3.3
(13)

Floresta do Mal: Caminho da Morte
Original:Wrong Turn 3: Left for Dead
Ano:2009•País:EUA, Alemanha, Bulgária
Direção:Declan O'Brien
Roteiro:Connor James Delaney
Produção:Jeffery Beach
Elenco:Tom Frederic, Janet Montgomery, Gil Kolirin, Christian Contreras, Jake Curran, Tom McKay, Charles Venn, Tamer Hassan, Charley Speed, Mike Straub

Em 2003, um grupo de jovens invadiu as florestas de West Virginia. Eles nunca mais foram vistos. Pelo menos, não nas continuações. Chris Flynn (Desmond Harrington), Jessie (Eliza Dushku), Scott (Jeremy Sisto), Carly (Emmanuelle Chriqui), Francine (Lindy Booth) e Evan (Kevin Zegers) fizeram o percurso errado e passaram a ser perseguidos por uma família de canibais, tendo como destaque um conhecido como Three Finger (no primeiro, interpretado por Julian Richings). Ao encontrar um cemitério de carros, eles notam que muitas outras famílias já fizeram parte do cardápio das criaturas deformadas, sem que a polícia consiga encontrar qualquer vestígio deles. Será que nenhum helicóptero sobrevoa a região? Com momentos de tensão e violência, além de referências a produções dos anos 70, Pânico na Floresta, de Rob Schmidt, saiu-se bem nas bilheterias e críticas, e incentivou a realização de uma parte 2.

Ela seria lançada diretamente em vídeo em 2007, sob a direção de Joe Lynch, para mostrar os realizadores de um reality show de sobrevivência apocalíptica, liderados pelo carismático Dale (Henry Rollins), tendo a mesma falta de sorte dos demais no confronto com os canibais, desta vez em número maior, mas destacando mais uma vez Three Finger (na pele de Jeff Scrutton) como principal identificação com a franquia. Novas referências, desta vez ao clássico O Massacre da Serra Elétrica, e apostando em cenas de humor, como a cena de sexo entre os canibais, Floresta do Mal (título que a distribuidora precisou usar depois que a PlayArte lançou um Pânico na Floresta 2 nada relacionado à franquia) é basicamente o primeiro, com altas doses de LSD, com exageros na violência gráfica, e deixando de lado as sequências de suspense. Também teve elogios que fomentaram o desenvolvimento de um novo filme.

Floresta do Mal: Caminho da Morte (Wrong Turn 3: Left for Dead) foi feito às pressas, com um lançamento já em 2009 também em vídeo. A direção ficou a cargo de Declan O’Brien, que também comandaria os próximos dois filmes, e o roteiro foi escrito por Connor James Delaney, com apenas este crédito nos cinemas. O argumento envolveu novamente um grupo de desavisados em um percurso na mesma floresta, sendo que desta vez boa parte é composta por prisioneiros, como se a ideia fosse se inspirar levemente no conceito de Um Drink no Inferno ao mostrar que até para pessoas ruins existem inimigos piores. Diferente dos outros dois anteriores, este foi bastante mal recebido, com críticas negativas que pontuavam os efeitos especiais, atuações e principalmente o argumento raso.

O longa começa com quatro jovens praticando rafting na região. Alex (Janet Montgomery), Brent (Charley Speed), Sophie (Louise Cliffe) e Trey (Jack Gordon) resolvem descansar à margem do rio até serem incomodados por Three Finger (desta vez, Borislav Iliev) com um arco e flecha. A sequência é tragicamente engraçada porque um dos rapazes coloca as mãos em um dos peitos de Sophie, respondendo a um elogio dela, e uma flecha atravessa as costas da garota, o seio e a mão do rapaz. Um novo disparo e globo ocular do rapaz é atingido e salta para fora como acontecera com o policial do primeiro filme. Um dos jovens corre pela mata não tão rápido quanto Jeremy Sisto até encontrar seu destino em uma armadilha dos canibais, tendo o corpo repartido em pedaços. Alex é a única sobrevivente.

