Terror nas Profundezas
Original:Deep Fear
Ano:2023•País:UK, França Direção:Marcus Adams Roteiro:Robert Capelli Jr., Sophia Eptamenitis Produção:Marc Bikindou, Sean O'Kelly Elenco:Mãdãlina Ghenea, Ed Westwick, Macarena Gómez, Stany Coppet, Ibrahima Gueye, David Leguesse, Mariana Garradas, Marco Canadea, John-Paul Pace, Tenika Mahoney, Shane Rowe, Natasha Tikasz |
Lá nas águas da Netflix, se você não estiver próximo do rio Sena, pode ser que você se esbarre nessa outra produção sobre tubarões. Não deveria se interessar até mesmo porque as avaliações são negativas e o diretor, Marcus Adams, é responsável por duas bombas da época em que o Boca do Inferno engatinhava na internet: O Jogo dos Espíritos (2002) e Octane – O Caminho do Mal (2003). De lá para cá, deixou a cadeira de diretor de longas para comandar clipes, com uma pausa em 2007 para retornar somente em 2022, com o documentário Threads. Sabe-se lá por que abandonou a aposentadoria para voltar ao gênero, ainda mais comandando um longa de tubarões.
Contudo, não se trata de um filme comum com os animais marinhos se alimentando de incautos. A ideia deste longa do Reino Unido é dar uma amostra do que o público atualmente anda esperando, desde o divertido O Urso do Pó Branco, lançado no mesmo ano. Sim, você já entendeu onde os antagonistas desta produção irão “meter o nariz“. Na trama, de Robert Capelli Jr. e Sophia Eptamenitis, Naomi (Mãdãlina Ghenea) é uma experiente mergulhadora que, no prólogo, interage com tubarões e mostra ao amigo Barny (Ibrahima Gueye) como lidar com eles.
Namorada do músico Jackson (Ed Westwick), que não sabe expor seus sentimentos adequadamente pela garota, ela pretende navegar solitariamente pelo Caribe durante quatro dias, mesmo com avisos sobre temporais nas proximidades. Para evitar problemas com o tempo, Naomi planeja atravessar as chamadas “águas mortas“, onde barcos e navios costumam evitar. Ela se depara com um casal à deriva no oceano, vítima de um naufrágio, e decide fazer o resgate: Maria (Macarena Gómez, de Dagon) e Jose (Stany Coppet) pedem ajuda para que ela mergulhe e salve o irmão da moça, Tomas (John-Paul Pace), preso no navio, em um local submerso.
Naomi e José mergulham para salvá-lo, quando um tubarão ataca o rapaz. Assim que ela e Tomas retornam à superfície, ela descobre que os três são traficantes e estavam transportando cocaína, aproveitando a região distante da polícia marítima. Armados, pedem que Naomi volte ao navio submerso para trazer os pacotes, enquanto tubarões rondam a região para dificultar toda a ação. Assim, Naomi precisa achar meios de lidar com os bandidos, pedir ajuda do namorado e ainda enfrentar os animais, afetados pela droga.
Embora os tubarões estejam influenciados pela cocaína ingerida acidentalmente, não há nada que você não tenha visto antes. A voracidade e os ataques são comuns, simplesmente deixando-os com mais agressividade. Para tal, os efeitos especiais até que funcionam bem, mesclando animais verdadeiros com digitais. O que compromete uma avaliação positiva de Terror nas Profundezas é o roteiro mal desenvolvido: tudo começa bem devagar, explorando as belezas da ambientação submersa e as paisagens de Malta, e, depois, passa a ser um thriller de ação da Sessão da Tarde.
Nunca fica claro exatamente as razões que levaram Naomi a essa viagem isolada, assim como seu heroísmo no salvamento no naufrágio não tendo as condições adequadas para isso. Claro que não. O que importa é provocar situações de perseguição imersas e submersas até a conclusão satisfatória – para os realizadores e os poucos habituados ao estilo.
Terror nas Profundezas poderia ter uma boa briga com Sob as Águas do Sena pelo troféu de produção que mais destrata os tubarões na Netflix. Na dúvida entre as duas, opte por um lugar seco e distante.