Daybreak (2019)

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Daybreak
Original:Daybreak
Ano:2019•País:EUA
Direção:Michael Patrick Jann, Brad Peyton, Sherwin Shilati, Kate Herron, Mark Tonderai
Roteiro:Aron Eli Coleite, Ira Madison III, Brad Peyton, Brian Ralph, Calaya Michelle Stallworth, Emily Fox, Jenn Kao, Andrew Black
Produção:Michael J. Malone, Bruce Dunn
Elenco:Colin Ford, Alyvia Alyn Lind, Sophie Simnett, Austin Crute, Cody Kearsley, Jeanté Godlock, Gregory Kasyan, Krysta Rodriguez e Matthew Broderick

Com sua política de lançar diversos produtos ao mesmo tempo, mantendo o interessante em forma de vórtice de seus consumidores, a verdade é que acompanhar uma série nova da Netflix hoje em dia tem sido um tiro no escuro. Ainda que a plataforma entregue com frequência produtos razoavelmente bons e vez ou outra um de excelência, a verdade é que hoje o catálogo está abarrotado de produções medianas e cansativas em seu lado ficcional. E quando se trata do engajamento em agradar e retratar o público jovem e moderno da geração Z, o buraco é ainda mais embaixo, onde praticamente todo enlatado adolescente do serviço de streaming segue quase sempre os mesmos padrões, mudando em geral o pano de fundo, mas sempre apostando numa mesma fórmula que varia entre jornada de superação e romance. E Daybreak não está muito distante disso.

Baseada na obra de Brian Ralph, Daybreak é mais uma comédia em um cenário de horror pós-apocalíptico zumbi. Após conflito mundial repleto de ataques biológicos em larga escala que ninguém sabe explicar como começou, apenas jovens com menos de 19 sobrevivem, enquanto os adultos se tornaram zumbis com fome de sangue, recitando repetidamente o último pensamento presente em suas cabeças antes da transformação. Nesse contexto, somos apresentados a Josh, um canadense morando nos EUA que, graças aos aprendizados de sobrevivência do pai, está extremamente feliz com o fim do mundo, o que nas palavras dele, “Foi a melhor coisa que aconteceu”.

A motivação de Josh ainda assim existe. Ele está a procura de sua namorada desaparecida, montando um verdadeiro plano de amor para quando encontrá-la. Durante esse caminho, Josh entra em confronto com a tribo dos atletas comandados pelo implacável Turbo, e ao encontrar o samurai Wesley e a piromaníaca Angelica, seu caminho solitário acaba de maneira forçada, dando espaço a já tradicional jornada de amadurecimento e superação daquilo que virá com o trio de protagonistas.

Sim, Daybreak é mais uma série de adolescentes, mais uma série de zumbis, mais uma série pós-apocalíptica, mais uma série de humor com horror, mais uma série de jornada de amadurecimento e, ainda assim, consegue a proeza de com poucos elementos novos nos divertir. Até bastante!

O elenco é extremamente carismático. A trilha sonora marcante. A ideia de adolescentes divididos em tribos temáticas é hilária, principalmente quando uma é somente para fãs das Kardashians. E o humor é dividido entre tiradas sensacionais que funcionam de forma rápida e coisas baratas a longo prazo que são rasas e constrangedoras.

Referências também existem a rodo por obras clássicas de onde Daybreak bebe da fonte a exaustão. Desde o cenário estilo Mad Max com uma Cúpula do Trovão chamada de American Ninja Idol (e que gera um dos momentos mais inesquecíveis da temporada), até a quebra da quarta parede clássica de Curtindo a Vida Adoidado, incluindo ainda a presença simplesmente muito bem construída de Matthew Broderick – o nosso inesquecível Ferris Bueller – vivendo Burr, o diretor da escola onde os garotos estudavam antes do começo do fim.

Aliás, a quebra da quarta parede é exageradíssima no primeiro episódio, mas nos acostumamos com ela já no segundo. E no episódio de Wesley, onde a narração é feita por RZA, rapper do Wu-Tang Clan, isso chega no ápice do bom gosto.

Mas as falhas também são marcantes. Daybreak tem um ritmo explosivo em seu começo, mas em seguida preza pela inconstância até a tentativa de construção de um final épico, com apenas um acontecimento ou outro sendo interessantes no meio. As reviravoltas também são fracas. E adoramos os protagonistas rápido, mas tirando Josh, nenhum é exatamente bem construído. Por vezes, os personagens coadjuvantes de Sam, Turbo, Eli (cujo desfecho pobre revolta após criarmos ligação) e o excelente time de golfe soam mais interessantes que o trio principal às vezes.

No fim das contas, Daybreak cumpre aquilo que propõe, divertir sem exigir um comprometimento ou prometendo uma revolução na forma de contar uma história com elementos tão batidos. Ainda que o padrão comum Netflix relacionado a juventude esteja aqui, matar um tempo com essa série tem seu valor enquanto outra chuva de produtos incontáveis do serviço vão se acumulando na sua lista.

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Samuel Bryan

Jornalista, acreano, tão fã de filmes, games, livros e HQs de terror, que se não fosse ateu, teria sérios problemas com o ocultismo. Contato: games@bocadoinferno.com.br

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