Distante dali, em um presídio, os agentes se preparam para o transporte do criminoso Carlo Chavez (Tamer Hassan) para um outro, localizado em Hazleton. Entre os passageiros do ônibus de transporte, destacam-se também o ladrão de carros Crawford (Jake Curran), o neo-nazista Floyd (Gil Kolirin), Brandon (Tom McKay) e o policial infiltrado Willy (Christian Contreras), além dos que irão conduzir os bandidos, como o agente Nate (Tom Frederic) e Walter (Charles Venn). Pelo grau de importância da transferência, é estranho saber que não há viaturas acompanhando o procedimento. O percurso pede que o ônibus busque uma rota alternativa pelo velho moinho para evitar um possível resgate – daí sairia o tal Wrong Turn do título -, e precise parar numa delegacia local.

Durante o trajeto, o ônibus é atacado por Three Finger e sofre um acidente. Com a morte de alguns prisioneiros, logo os agentes e os criminosos percebem que estão sendo caçados na mata por duas criaturas deformadas, sendo que uma delas é o filho de Three Finger, chamado Three Toe (possivelmente seja o que nasceu no filme anterior, mas não há especificação de quanto tempo se passou entre as produções), que ajuda a colocar armadilhas para eliminar suas presas. Logo Alex irá encontrá-los, assim como descobrirão um carro-forte abandonado com dinheiro, e será preciso se unir para sair vivo dali sem sucumbir aos inimigos canibais ou à ameaça de Floyd e Chavez.

O principal problema deste Wrong Turn é sua espinha dorsal, isto é, o roteiro. Há muitas falhas em seu desenvolvimento, de modo que dificilmente o espectador irá se importar com os acontecimentos. Muitos desses problemas envolvem as facilidades do enredo, como o dos personagens facilmente se encontrarem nas matas, ou as desculpas para Chavez não matar Nate: “Ele conhece o caminho porque cresceu aqui“, mesmo com as várias tentativas de fuga do agente. Embora Three Finger conheça também a floresta, não há como justificar que esse canibal magro e frágil consiga se transformar em uma espécie de Rambo para enfrentar os humanos, muito mais fortes.

Por outro lado, dois equívocos do segundo filme foram sanados: as sequências improváveis de humor que diminuíam a intensidade das cenas de tensão; e a relação com Pânico na Floresta. Neste, os sobreviventes chegam a buscar a torre de rádio que fora incendiada pelos canibais para tirar Chris, Jessie e Carly de lá, o que é uma interessante ideia de revisitação de cenários. Podiam ter mostrado também a cachoeira, o cemitério de carros e até mesmo a casa em ruína dos canibais; e também os objetos de cena utilizados pelos realizadores do reality show do segundo filme, como a fábrica de produtos químicos.

Se não fossem os clichês e algumas ideias convencionais do roteiro, Wrong Turn 3 poderia ter se saído melhor. Pelo menos, a direção foi acertada, assim como alguns aspectos técnicos que envolvem as cenas de violência e morte, não sendo suficientes para uma avaliação positiva e nem mesmo uma justificativa para a realização de novos filmes. Contudo, uma nova produção foi realizada em 2011, com as intenções de contar as origens dos canibais, como se isso fosse preciso.

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2 Comentários

  1. Cara, eu aguardei análises desses filmes. KKK
    Está no meu top três, mesmo com tudo sendo ruim. O dilema dos prisioneiros, os policiais burros, os típicos clichês de terror são perdoáveis nesse filme. Além das cenas de mortes serem ridículas e mal elaboradas. É tão ruim que serve quase como uma comédia. Esse o 4 dão pra passar. Já os dois últimos conseguiram tornar quase insuportável o que já era bom por ser ruim. 🥲

  2. Um dos piores da franquia, ganha apenas do pavoroso sexto filme.

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