Tin & Tina (2023)

4.5
(6)

Tin & Tina
Original:Tin & Tina
Ano:2023•País:Espanha, EUA, Romênia
Direção:Rubin Stein
Roteiro:Rubin Stein
Produção:Olmo Figueredo González-Quevedo
Elenco:Milena Smit, Jaime Lorente, Carlos González Morollón, Anastasia Russo, Teresa Rabal, Sergio Ramos, Joserra Leza, Luis Perezagua, Antonio Figueredo Manrique, Chelo Vivares, Ruth Gabriel

Logo após terminar a cerimônia de seu casamento, Lola (Milena Smit) sofre um aborto espontâneo e recebe a notícia de que não poderá mais ter filhos. Arrasada com a notícia, ela e o marido (Jaime Lorente) vão até um orfanato católico dirigido por freiras para adotar um filho. Neste momento, Lola se encanta por uma melodia tocada no órgão da capela pelos irmãos Tin e Tina. O casal decide, então, ao invés de adotar um recém-nascido, levar as duas crianças para casa.

Apesar do estranho aspecto dos pequenos (pele branquíssima e cabelos claros, lembrando as crianças de A Cidade dos Amaldiçoados, de 1995), elas se mostram muito simpáticas, educadas e carinhosas. O problema surge quando, já que criados sob os rígidos dogmas do catolicismo, elas começam a aplicar (ao pé da letra) os preceitos religiosos em sua nova casa, com consequências aterradoras.

A originalidade do roteiro em colocar duas crianças que creem literalmente nas passagens bíblicas e em seus ensinamentos sem nenhuma interpretação é ótima, mas é uma pena que a premissa não tenha encontrado uma realização à altura.  A direção do novato Rubin Stein (também autor do roteiro) poderia aproveitar melhor as situações propostas, injetando horror e tensão tal qual um Brian DePalma ou William Friedkin fizeram nos seus melhores trabalhos.

A interpretação do casal protagonista também não ajuda e se mostra um tanto quanto exagerada, principalmente de Milena Smit, que não tem o cacife necessário para viver um papel cujo desempenho é primordial para o envolvimento pleno da situação proposta, já que tudo se passa sob a sua ótica.

Em suma, o desenvolvimento do filme é irregular (culpa da direção sem estilo e pouco rebuscada), com algumas situações até que bem feitas (a morte do cão e, principalmente, a cena do batismo) e outras que beiram o amadorismo (o incêndio é risível de tão ruim).

Diminuindo o senso crítico, esse filme espanhol disponibilizado na Netflix pode funcionar como uma diversão passageira, na escassez de um filme de terror melhor. O longa tem como pontos fortes a originalidade da premissa, algumas boas cenas de suspense e a composição dos atores mirins. As duas crianças estão muito bem, principalmente Tina (Anastasia Russo), cuja vivacidade e o brilho da interpretação ofuscam os adultos em cena. Por elas, vale a pena ver o filme e pensar numa continuação (ou refilmagem) com mais inspiração e talento.

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Ricardo Gazolla

Formado em Direito e trabalhando no setor privado, apaixonado por cinema desde a infância quando assistiu Os Goonies (1985) na tela grande. Sua predileção pelo horror começou um pouco depois ao conhecer em VHS A Hora do Pesadelo (1984), Renascido do Inferno (1987) e A morte do demônio (1981). Desde então o cinema se tornou um hobby, um vício socialmente aceito, um objeto de estudo, um prazer público e, agora, no site Boca do Inferno, uma forma de comunicação com as pessoas.

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