Possuída: O Início (2004)

4.1
(8)

Possuída 3: O Início
Original:Ginger Snaps Back: The Beginning
Ano:2004•País:Canadá
Direção:Grant Harvey
Roteiro:Christina Ray, Stephen Massicotte
Produção:Paula Devonshire, Grant Harvey, Steven Hoban
Elenco:Katharine Isabelle, Emily Perkins, Nathaniel Arcand, JR Bourne. Hugh Dillon, Adrien Dorval, Brendan Fletcher, David La Haye, Tom McCamus

Houve a intenção de lançar Possuída: O Início nos cinemas com um intervalo pequeno em relação ao anterior, Possuída 2: Força Incontrolável. No entanto, os produtores não imaginavam que o segundo filme fosse ser um fracasso nas bilheterias, e, mesmo com os bons comentários em sua passagem pelo Fantasia International Film Festival, a trilogia foi encerrada diretamente em vídeo, em agosto e setembro de 2004. Se fosse lançado nos dias atuais, provavelmente teria um efeito parecido com Rua do Medo, alcançando os streamings e crescendo em sua popularidade. Não é um filme ruim, mas tem um roteiro mais linear e raso, apesar do contexto e ambientação serem bem interessantes.

O longa se passa em 1815, no Canadá. As irmãs Brigitte (Emily Perkins) e Ginger Fitzgerald (Katharine Isabelle) sofrem com o rigoroso inverno, enquanto atravessam uma região florestal a cavalo. Ao cruzarem com uma vidente em um acampamento indígena abandonado, recebem a profecia: “matem o garoto ou uma irmã irá matar a outra.” Quando o cavalo foge e Brigitte fica presa presa a uma armadilha de ursos, elas conseguem a ajuda do Caçador (Nathaniel Arcand), que as conduzem ao Fort Bailey para se abrigar. Recebidas com hostilidade pelos homens locais, como James (JR Bourne) e o Reverendo Gilbert (Hugh Dillon), Brigitte é curada com o apoio do médico Murphy (Matthew Walker).

Durante a noite, atormentada por um pesadelo recorrente, Ginger encontra um garoto em processo de transformação em lobisomem, mantido preso em um quarto – com uma boa maquiagem -, e é mordida. Começa a sofrer dos sintomas iniciais de transformação, enquanto o Fort passa a sofrer ataques das criaturas que circundam o lugar. Em um dos momentos mais interessantes, quando as duas tentam fugir do local, são presas em um celeiro com um lobisomem e precisam lutar para sobreviver aos ataques da criatura. Tendo apenas o Caçador como ajudante, talvez o único meio de tentar uma cura seja buscar um encontro consigo mesma através da ajuda da vidente, evitando que os locais descubram que Ginger está infectada.

A boa ambientação é um dos pontos altos da produção, mesmo que não esconda suas limitações técnicas, como a de esconder as criaturas até a sequência final. Sem muitas surpresas no roteiro de Stephen Massicotte e
Christina Ray para a direção apenas adequada de Grant Harvey, Possuída: O Início é mais pé no chão, sem muita profundidade. É estranho ver as irmãs, com o mesmo nome de suas personagens do primeiro filme, mas sem os aspectos que a tornaram diferentes, como o gosto pela morte e o pessimismo. São apenas mulheres normais, com um passado misterioso, e surgindo para trazer a desgraça para os sobreviventes do Fort.

O longa até dialoga com o original ao mostrar o uso das sanguessugas, um fato medicinal mencionado pelas meninas no primeiro filme, mas não vai além de uma história de lobisomem bem ambientada, que não funciona como parte de uma trilogia e nem tem os mesmos méritos dos outros dois filmes. De todo modo, é sempre bom rever esses filmes que marcaram positivamente o início do novo milênio, resgatando os lobisomens como monstros lendários da história do cinema de horror.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

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