Gonjiam: Hospital Maldito / Manicômio Assombrado (2018)

4.3
(13)

Gonjiam: Hospital Maldito / Manicômio Assombrado
Original:Gonjiam: Haunted Asylum
Ano:2018•País:Coreia do Sul
Direção:Jung Bum-shik
Roteiro:Jung Bum-shik
Produção:Kim Won-kuk
Elenco:Wi Ha-joon, Park Ji-hyun, Oh Ah-yeon, Moon Ye-won, Park Sung-hoon, Yoo Je-yoon, Lee Seung-wook, Park Ji-a

O Hospital Psiquiátrico Gonjiam, localizado na cidade Gwangju, na Coreia do Sul, só funcionou por cerca de quatro anos, tempo que foi mais que suficiente para “inspirar” lendas e histórias fantasmagóricas, que se tornaram a principal referência sobre o lugar. Construído em 1992 e tendo suas atividades encerradas em 1996, o antigo hospital, que foi demolido em 2018, desenvolveu sua fama nos anos seguintes ao seu fechamento, a partir de relatos de curiosos que visitavam suas ruínas em busca de uma aventura sinistra.

A partir desses relatos, criou-se todo um folclore sobre seus anos de funcionamento, envolvendo boatos sobre tortura de pacientes, experiências cientificas, mortes de pacientes e funcionários e coisas do gênero. Esses rumores foram responsáveis por tornar as ruínas do velho hospital em um destino para curiosos e viajantes, colocando-o, inclusive, no topo de uma lista de “dez lugares mais assombrados do mundo” relacionada pelo CNN Travel  há alguns anos. Abandonado desde 1996 e reivindicado pela natureza, a aparência do antigo hospital justificava sua fama mal assombrada e os arrepios que causava independentemente desse contexto peculiar.

O filme Gonjiam: Haunted Asylum se inspira nessas narrativas populares e satisfaz nossa curiosidade sobre o lugar, nos levando a um passeio por suas estruturas capengas e envelhecidas (ou algo próximo a isso, já que o filme não foi realizado nas ruínas originais).

A narrativa dá conta da sorte de sete jovens que mantêm o canal “Horror Time” no Youtube. Eles topam a aventura de realizar uma transmissão ao vivo no local no dia que marca o aniversário de fechamento do hospital, à meia noite, com o objetivo bem definido de alcançar um milhão de views. Ideia melhor que essa, só um reality show direto da casa do Michael Myers, em Haddonfield. Mas isso já foi feito, e não deu muito certo.

Mas o lance aqui é que esse Gonjiam é um filme muito, muito divertido. Ele dá medo. Tem suspense. Traz elementos de vários gêneros, predominando a estética do found footage, mas certamente não se limita a isso.

Apesar de um formato que acho, particularmente, difícil de engolir, mesmo com alguns bons exemplares que justificam a aposta nesse subgênero (Bruxa de Blair, [REC], Luzes de Phoenix), a direção de Jung Bum-shik cria atmosferas muito eficazes a partir da iluminação e elementos da cenografia, algo que vai além de portas batendo e objetos caindo.

Esses clichês, e outros, aliás, não só estão presentes como são tão bem utilizados que, realmente, podem até causar o efeito desejado no público.  A obsessão dos youtubers pela quantidade de views, super atual, parece justificar bem as motivações de alguns personagens em algumas situações-limite, algo que culmina num desfecho “ok” e esperado pelo público, infelizmente sem muitas surpresas.

Gonjiam: Haunted Asylum foi filmado nas instalações da National Maritime High School, na cidade de Busan, a segunda mais populosa da Coreia do Sul. O filme foi objeto de controvérsia e quase foi barrado na época de seu lançamento, pois o proprietário do prédio entendeu que a produção poderia prejudicar a venda da estrutura. A questão, inclusive, foi parar na justiça em 2018, com vitória dos realizadores. Dois meses após a decisão judicial, o edifício foi demolido.

Quanto ao filme, obteve boa recepção pela crítica e levou alguns prêmios da crítica especializada coreana, sendo os principais pela edição e som. Merecidamente. Após o boom dos found footages e se apoiando em uma ideia tão clichê (um asilo assombrado abandonado), Gonjiam: Haunted Asylum prova que o gênero ainda pode render bons produtos.

O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Média da classificação 4.3 / 5. Número de votos: 13

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.

Avatar photo

Pedro Emmanuel

Cearense, jornalista, quase geógrafo (ainda cursando), meio praieiro e ligeiramente antissocial. Minha viagem é aprender o máximo possível sobre a vida e sobre a morte, e assim ir assimilando alguns mistérios da existência. Vivo como se fosse um detetive, mas minha mente vagueia muito. Sou fã de Star Trek, Jefferson Airplane, e do Massacre da Serra Elétrica original.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *