 Duna
Original:Dune
Ano:1984•País:EUA, México Direção:David Lynch Roteiro:David Lynch, Frank Herbert Produção:Raffaella De Laurentiis Elenco:Kyle MacLachlan, Virginia Madsen, Francesca Annis, Leonardo Cimino, Brad Dourif, José Ferrer, Linda Hunt, Freddie Jones, Richard Jordan, Silvana Mangano, Everett McGill, Kenneth McMillan, Jack Nance, Siân Phillips, Jürgen Prochnow, Paul L. Smith, Patrick Stewart, Sting |
A literatura fantástica foi agraciada em 1965 com o lançamento do livro “Duna“, escrito pelo autor americano Frank Herbert. Considerado um dos romances de ficção científica mais vendidos no mundo, a obra se desenvolveu em uma série de publicações, referências, homenagens e inspirações até os dias de hoje, na ampliação de um universo rico em personagens e guerras interplanetárias. No começo da década de 70, estúdios e diretores já demonstraram interesse em produzir uma adaptação, conscientes das dificuldades técnicas pela grandiosidade da proposta: o comando passou de David Lean para Alejandro Jodorowsky em meados de 1974, interessando também ao produtor italiano Dino De Laurentiis. Roteiros que apontavam produções longas e o próprio processo lento de realização dificultaram que um primeiro filme saísse do papel, enquanto muitos dos envolvidos acabavam migrando para outros projetos, como foi o caso de Dan O’Bannon, roteirista de Alien, o Oitavo Passageiro (1979). O próprio Ridley Scott esteve às portas de comandar dois filmes, tendo na produção H. R. Giger, com quem trabalhou a bordo da Nostromo, mas pelos atrasos saltou seu interesse por Blade Runner, o Caçador de Androides (1982).
Todos esses nomes teriam mais êxito do que aquele que finalmente assumiu as rédeas. David Lynch havia recusado dirigir um longa da saga Star Wars para comandar a primeira adaptação de Duna, sem a menor experiência com o estilo. Vinha de obras lisérgicas como Eraserhead (1977) e O Homem Elefante (1980), quando sentou à cadeira de diretor para desenvolver um space opera de batalhas no deserto, gigantescos vermes subterrâneos, impérios intergalácticos e a profecia de um herói que comandará a resistência – algo bem distante de um cineasta que se sentiu mais à vontade com Veludo Azul (1986), a série Twin Peaks, Mulholland Dr. (1999) e Cidade dos Sonhos (2001). Até hoje Lynch demonstra arrependimento por ter trabalhado em Duna, não tendo vontade de participar de versões sem cortes, continuações e nem sequer dar entrevistas a respeito. É compreensível, pois, embora o filme tenha se transformado em uma produção cult, com fãs que o idolatram, a verdade é uma só: o filme é ruim, tosco e mal realizado.
Visto hoje – encontra-se disponível na plataforma Looke -, sem o olhar infantil que cresceu tentando entender o filme nas exibições cortadas para a TV, Duna se mostra mais risível pela tosquice de seus efeitos ruins, interpretações horrendas e roteiro confuso, do que uma produção à altura de seu legado literário. Foi bastante criticado na época até mesmo pelo invejoso Alejandro Jodorowsky, que assumiu uma certa dor de cotovelo por saber que Lynch poderia fazer algo melhor que ele, mas ficou satisfeito pelo resultado ter sido um fracasso. O longa concorreu ao Oscar por Melhor Som, mas foi premiado apenas com o de Pior Filme pelo Stinkers Bad Movie Awards de 1984. Mas como um enredo tão fascinante poderia se transformar em um trabalho tão ruim, ainda mais com tantos nomes conhecidos no elenco, como Virginia Madsen, Brad Dourif, Kyle MacLachlan, Patrick Stewart, Jürgen Prochnow, Sean Young, Dean Stockwell e até o cantor Sting?
Com a narração da Princesa Irulan (Madsen), sabemos que a trama é ambientada no ano 10.191, com o universo comandado pelo pai dela, o Imperador Padishah Shaddam IV (José Ferrer). A substância mais rica, traduzida no original como “Tempero” e na nova adaptação como “Especiaria“, é considerada a responsável pelo prolongamento da vida, pela percepção e pelas viagens espaciais, a partir de um gás desenvolvido em refinarias. Essa especiaria só pode ser encontrada em um único planeta em todo o universo, Arrakis, que, pelos vastos desertos de sua composição, é conhecido também como Duna. Os nativos desse planeta são chamados de Fremen, um povo de olhos azuis, devido ao contato com a especiaria, e que acredita na profecia que anuncia que um homem virá para libertá-los da opressão de povos invasores.
O tal possível herói parece ser Paul Atreides (MacLachlan), filho do Duque Leto (Prochnow) e Jessica (Francesca Annis). O Imperador Shaddam passou para os Atreides, residentes em Caladan, o comando do planeta Arrakis, mas com intenções que vão além do benefício local, uma vez que a Casa tem como rival os Harkonnens, em um processo conspiratório pelo poderio das refinarias. Jessica é seguidora da irmandade Bene Gesserit, feiticeiras com grande capacidade de leitura mental, e que queriam que ela tivesse uma herdeira, uma mulher que seria a poderosa Kwisatz Haderach. Jessica desobedeceu a ordem e teve Paul, que acaba passando em um teste de resistência com a mão no interior de uma caixa para controle de impulsos.
