Horror in the High Desert 2: Minerva
Original:Horror in the High Desert 2: Minerva
Ano:2023•País:EUA Direção:Dutch Marich Roteiro:Dutch Marich Produção:Dutch Marich Elenco:Laurie Felix Bass, Suziey Block, Brooke Bradshaw, C.R. Brough, Trisha Goulter, Solveig Helene, Christine Martin, Brian McPherson, Eric Mencis, David Nichols Jr., Marco Antonio Parra |
“… e lá estava meu pai com uma espingarda e minha mãe, e eles estavam olhando pela janela. Eles estavam gritando, e eu ouvi minha mãe perguntar: ‘Que tipo de pessoas estariam caminhando tão longe?’. E meu pai disse: ‘Eu não acho que sejam pessoas.'”
Retornar ao deserto era só questão de tempo. Não que o primeiro filme tenha sido uma revolução no subgênero dos vídeos encontrados (found footages) e falsos documentários (mockumentary), mas permitiu que o bichinho (ou o ermitão da cabana?) da curiosidade mordesse o espectador para saber como seria o próximo capítulo. Horror in High Desert 2: Minerva, também com roteiro e direção de Dutch Marich, partiu para um caminho mais oportunista ao explorar outras pessoas desaparecidas para, por fim, estabelecer a conexão com o original. Isto é, em vez de responder às perguntas e propor um A Bruxa de Blair, com uma equipe saindo em busca da cabana vista no final do primeiro filme, ele resolveu ampliar a mitologia proposta com um novo documentário, com mais gravações aterrorizantes, vítimas e referências ao que parece ser um culto.
Horror in High Desert teve como inspiração o caso real do mochileiro Kenny Veach, que, em 10 de novembro de 2014, apresentou seu último registro em vídeo, depois de ter sido incentivado por seu público a visitar uma estranha caverna em formato de “M” e que havia lhe transmitido sensações ruins. Sem qualquer vestígio do aventureiro, criaram-se várias teorias malucas e motivações para expedições com o propósito – mais do que encontrar Kenny – de chegar ao local maldito. O longa de 2021, filmado durante a pandemia do coronavírus, é um falso documentário sobre o desaparecimento de Gary Hinge (Eric Mencis), com entrevistas de parentes e conhecidos, alguns registros de gravações, até o último, descoberto nos momentos finais, e que trazia o que parece ser uma pessoa desfigurada habitando uma cabana isolada. Houve a sugestão de que se formariam grupos de busca com youtubers, o que poderia configurar um bom horror contextualizado a partir de uma lenda urbana.
No entanto, o caminho escolhido na primeira continuação foi outro. Começa com um passeio pelo deserto, com a câmera em primeira pessoa e os relatos do cineasta Daniel Prince, que teria feito o documentário sobre o desaparecimento de Gary, estimulando aventureiros e até paraquedistas na busca por pistas que pudessem elucidar o mistério. Mas, um ano após os registros do longa, mais precisamente em 28 de setembro de 2018, uma jovem foi encontrada morta, trancada em um trailer isolado, na saída da Rodovia 50 – uma ligação para a polícia expôs gemidos e um pedido de ajuda não verbal.
A jornalista Gal Roberts (Suziey Block), que fez a cobertura do desaparecimento de Gary, acaba se envolvendo nesse novo mistério, desta vez para compreender o que teria acontecido com Minerva (Solveig Helene), na cidade de Cypress, Nevada. Várias questões são apresentadas nos relatos da amiga Cathy (Sami Sallaway), com quem ela trocava vídeos, do paramédico Luke Wells (David Nichols Jr.), o primeiro a encontrá-la, além de uma residente local, Dolly Broadbent (Laurie Felix Bass), entre outras pessoas. Além das gravações que a própria Minerva fazia à amiga, os arrepios são despertados por outros registros, como os encontrados numa bolsa, juntamente com pinturas bizarras de cultos, pessoas gritando, árvores com rostos e entidades na floresta.
Esses vídeos, alguns até longos, mostram as ações do ponto de vista de quem provavelmente irá matar a garota. Caminhadas por ambientes escuros, um porão abaixo do trailer com rádio soando mensagens religiosas, formação de ossos no vislumbre de uma referência a um deus, talvez, acompanhadas de murmúrios do estranho. Entrecortados com os comentários de Gal e Cathy, os registros sinistros mostram outras vítimas, como Charity Henderson (Trisha Goulter), desaparecida no final dos anos 90, como se tivesse sido oferecida a algo, e uma outra moça, cujo veículo teve pane nas redondezas. Ao procurar por Ameliana (Brooke Bradshaw), um dos polícias encontra uma casa velha.
Como se nota, o longa é bem mais movimentado que o anterior. Mais gravações, algumas somente em áudio, vultos e vozes, uma entrada no que parece ser o último local em que Gary esteve, depoimentos e informações históricas ampliam o terror apresentado no primeiro filme. Irá realmente decepcionar quem espera por respostas – uma terceira parte já está em desenvolvimento -, mas é uma produção assustadora e curiosa, bem dinâmica e interessante, que merece ser vista pelos fãs de found footage e mockumentaries, e principalmente por quem aprecia lendas urbanas e relatos assombrosos.
O filme é fera.
Sinceramente achei ruim, gostei do primeiro, mas nesse ficou parecendo que o diretor vai transformar a franquia em um caça níquel sem fim e vai fazer um milhão de continuações sem respostas, sempre mostrando no final de cada uma, que no próximo filme alguém vai, finalmente, achar a tal cabana, só que obviamente, vai só enrolar cada vez mais.