Viagem ao Fundo do Mar: O Ataque da Aranha Monstruosa (1966)
![]() ![]() Viagem ao Fundo do Mar - O Ataque da Aranha Monstruosa
Original:Voyage to the Bottom of the Sea - The Monster´s Web
Ano:1966•País:EUA Direção:Justus Addiss Roteiro:Peter Packer, Al Gail, Irwin Allen Produção:Irwin Allen Elenco:Richard Basehart, David Hedison, Peter Mark Richman, Allan Hunt, Del Monroe, Robert DowdellBarry Coe, |
Os anos 1960 foram palco de uma grande quantidade de séries de televisão com temática de ficção científica e horror que povoaram durante anos o imaginário dos fãs com seus incríveis mundos de fantasia. Em especial, um lendário e veterano produtor falecido em 02/11/1991 aos 75 anos de idade, Irwin Allen, foi o responsável por quatro das mais divertidas séries do gênero fantástico de todos os tempos.
São elas: Viagem ao Fundo do Mar (Voyage to the Bottom of the Sea, 1964/68), Perdidos no Espaço (Lost in Space, 1965/68), Túnel do Tempo (The Time Tunnel, 1966) e Terra de Gigantes (Land of the Giants, 1968/69).
Em Viagem ao Fundo do Mar, um poderoso submarino atômico chamado “Seaview” tem a importante missão de salvar o mundo de uma ameaça da natureza, a incineração do planeta devido à radiação provocada por um cinto espacial recém descoberto. A tripulação era formada por militares e civis que viajavam à bordo do submarino para realizar pesquisas e missões militares especiais. Seu comando era do Almirante Harrigan Nelson (Walter Pidgeon, de Planeta Proibido, 1956), juntamente com os demais oficiais, o Capitão Lee Crane (Robert Sterling), o Comandante Lucius Emery (Peter Lorre, de O Corvo, 1963), a psicóloga Dra. Susan Hiller (Joan Fontaine), a Tenente Cathy Connors (Barbara Eden, da série de TV da década de 1960 Jeannie é um Gênio), o cientista civil Miguel Alvarez (Michael Ansara), e o Tenente Chip Romano (o cantor pop Frankie Avalon). O filme foi um grande sucesso e impulsionou Allen a transformá-lo em série de televisão, motivado pelo baixo custo de produção (exigência dos executivos da Fox) e por economizar nos gastos utilizando muito material aproveitado do filme, como cenários e maquetes das naves.
Para a série foram chamados outros atores, com exceção de Del Monroe e Mark Slade, os únicos a participarem de ambas as produções. Monroe era o marujo Kwoski do filme e passou a ser Kowalski na série, um tripulante com bastante destaque em vários episódios. Slade participou apenas do primeiro ano da série como o marujo Malone.
Para o papel do Almirante Nelson foi convocado o ator shakespereano Richard Basehart, o imediato em comando Capitão Crane ficou para David Hedison (de O Mundo Perdido, 1960), o chefe Chip Morton foi interpretado por Bob Dowdell, e o chefe Francis Sharkey ficou para Terry Becker.
A série teve 110 episódios de 50 minutos de duração cada, num total de 4 temporadas produzidas entre 1964 e 1968. A primeira temporada foi produzida em preto e branco e as histórias eram mais “sérias“, abordando temas de espionagem, sabotagem e thrillers psicológicos. Pressionado para aumentar os índices de audiência, Irwin Allen modificou o estilo dos episódios a partir do segundo ano e houve a inclusão de cores e as histórias agora eram mais “fantasiosas“, apresentando uma enorme variedade de monstros de todos os tipos, das profundezas desconhecidas dos oceanos à imensidão do infinito e inexplorado espaço sideral, além de fantasmas, assombrações e alienígenas hostis.
Foi acrescentado também uma nave futurista (a série era ambientada num futuro próximo à sua época de produção, algo em torno de 1980, o que curiosamente já é um passado distante para nós) chamada de “Sub-voador“, responsável pelas missões que necessitavam de maior flexibilidade nas ações, já que é um veículo pequeno que voa e navega sob as águas com a mesma performance.
Viagem ao Fundo do Mar é muito lembrado pelos fãs por seus episódios recheados de situações absurdas, com roteiros inverossímeis introduzindo uma imensa diversidade de monstros, alienígenas e cientistas loucos, em histórias super divertidas com efeitos especiais toscos. Ou seja, o tipo de histórias que adoramos e que proporcionam o mais puro entretenimento, despertando um saudoso sentimento de nostalgia. Para exemplificar bem o assunto, vale relembrar um episódio em especial que se encaixa perfeitamente nesse estilo. Trata-se de “O Ataque da Aranha Monstruosa” (The Monster´s Web), que tem um título bem apropriado e com o qual já se imagina como será o roteiro.
Um submarino de testes está realizando uma perigosa experiência com um novo e poderoso combustível explosivo que permitiria atingir grandes velocidades. Comandados pelo Capitão Gantt (Mark Richman), o criador do combustível, e seu imediato Chefe Balter (Barry Coe), o submarino sofre um acidente e choca-se contra uma enorme teia de aranha no fundo do mar (!), destruindo parte de seu casco e matando vários marinheiros. O Capitão Gantt salva-se milagrosamente e junta-se aos tripulantes à bordo do Seaview, um submarino nuclear altamente moderno, que foi convocado para averiguar o incidente militar.
A missão do Seaview é resgatar alguns cilindros com combustível que ficaram presos no submarino avariado, antes que os mesmos possam causar alguma explosão no fundo do mar com consequências de extrema gravidade. Sendo assim, o Almirante Nelson (Richard Basehart) parte no sub-voador numa missão de resgate formando um grupo com Gantt e o mergulhador Riley (Allan Hunt). Ao chegarem e recuperarem o combustível, eles são surpreendidos por uma gigantesca aranha aquática, maior que o próprio Seaview, que os ataca e prende o sub-voador em suas imensas teias. Uma equipe de mergulhadores do Seaview parte para o resgate, liderada pelo Capitão Crane (David Hedison) e após uma série de aventuras e confrontos com o enorme ser aracnídeo, o monstro peludo submarino (como em todos os episódios, sem exceção) é destruído num ataque com uma arma composta pelo poderoso e devastador combustível em experiência.
Por esse argumento já pode-se notar como eram a maioria dos episódios de Viagem ao Fundo do Mar, ou seja, absurdos mas muito, muito divertidos, com seus monstros de borracha e efeitos especiais deficientes. A aranha submarina é um destaque bizarro, emitindo rugidos como se fosse uma imponente fera e com uma enorme e poderosa teia que foi capaz de capturar um submarino nuclear em alta velocidade.
O Seaview e o sub-voador são claramente maquetes de veículos aquáticos, mas confesso que gostaria de ser mais um de seus tripulantes e participar junto com o Almirante Nelson e o Capitão Crane das divertidas e perigosas missões especiais combatendo monstros, alienígenas e cientistas loucos que ameaçam a humanidade. .