Os Atreides chegam a Arrakis, pensando em trazer os Fremen para seu lado, sem saber que os Harkonnens, sob o comando do Barão Vladimir (Kenneth McMillan), estão ali, possuem um infiltrado, o Dr. Wellington Yueh (Dean Stockwell) e o apoio das tropas de Sardaukar. Os Atreides contam com a ajuda do guerreiro Duncan Idaho (Richard Jordan), enquanto os inimigos têm a seu favor o sobrinho do Barão, Feyd Rautha (Sting, em papel vexatório que inclui desfile de sunguinha espacial). Em meio a essa guerra de interesses, há os vermes malditos, criaturas imensas que atacam com a vibração do solo, e que Paul terá a oportunidade de confrontar quando ele e a mãe estiverem em fuga pelo deserto, após o ataque agressivo dos Harkonnens, culminando na morte de Leto. Ali, ele terá a chance de conviver com os Fremen, além de conhecer seu interesse amoroso, a jovem Chani (Sean Young).
Como houve o interesse de uma adaptação mais completa, as situações se atropelam, o que amplia a confusão do espectador entre Casas e comandos, não dando tempo de se entender como, de repente, Paul passa de alguém sem autoconfiança para um disposto a comandar um verme para mostrar seu poderio combativo. Soma-se a isso os exageros oníricos de David Lynch ao inserir sonhos repetitivos, com simbologias, ampliando a bagunça narrativa de sua condução. Além da narrativa atropelada, Duna perde muitos pontos pelos efeitos especiais mal desenvolvidos: seja o simples voo das naves espaciais ou do Barão, o visual dos vermes até os combates com escudos em pixels… tudo parece um teatro escolar. O poder de controle mental, chamado “A Voz“, aqui passa a ser apenas a capacidade telepática dos personagens, algo distante do idealizado na literatura.
Com o fracasso nas bilheterias, a intenção de uma trilogia foi rapidamente descartada. Toda a riqueza de seu conteúdo se manteve à sombra do filme de David Lynch e regada apenas ao conteúdo literário. No entanto, em 2021, Denis Villeneuve assumiu a bronca de fazer uma nova tentativa, consciente do esforço que precisaria ser feito para chegar o mais próximo da construção de Frank Herbert, enaltecendo sua força narrativa com respeito, bons efeitos especiais e elenco. Seria impossível que o filme pudesse ser pior que o trato dado em 1984. Ou não?
O Duna de Lynch era péssimo , a cameçar pela tradução do nome da especiaria, que nos livros era especiaria, não tempero, o efeito dos escudos pessoais era tosco mesmo para a época. Mas o visual era sim muito bom, com a trilha sonora da banda Toto que tornou muitas passagens do filme boas. Mas não era nem de perto fiel ao livro. Comprei duna em 1985 e depois li os livros da sequencia, Messias de Duna e etc. Paul tinha um proposito que ele mesmo temia , que apenas o filho dele acabou abraçando por mais terivel que fosse. Duna de Lynch pecou pelo visual anos 80, cabelão do Sting e o fato do personagem do Paul parecer mais velho do que deveria ser. A critica mistura alguns elementos do filme que , mesmo no filme do Lynch tem um motivo. É rasa mas de alguem que nunca leu o livro. Duna de Lynch tem seu lugar, mas o Duna de Denis Villeneuve é muito melhor, mais proximo da obra. E isso não por causa dos efeitos. A historia é bem contada. No filme de Lynch não é, mas é bonito.
PÉSSIMA CRÍTICA!
É A MESMA COISA QUE DIZER QUE “STAR WARS” TEM EFEITOS TOSCOS E ATORES RUINS E ETC. DUNA FEZ HISTÓRIA NA DÉCADA DE 80. O REMAKE É UMA CÓPIA DE DUNA COM A TECNOLOGIA ATUAL. SÓ PODIA FICAR BOM, MAS É CÓPIA. NÃO SEI DE ONDE TIRAM QUE O FILME FOI UMA CATÁSTROFE, MUITO PELO CONTRÁRIO, SE TORNOU UM CULT.
Imaginava que teria bem mais haters. Não inventei a informação. A ideia inicial era uma trilogia dentro do universo Duna, mas o filme foi muito mal recebido na época, tanto pela crítica quanto bilheteria. Só para constar (informação que você encontra no box office) o longa custou aproximadamente US$ 40.000.000 (orçamento) e arrecadou em estreias PELO MUNDO TODO US$ 30.980.991. Ele nem se pagou. Duna se tornou cult (cultuado) com o tempo, com os fãs da literatura e as exibições pela TV, mas não impediu de ser um fracasso. Críticos como o da Variety acharam ruim e confuso. O da Variety escreveu na época: “Vários dos personagens de Duna são psíquicos, o que os coloca na posição única de serem capazes de entender o que acontece no filme”. E ainda: o filme foi mais tarde listado como o pior filme de 1984 e a “maior decepção do ano” em seu episódio “Stinkers of 1984”. Tudo isso você encontra na internet, com links e tal.
Isso tudo significa que o filme é ruim? Claro que não. Tem fãs pelo mundo, como você. Ele é realmente tosco, mal realizado e cheio de cenas vergonhosas, mas é a minha opinião. Você pode ou não concordar.
Abs
“Ain cult”. Tu definitivamente não viu o filme, certeza. 😂
Pra época foi um deleite visual!! Imaginem vocês um filme de ficção feito sem ajuda de CGI! Onde os cenários eram pintados a mão e os efeitos práticos e mecânicos! Duna do Lynch é um exemplo de como fazer um filme com paixão pela arte! Dizer que esse filme e bobo e gostar de Star Wars que tem os mesmos efeitos arcaicos é realmente grave!