Spiderhead
Original:Spiderhead
Ano:2022•País:EUA Direção:Joseph Kosinski Roteiro:Rhett Reese, Paul Wernick, George Saunders Produção:Agnes Chu, Chris Hemsworth, Eric Newman, Rhett Reese, Jeremy Steckler, Geneva Wasserman, Paul Wernick Elenco:Chris Hemsworth, Miles Teller, Jurnee Smollett, Mark Paguio, Tess Haubrich, Daniel Reader, Sam Delich, Ron Smyck, BeBe Bettencourt |
Depois de um início relativamente promissor, onde somos apresentados a uma prisão em que os encarcerados são submetidos a testes com algumas drogas que mudam a percepção das coisas ao redor (por exemplo, fazer com que cenários desoladores sejam belos, que aumentam libido etc.), Spiderhead não cumpre o que trailer e os talentos envolvidos prometiam.
Na liderança desses experimentos temos um Chris Hemsworth (também produtor do filme) totalmente caricato, e Miles Teller (como o paciente/prisioneiro) com cara de nada, ganhando uns trocados pela Netflix.
Para um filme que se vende como suspense, não há suspense. A ficção científica é simplista demais, e o roteiro bobo não sabe aproveitar a locação e a proposta apresentada inicialmente. Não dá para levar a sério uma prisão em que não há guardas, não há controle e todos vivem em plena harmonia… Quando por fim surge um conflito, já no terço final do filme, ele é mal elaborado, clichê mesmo, fazendo com que os personagens percam qualquer resquício de veracidade e propósito.
Além disso, no prólogo final, há cenas ridículas demais (vide os pacientes querendo derrubar uma porta e a fuga do casal protagonista) que parecem filmadas às pressas, para terminar logo o filme e todos voltarem para casa a tempo do jantar.
Estranho que esse filme seja assinado por Joseph Kosinski, que fez o bacana Tron: O Legado (2010), o subestimado Oblivion (2013) e o novo Top Gun (2022), que está quebrando recordes de bilheteria. Apesar de não ser um diretor genial, ele se mostrou um artesão competente nos seus trabalhos anteriores, o que dificulta ainda mais compreender o aconteceu com Spiderhead, ou melhor, o que não aconteceu…
A produção ok, a trilha sonora espertinha com clássicos modernos e a presença de Jurnee Smollett (da série Lovecraft Country) não compensam a ausência de inventividade, tornando o filme um pastiche mal acabado de outros que foram bem mais fundo no tema. Fique, por exemplo, com a série Homecoming: De Volta à Pátria (2018), que tem a Julia Roberts na primeira temporada e a Janelle Monáe na segunda. A trama, envolvendo uma instituição de auxílio a soldados para retorno à vida civil que também realiza alguns experimentos, é tudo o que Spiderhead gostaria mas não teve a competência de ser.