4.9
(17)

Terrifier 3
Original:Terrifier 3
Ano:2024•País:EUA
Direção:Damien Leone
Roteiro:Damien Leone
Produção:Damien Leone, Phil Falcone, Steven Della Salla, Jason Leavy, Michael Leavy, George Steuber
Elenco:Lauren LaVera, David Howard Thornton, Elliot Fullam, Samantha Scaffidi, Antonella Rose, Margaret Anne Florence, Bryce Johnson

O palhaço psicopata serial killer meio possuído meio sobrenatural, Art, está de volta, deixando um rastro de mortes e corpos despedaçados em um dos filmes mais violentos e explícitos do ano.

Depois de cinco anos dos acontecimentos mostrados no filme anterior, Terrifier 2 (de 2022), a protagonista (e sobrevivente) Sienna (Lauren LaVera) ainda está se recuperando do terríveis eventos que sofreu, saindo de uma clínica psiquiátrica, para ir morar com seus tios Greg (Bryce Johnson) e Jessica (Margaret Anne Florence) e sua prima Gabbie (Antonella Rose), esperando passar um Natal feliz e normal com o que sobrou de sua família. Seu irmão e também sobrevivente Jonathan (Ellioth Fullam) está na faculdade e tentando continuar sua vida da melhor forma possível. Tudo legal e bacana… até o momento que Art, o palhaço (David Howard Thornton), que tinha sido decapitado no filme anterior, mas se recuperou deste ferimento e passou cinco anos “desligado”, volta à atividade, com sua “parceira”, Victoria Heyes (Samantha Scaffidi), possuída por um demônio.

Enquanto Sienna tenta se ajustar a uma vida normal em sua nova casa, se reconectar com o irmão, que se distanciou dela, também mantém seus segredos numa recuperação que pode não estar tão boa assim, o que a faz ainda ter visões e sérias perturbações dos eventos que passou, colocando em dúvida seu equilíbrio mental. Mas quando ela acredita ter visto Art, o palhaço, em um shopping, onde em seguida se noticiou terem acontecido mortes horríveis, a coisa pega de verdade (sem dúvidas com alucinações e pesadelos) e o horror chega até sua nova família, e a jovem percebe que precisa novamente enfrentar a monstruosa ameaça do palhaço mudo.

Pode parecer uma trama simples e até rasa… mas porque é mesmo. A história é basicamente um alinhavo bem simples pra poder mostrar as mortes causadas pelo verdadeiro astro do filme, o palhaço Art, da forma mais explícita e violenta possível. O espectador que busca por uma história real vai encontrar muitos buracos e muitas coisas sem maiores explicações, com muitos casos que são deixados em aberto propositalmente (ou não). Como vários outros filmes do gênero (tanto slasher como assassino sobrenatural), o foco em Terrifier 3 claramente são as mortes, com alguma criatividade e muito, muito gore e até mesmo boas doses de humor macabro.

A proposta do diretor Damien Leone é trazer um filme nos moldes dos títulos de terror dos anos 1980, com excesso de mortes, exageros, um “monstro” relativamente carismático, protagonistas jovens com suas vidas destroçadas (metafórica e literalmente), efeitos especiais práticos (o próprio Leone também já atuou como profissional de maquiagem para filmes de terror, e dá uma grande atenção para essa parte), utilização de uma data comemorativa (no caso, Natal). Utilizando técnicas (em orçamento) modernos, Leone consegue se sair muito bem nesses aspectos e certamente agradando os fãs dos filmes clássicos como Sexta-Feira 13, A Hora do Pesadelo, Halloween e muitos outros similares, chamando a atenção pelo seu exagero e extremismos em algumas cenas.

Não é à toa que a franquia chega à sua terceira produção, ou quarta, se considerarmos a aparição de Art em Terrifier – O Início (All Hallows’ Eve), pois Leone conseguiu criar um monstro terrivelmente interessante em Art, o palhaço mudo vestido e maquiado em branco e preto. Usando uma imagem já assustadora, de um palhaço macabro, Art se transformou durante os filmes num psicopata assassino digno de estar no hall dos grandes notórios, com seu humor estranho, violência e criatividade perturbadora nas mortes. Alternando momentos de humor estranho com momentos de carnificina enojante, ele tem sua personalidade marcante e é o dono dos melhores momentos de cada filme. Neste caso, do terceiro filme da franquia, cenas como a que se passa no bar, onde Art encontra um homem vestido de Papai Noel (o experiente ator de terror Daniel Roebuck, acompanhado do também lendário Clint Howard) e age como um fã do velho Noel, brincando com “o espírito do Natal”, sentando no colo e fazendo um monte de piadinhas bobinhas. Provavelmente uma das cenas mais divertidas do filme… até que as coisas dão errado e ele sai matando todo mundo…

Terrifier 3 é um filme para quem tem estômago, pesando a mão (e a duração) nas cenas de morte, evisceração e desmembramento, que podem incomodar algumas pessoas. É um terror gore que faz valer pelo nome, e que certamente seria o sonho daqueles que fizeram os primeiros filmes deste subgênero de horror explícito. Há boatos de pessoas que passaram mal durante as primeiras exibições de teste e saíram da sala antes do final, e, depois de vermos esse filme… podemos até mesmo acreditar nesses boatos.

Não é um filme com um bom roteiro, ou bons diálogos e atuações (muito longe disso, aliás). A trama é fraca, uma desculpa pra vermos o palhaço matando. Talvez nos importamos um pouco com um ou outro personagem da trama “séria” do filme, mas não muito. Tem muitos pontos que não fazem muito sentido ou que não têm explicação nenhuma no filme, como porque Art se “religou” sozinho depois de cinco anos, o que raios o demônio que entrou em Victoria Heyes quer, e outras coisas… mas curiosamente, isso não atrapalha na diversão macabra que é ver Terrifier 3.

Este é o filme que queremos ver, pra depois sairmos falando o quanto ele é ruim e exagerado e nojento, como aquela morte específica foi horrenda, como aquela cena com Art foi ridícula… e como a gente gostou de tudo isso, mesmo que não admita.

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Média da classificação 4.9 / 5. Número de votos: 17

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6 Comentários

  1. Tem seus defeitos,mais eu curto muito essa franquia. São filmes pra vc desligar o cérebro e se divertir , principalmente com o carisma do art😜

  2. O segundo filme já tinha esses problemas de coisas mal explicadas, todo o lance do pai da protagonista, aquela espada que simplesmente aparece do nada, a final girl ser uma “escolhida”.
    Entendo a proposta da franquia, mas sou a favor de explicar minimamente alguns elementos que são jogados na trama senão acaba sendo perda de tempo e se torna apenas sobre gore mesmo.

    Não sei, vou dar uma chance pra esse terceiro filme apesar desse problema do segundo. Mas, exceto pelo “carisma” do Art, não há muito a oferecer.

    1. Avatar photo

      Pois é. Acho que essa franquia extremamente ruim. Tecnicamente é bem realizado, a partir do segundo com os investimentos adquiridos pela fama do primeiro longa, mas são esquetes de horror sangrento sem uma linha narrativa que se preze. O terceiro é um gorefest sem sentido, tentando forçadamente criar um novo ícone do gênero.

      Desnecessário e bobo.

  3. Os 3 filmes citados não são filmes trash e é um absurdo q um resenhista desse site não saiba disso.

    1. Salve, Gilberto.
      O resenhista, no caso eu, não disse que os “3 filmes citados” são trash.
      Eu mencionei as franquias que o diretor assumidamente se inspirou e quer seguir pra fazer seu filme, que sim, é trash.

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