Sanatorium – Mistérios na Noite (2013)

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Sanatorium - Mistérios na Noite
Original:Sanatorium
Ano:2013•País:EUA
Direção:Brant Sersen
Roteiro:Brant Sersen
Produção:Jonathan Goldsmith, Brant Sersen
Elenco:Don Fanelli, Charlie Fersko, DJ Hazard, Lauren Hunter, Tim Martin, Megan Neuringer, Katherine Puma, Ben Rodgers

O ano de 2019 começou mal para os fãs de Horror com o lançamento de O Manicômio, produção alemã, dirigida por Michael David Pate, envolvendo um grupo de youtubers que deseja passar a noite em um hospital psiquiátrico abandonado. Com personagens desagradáveis e uma reviravolta de difícil digestão, o filme, ao estilo found footage, justificou seu desaparecimento quase imediato dos cinemas – embora não tenha justificado sua estreia! O que muitos insanos que foram ao cinema não sabiam é que alguns anos antes foi realizado um longa com a mesma temática (e com mais clichês), mas muito melhor em praticamente todos os quesitos e que se encontra disponível na Amazon Prime Vídeo apenas dublado com o título Sanatorium – Mistérios na Noite.

Com direção e roteiro de Brant Sersen, o filme faz parte das produções da After Dark Films, que distribuía trabalhos independentes através do festival After Dark Horrorfest, também conhecido como 8 Films to Die For. Dessa parceria vieram longas interessantes como Renascido das Trevas (2015), Sentimentos Mortais (2011), Fertile Ground (2011), O Espantalho (2011), A Armadilha (2010), A Final (2010), The Reeds (2010), Lentes do Mal (2009), Perkins´14 (2009), Lake Mungo (2008) e tantos outros. Entre as produções acima da média vale mencionar (A) Fronteira (2007), Maldição (2005) e Almas Reencarnadas (2005). Lançados em boxes com as oito produções do ano anterior, o festival ficou alguns anos inativo até retornar em 2017 para disponibilizar os filmes de 2015, mas parou por aí. Sanatorium fez parte das produções de 2013!

Na trama, uma equipe de produção de um programa de investigação paranormal, intitulado Rastreadores de Fantasmas (Ghost Trackers), decide comemorar a centésima edição em uma visita ao assombrado Hillcrest Sanatorium, famoso pelo relato de 1000 mortos, vítimas de tuberculose, e dele ter abrigado um assassino que, na noite da Virada do Ano de 1955, assassinou três crianças enquanto dormiam e depois se suicidou. Conhecido pela sensibilidade na identificação de locais malditos, o grupo consegue autorização para passar a noite no hospital com a ajuda do segurança Irwin Stacks (DJ Hazard), na madrugada da Virada do Ano, e faz um tour em sua companhia, com explicações sobre os principais acontecimentos do ambiente.

 

A equipe é composta pelo apresentador do programa, Tyler (Ben Rodgers), sua esposa que acaba de descobrir que está grávida, Samantha (Kate Riley), pelo metido a engraçadinho Mark (Don Fanelli), o cinegrafista Cole (Justin Purnell) e pela editora e especialista em tecnologia Bridget (Megan Neuringer). Como de praxe no estilo, eles espalham câmeras e sensores de movimento pelos locais mais sinistros, como a ala das crianças e o quarto do assassino Richard Howell, e se separam em duplas, deixando apenas Bridget para observá-los pelos monitores. Como os fantasmas não se manifestam, eles começam a provocá-los, usando gravador e fazendo perguntas, principalmente Tyler, que espera que o centésimo programa seja realmente especial.

Lentamente as coisas começam a acontecer. Sons estranhos, um movimento fora do comum, sensações de calor e toque…desaparecimentos. Tudo já foi visto antes em filmes bem melhores como Fenômenos Paranormais e sua continuação, e até no excepcional Session 9, porém, diferente do terrível O Manicômio com personagens irritantes e suas ideias infantis, você ainda irá se preocupar com o destino do grupo. Até mesmo o mais bobo deles, Mark, assume seu medo e passa a ser um dos primeiros a pedir que o grupo abandone o hospital, temendo que algo ruim realmente possa acontecer. Pelo prólogo apresentado, já é possível antecipar o resultado, consciente de que se trata de um found footage raiz, com a fórmula didaticamente seguida.

 

Sem muitas novidades quanto à locação, uma vez que o sanatório permite bons arrepios como era de se esperar, Sanatorium reserva alguns bons momentos como a tradicional cena da aparição dos corpos e as vozes gravadas de algumas crianças. De resto, é um entretenimento rasteiro, sem surpresas, que transmite a sensação de já se ter visto tudo antes, mas que não incomoda e pode até empolgar os que não são tão íntimos com o estilo.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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