno.
Ob. Parabéns pela análise!
Eu amo demais esse filme pois e como se fosse verdadeiro mais sem duvida e lindo beijos
Esse filme é uma grande m&#*@! Mesmo tentando assistir sem levar á sério não dá para se divertir.
Esse filme envelheceu mal. O maior problema é a maquiagem ridícula e exagerada, que parece tudo, menos um lobisomem. Lembra mais uma mistura de macaco com homem das cavernas. E o pai do protagonista ficou ainda pior… A intenção era o quê? Fazer uma família de Sasquatchs? Se pintassem os pelos de preto, ia passar fácil por algum personagem de Planeta dos Macacos clássico! Ainda teve uma continuação, sem Michael J. Fox, mas o protagonista o imita até no andar. É praticamente um remake do primeiro filme, mas o esporte da vez é o boxe.
O filme não tem grandes pretensões, entrega aquilo que se propõe fazer. Achei um projeto digno.
Ob. Parabéns pela análise!
Eu acho esse filme bem mediano.