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Frogman
Original:Frogman
Ano:2023•País:EUA
Direção:Anthony Cousins
Roteiro:Anthony Cousins, John Karsko
Produção:Anthony Cousins
Elenco:Nathan Tymoshuk, Benny Barrett, Ali Daniels, Chari Eckmann, Chelsey Grant, Liam Hage, Stephen Hage, Justen Jones, Michael Paul Levin, Arden Michalec, Jack NeveauxBrian Sams

O título Frogman me remete a 2005, quando a Califórnia Filmes colocou no mercado de DVDs filmes como Sharkman e MosquitoMan, rivalizando com O Homem Coisa, da Flashstar. Produções assumidamente bagaceiras, com efeitos risíveis e ideias que envolviam experimentos errados e cientistas loucos. Não é o caso desse longa de Anthony Cousins, mais um exemplar do desgastado e resistente estilo “found footage“, ainda seguindo a cartilha A Bruxa de Blair mesmo após 25 anos. Em seu nono trabalho como diretor, primeiro longa, ele tenta pelo menos partir para algo mais conspiratório e hostil, com elementos de culto, além da tradicional investigação de uma lenda.

Na trama, com roteiro do próprio Cousins em parceria de John Karsko, Dallas Kyle (Nathan Tymoshuk) é um cineasta amador que vive com um trauma/humilhação herdado na infância, quando tinha apenas dez anos e passava férias com a família em Loveland, Ohio. A câmera de vídeo flagrou por acidente o que parece ser um “homem sapo“, um criptídio à solta na mata local. A experiência, exibida em diversos programas sensacionalistas e que fez parte daquelas lendas da internet, deu fama a Loveland, que abraçou a ideia de promover turismo pelo apelido de a capital do Homem Sapo.

Itens colecionáveis, roupas com estampas de sapo, entre outras coisas, passaram a ser vendidas no local, atraindo anualmente centenas de curiosos para tentar filmar a criatura. Contudo, a fama não foi generosa com Dallas: 22 anos depois, ele convive como uma piada online, uma pessoa que teria feito um vídeo fajuto para atrair a atenção para algo que não existe. Ele então convence o amigo cineasta Scotty Fontaine (Benny Barrett) e um antigo affair – um relacionamento de uma noite -, Amy Matheson (Chelsey Grant), que estuda para ser atriz, a retornarem com ele ao local para finalmente descobrir a verdade por trás desse mistério e provar que não é doido e nem inventou o que foi capturado pela câmera.

Como no longa de Daniel Myrick e Eduardo Sánchez, eles entrevistam moradores e visitantes sobre avistamentos, questionando se viram ou acreditam no “frogman“. Mas é à noite, na floresta, que o trio encontra um “homem sapo” à espreita. Dallas persegue a criatura e a captura, descobrindo que se trata de uma pessoa fantasiada, que trabalha para cultivar a lenda local. Irritado pela brincadeira e confrontando a administradora da pousada, Gretel (Chari Eckmann), eles são hostilizados e expulsos, e sentem que os locais escondem a verdade.

É claro que o longa vai além de qualquer suposição até porque seria muito picareta dos realizadores copiar A Bruxa de Blair até na ausência da bruxa. Mas o “homem sapo” é algo maior que apenas uma criatura rondando as florestas, com uma varinha mágica de realização de sonhos! Contudo, até chegar a esses momentos mais tensos e claustrofóbicos, é preciso paciência para aguentar o drama de Dallas em relação também a Amy, a falta de talento da jovem na construção da apresentadora country Norma Jean Wynette e a paciência de Scotty em ter que lidar com tudo isso.

Difere de A Bruxa de Blair também na motivação para a manutenção das filmagens. Enquanto o inspirador justificou os registros pela falta de iluminação das matas de Burkittsville, Maryland, o segundo até poderia partir para algo como comprovação do que estavam em busca, mas por que filmar até mesmo momentos de intimidade como danças e bebedeira, ou situações em que sua vida está sendo ameaçada? E que oportunidade inoportuna foi aquela – e bem constrangedora por sinal – escolhida por Dallas para se declarar a Amy, enquanto assistem a um ritual de sacrifício e testemunham uma mulher dar à luz um monstrinho?

Com a experiência de outras oito produções, curtas-metragens e segmentos de antologias, é provável que Frogman tenha sido inicialmente concebido como um curta a ser vendido para a franquia V/H/S. O uso de uma câmera antiga, a mesma de 1999, e a própria proposta se encaixaria bem no estilo, lembrando o segmento “Storm Drain“, de Chloe Okuno, de V/H/S/94, em que uma repórter invade uma rede de esgoto para investigar a lenda do Homem Rato. E teria sido melhor do que esperar tanto para revelar que Dallas realmente registrou a existência de uma criatura repugnante nas sombras.

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