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Relatos Selvagens
Original:Relatos salvajes
Ano:2014•País:Argentina, França, Espanha, UK
Direção:Damián Szifron
Roteiro:Damián Szifron, Germán Servidio, Julian Loyola
Produção:Agustín Almodóvar, Pedro Almodóvar, Esther García, Matías Mosteirín, Hugo Sigman
Elenco:Darío Grandinetti, María Marull, Mónica Villa, Diego Starosta, Marcelo Frasca, Javier Pedersoli, Rita Cortese, Julieta Zylberberg, Leonardo Sbaraglia, Oscar Martínez, María Onetto

Merecidamente, o filme argentino sensação daquele ano, uma perfeita conjunção de um roteiro ácido e atrevido, de atores que parecem nascidos para o papel e de um diretor inspirado. Todas as engrenagens cinematográficas funcionam plenamente nas seis histórias que compõem um mosaico moderno de pessoas desesperadas, pressionadas ao limite, que subvertem regras e cometem atos reprováveis, cada qual dentro do seu espectro emocional e “justificativas” próprias.

Relatos Selvagens é um suspense nervoso, uma comédia caótica e um drama angustiante, tudo ao mesmo tempo e difícil de subjugar a um gênero específico. O filme tem o mérito de manter a excelência geral em todas as histórias, o que é louvável nesse tipo de iniciativa, já que geralmente existe variação de qualidade em obras cinematográficas com formato de episódios.

Com essa alta qualidade dos episódios, entendo que o que pode variar é a percepção e preferência pessoal de cada um no momento em que se assiste. Por exemplo, lá em 2014, quando vi o longa pela primeira vez, lembro que gostei mais do segmento “El más fuerte”. Contudo, revendo atualmente, o que mais me chamou a atenção foi “Bombita”. “Pasternak”, o prólogo de abertura, continua sendo a mais perfeita peça de humor mórbido apresentado por nossos vizinhos argentinos em uma película.

Como são segmentos curtos que compõem um longa, se eu tentar descrever resumidamente a história de cada um deles, nem que seja um parágrafo, posso cometer o pecado de falar demais e colocar em risco o prazer de acompanhar essa fauna (os créditos iniciais justificam o uso da palavra) de personagens. Por isso, trago aqui apenas o quadro geral, sem adentrar em nenhum dos segmentos. Basta dizer que as situações limites são impostas aos personagens que as encaram de maneiras diferentes, em relatos que, como diz o próprio título, adentram no selvagem.

O diretor argentino Damián Szifron tentou carreira em Hollywood com o mediano suspense policial Sede Assassina, em que infelizmente não imprimiu o mesmo talento demonstrado aqui. Quanto aos atores, o longa conseguiu juntar o que há de melhor no celeiro argentino de talentos: Ricardo Darin, Dario Grandinetti, Leonardo Sbaraglia, Rita Corteze, Oscar Martinez… não há ninguém fora do tom e todos deixam sua marca brutal no filme.

Relatos Selvagens é cruel e primitivo, mostrando o pior do ser humano em meio a problemas reais, mas também é irônico, sagaz e terno com seus personagens pois, por pior que sejam suas ações, ainda assim são humanos.

Indicado a melhor filme estrangeiro no Oscar de 2015, foi produzido por ninguém menos que o cineasta espanhol Pedro Almodóvar e está disponível na Max para deleite de quem quer ver ou rever essa instigante obra.

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