O Quarto Secreto
Original:La cara oculta
Ano:2011•País:Espanha Direção:Andrés Baiz Roteiro:Andrés Baiz, Arturo Infante, Hatem Khraiche Produção:Cristian Conti, Andrés Calderón Elenco:Quim Gutiérrez, Martina García, María Soledad Rodríguez, Jose Luis Garcia, Marcela Mar, Humberto Dorado, Julio Pachón, Juan Alfonso Baptista, Clara Lago, Alexandra Stewart |
Os mistérios que se escondem no subconsciente do ser humano são infindáveis. Segredos obscuros, ocultados por uma janela secreta ou um quarto sem vista, muitas vezes impedem que a real natureza de uma pessoa seja desvendada. Essa galáxia grandiosa de surpresas pode estar relacionado à complexidade de personagens profundos ou à capacidade cognitiva de roteiristas férteis no desenvolvimento de conceitos brilhantes. No caso de Andrés Baiz, em seu fantástico O Quarto Secreto (La cara oculta, 2011), é uma soma bem realizada dos dois.
Antes de virar a grossa chave e abrir as seguras portas de aço do enredo, é importante deixar o leitor de sobreaviso: quanto menos souber desta obra, melhor será o proveito máximo de seu conteúdo. Não leia a sinopse, não assista ao trailer. Se puder, ignore até mesmo o título, as imagens e o cartaz da produção. Inclua no pacote esta resenha. Cada pista, por menor que seja, pode afetar a qualidade do que se espera ao antecipar alguns dos mistérios da trama. O Quarto Secreto só deve ser explorado em sua totalidade, conhecendo cada um dos claustrofóbicos cômodos, sem desperdiçar oxigênio.
O maestro Adrián (Quim Gutiérrez) está abalado por uma recente separação. Em um vídeo gravado, Belén (Clara Lago) se despede, cansada das suspeitas de que o rapaz possa estar tendo um relacionamento com Veronica (Marcela Mar), uma das integrantes de sua orquestra. Mas, as coisas não são como parecem – aliás, nada é como aparenta no roteiro de Baiz e Hatem Khraiche, para um argumento de Arturo Infante. Destruído, o rapaz conhece num bar a belíssima Fabiana (Martina García), com quem nutrirá um relacionamento ardoroso, deixando-a com inúmeros questionamentos sobre o caráter do amado e o que ele mantém escondido, principalmente quando fica sabendo por dois agentes da polícia que Belén nunca mais foi vista.
O público acompanha boa parte do primeiro ato pelo olhar assustado de Fabiana, que, mesmo apaixonada, começa a se sentir ameaçada, seja pelas suspeitas crescentes de um possível assassinato ou por estranhos barulhos na residência afastada. Uma assombração em busca da revelação de sua morte violenta? Um protagonista que coleciona relacionamentos e sumiços de namoradas? Baiz trabalha essas possibilidades com maestria, com pitadas discretas como o simples olhar que Adrián deixa escapar para o espelho do bar na cena inicial, como se o reflexo já evidenciasse a sua falta de transparência ou como se o espelho nem sempre deve ser considerado apenas um instrumento de vaidade.
Funcionando como um thriller com vestimenta hithcockiana, o longa reserva ao público três interessantes reviravoltas, sendo que a segunda é extremamente angustiante pela situação apresentada. Indo além da claustrofobia, transmite na verdade uma incômoda sensação de tafofobia ao espectador ou a imagem de um espectro, condenado-o a vagar em seu último leito, enquanto observa a rotina dos demais. É um texto com muitas perspectivas, construído em uma narrativa sólida e condizente com o terror solitário apresentado.
Orquestrada com inteligência, a trama mantém o público bem próximo, atônito e impiedoso, sem fazer uso de qualquer recurso apelativo para transmitir insegurança. As boas atuações auxiliam na dinâmica, ao permitir que as testemunhas realmente se preocupem com o destino das personagens, mesmo que todas revelem alguns leves desvios de caráter. Possessividade e entrega se confundem no último ato, sobrando pouco espaço para o arrependimento. Com muita ousadia, Baiz comanda cada objeto de cena e personagem secundário de maneira cuidadosa para o complemento de seu pesadelo acordado, mantendo à exposição somente a ingenuidade de suas marionetes – e isso inclui o próprio espectador, preso a um ambiente oculto.
Me perdoem mas…que filme ruim!
A premissa é muito boa, mas mal aproveitada. Vale 3 caveiras, no máximo.
PS: A cena de transição entre o primeiro e segundo ato é horrível (mostrando um “espírito” da mulher aprisionada).
Só eu que não entendi o final, vai ter o 2?
Comecei a ler a Resenha, pois estava com uma puta vontade de ver um filme de terror ou suspense novo. Segui o que você pediu, não terminei de ler a resenha, não li a sinopse, não vi o trailer e ignorei as imagens, E ACREDITE… EU NÃO ME ARREPENDI.
Filme incrível, bem diferenciado, e bem divertido também, fiquei com varias coisas na cabeça ao longo do filme, tentando desvendar o tal mistério.
Spoilers —- Depois que a policia foi na casa do Adrián, jurava que ele havia sequestrado a Bélen em algum porão, ou ate mesmo quarto… Mas não, percebemos que Adrián realmente amava a Bélen, e que foi ela que fez a borrada sozinha, foi uma revira volta incrível!!! —- Spoilers
Recomendo o Filme, inclusive, me recomendem filmes de terror? Já assisti vários, acho difícil falar um que eu não tenha visto kkkkk
Obrigado!
Resenha perfeita. Tinha esse filme já há algum tempo, porém não me interessei em assistir. Ao ver a matéria decidi dar uma chance ao filme e fiz o que me foi recomendado: não terminei de ler a resenha nem vi nada sobre a obra. E que filme! Um dos melhores que já vi. Sou leitor ávido do site e poucas vezes comentei, mas achei que nesse filme eu devia comentar e parabenizar pelas 5 caveirinhas!
Esse filme é ótimo, um dos melhores que já vi!