3.1
(8)

Cadáver
Original:Kadaver
Ano:2020•País:Noruega
Direção:Jarand Herdal
Roteiro:Kristian Strand Sinkerud, Espen Horn
Produção:Kristian Strand Sinkerud, Espen Horn
Elenco:Gitte Witt, Thomas Gullestad, Thorbjørn Harr, Maria Grazia Di Meo, Gjermunde Gjesme, Tuva Olivia Remman, Kingsford Siayor, Jonatan Rodriguez

O cinema fantástico norueguês, que já nos trouxe obras singulares como O Caçador de Troll, Thelma, a duologia Zumbis na Neve, e a franquia Presos no Gelo, agora entrega um  produto o mais genérico possível, nesta produção pós-apocalíptica que a Netflix lançou em outubro em seu catálogo. Em seu segundo longa-metragem, o diretor Jarand Herdal, que também assina o roteiro, abre Cadáver com um cenário que remete a um pós-desastre nuclear, seja pelas manchetes dos jornais espalhados pela semidesértica cidade, seja pela fotografia dessaturada que aplica um tom azulado ao céu urbano, provavelmente causado pelo inverno nuclear.

Neste cenário desolador, encontra-se abrigada num casarão o núcleo familiar composto pela ex-atriz Leonora ou Leo (Witt), seu esposo Jacob (Gullestad) e a filhinha do casal, Alice (Remman). Com a fome – e os pesadelos – sendo companheiros constantes da família, que, assim como os demais “sobreviventes”, não sabe o dia de amanhã, é com um misto de esperança inocente que ela recebe nas ruas o anúncio de um espetáculo teatral, que incluirá, além da peça, um banquete. Atraídos pelo convite tanto por conta do jantar oferecido, como também pelo aspecto lúdico para Leonora, que é atriz, e sua filhinha, que fica encantada com a magia do Teatro, os três partem para o programa, que se passará num enorme hotel no centro da cidade. Entretanto, logo fica claro que nada é o que parece.

No tal hotel, o longa concentra seus maiores esforços narrativos e visuais: a estética construída, com tons carregados no vermelho, cor sempre associada ao proibido e ao misterioso, é o ponto alto do filme. No espetáculo, conforme explica o gerente e anfitrião da atração (Harr), o elenco apresentará cenas por todo o espaço do hotel, onde os espectadores serão convidados a explorar todos os cômodos e corredores, sendo que deverão utilizar máscaras em seu rosto, de modo a não serem confundidos com as personagens e os atores que as interpretam.

A partir daí, uma premissa instigante que poderia tomar outros rumos acaba saindo pelo caminho mais óbvio e aborrecido. A menina Alice desparece no local, e seus pais iniciam uma busca pela filha, com resultados que não conseguem atingir nem o choque (os corredores subterrâneos) nem uma eventual reflexão (“o que nos difere de animais”), restando a impressão constante de que o roteiro fica indeciso se parte para um caminho psicológico (as visões de Leonora) ou ao gore (o que se passa no “açougue“). Contribuí ainda para o mau desenvolvimento do longa as performances frias do elenco principal, que pouco cativam ou causam empatia. Resta, com isso, mais um produto genérico lançado em streaming, que logo, cairá no esquecimento.

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Média da classificação 3.1 / 5. Número de votos: 8

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2 Comentários

  1. Eu lembro quando assisti esse filme. Ele pode não ser genial, mas eu achei essa ideia de um líder maléfico, botando as pessoas numa sinistra peça imersiva, na qual até canibalismo tem, bem interessante. Pode ser que as personagens tenham sido um pouco “sem sal”, digo, elas não serão memoráveis, mas não reprovo.

  2. Criei uma expectativa enorme sobre esse filme e o final me decepcionou. Tinha roteiro para ser um filme diferenciado, mas o final estragou tudo.

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