4.8
(6)

Across the River
Original:Across the River
Ano:2013•País:Itália
Direção:Lorenzo Bianchini
Roteiro:Lorenzo Bianchini, Michela Bianchini
Produção:Omar Soffici
Elenco:Marco Marchese, Renzo Gariup, Lidia Zabrieszach

Marco Contrada (Marco Marchese) é um etólogo que dedica sua vida a estudar o comportamento de animais selvagens. Em uma de suas viagens de campo, Marco começa a rastrear uma raposa, com auxílio de uma microcâmera, sendo levado até as ruínas de um antigo vilarejo. Ao chegar no local, Marco começa a suspeitar de que algo estranho pode estar acontecendo nas redondezas. Gritos durante a madrugada, o corpo dilacerado de um animal, além de fotografias misteriosas e outros vestígios do que um dia foi aquela cidade, são alguns dos sinais que fazem Marco querer fugir o mais rápido possível daquele lugar. Porém, para seu desespero, as chuvas naquela região aumentam, assim como o nível do rio que separa o vilarejo do restante da floresta, deixando-o – literalmente – ilhado e preso em uma cidade fantasma, para além do rio.

Não resta outra alternativa a não ser buscar refúgio em uma das antigas casas, esperando que as chuvas cessem. Enquanto Marco passa por noites solitárias e horripilantes, equipes de busca tentam, sem sucesso, encontrar o etólogo desaparecido. Em meio às buscas, um ancião esloveno conta aos voluntários sobre o passado macabro daquela aldeia, onde duas irmãs, aparentemente amaldiçoadas, viviam trancafiadas em casa, isoladas do restante da civilização.

Conheci Across the River em uma lista sobre os 20 Melhores Filmes de Terror Italianos, colocando a obra de Lorenzo Bianchini ao lado de clássicos como Suspiria (1977), Terror nas Trevas (1981) e Mata, Baby, Mata (1966). Instantaneamente, me vi obrigado a conferir esse filme, até então, desconhecido.

O primeiro aspecto que chamou minha atenção foi a inegável semelhança com A Bruxa de Blair (1999). A ambientação em uma floresta densa e infinita, a paisagem monocromática e claustrofóbica, o isolamento, os sustos noturnos, uma terrível lenda local, sem mencionar as ruínas do vilarejo que muito remetem à casa abandonada de Rustin Parr, mas as semelhanças param por aí. Felizmente, o exemplar italiano vai para um caminho mais gore e menos found footage.

Seu maior defeito seria o ritmo lento, com muitos minutos perdidos sem grandes acontecimentos. Se você é daquelas pessoas que dormem fácil com filmes muito parados, prepare seu travesseiro para este aqui. Confesso também que, a princípio, não gostei muito da imagem explícita das irmãs fantasmas, acredito que algo mais sutil ajudaria a manter o clima de suspense, e não me faria lembrar tanto das pegadinhas do SBT.

Por outro lado, entendi o porquê desse filme ter sido tão aclamado na época, recebendo diversos prêmios em festivais europeus. Bianchini conseguiu cumprir com maestria a missão mais importante de um filme de terror: provocar medo. Nos últimos tempos, tenho me deparado com muitas produções excelentes, mas que decepcionam no final, e aqui temos o extremo oposto, um filme regular/bom com um final excepcionalmente arrepiante.

A ideia de ficar preso em uma cidade fantasma, por si só já é assustadora o bastante, mas a forma com que a história de Marco é contada torna tudo ainda mais apavorante. Parece que quanto mais tempo o etólogo passa no vilarejo, mais ele vai sendo impregnado pela presença das irmãs, seus cabelos, urina, elas estão porta toda a parte.

Across the River é um filme bom, não a ponto de ser considerado um dos melhores do horror italiano, mas dá medo. Minha dica: assista-o sozinho, com as luzes apagadas, e a experiência será ainda mais aterrorizante.

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