The Flood
Original:The Flood
Ano:2023•País:EUA Direção:Brandon Slagle Roteiro:Josh Ridgway, Chad Law Produção:Daemon Hillin Elenco:Casper Van Dien, Nicky Whelan, Louis Mandylor, Ryan Francis, Eoin O'Brien, Bear Williams, Randall J. Bacon, Alex Farnham, Kim DeLonghi, Randy Wayne |
O que se poderia esperar de um Assalto a 13 DP com jacarés assassinos, tendo no elenco o outrora ator de respeito Casper “Tropas Estelares” Van Dien? No mínimo, uma produção claustrofóbica, divertida, uma tranqueira B, daquelas que vale uma conferida, numa noite quente, em um streaming barato por aí. Não é o que acontece no filme de Brandon Slagle, desenvolvido a partir de um roteiro co-escrito por Chad Law e Josh Ridgway. Trata-se de uma mistureba mal realizada, com efeitos risíveis – uma tomada da frente da delegacia durante a chuva, toda feita em CGI, é vista tantas vezes que chega a arder os olhos – e personagens estereotipados em atuações exageradas. É difícil encontrar qualquer qualidade nesse filme!
Distribuído pela Lionsgate, o longa começa contextualizando o infernauta sobre a chegada do furacão Gustavo no sudoeste da Louisiana, com a repórter pedindo que os cidadãos deixem suas casas em busca de abrigo. Quem tenta fazer isso, sem muita sorte, é a musicista Sommer (Devanny Pinn, de Piranha, 2010) e Clarence (John Garrett Mahlmeister), que buscam se proteger numa casa até serem surpreendidos por um jacaré enorme, em efeito de jogo do Megadrive, e serem devorados sem que possam se conhecer melhor. Se o CGI tem suas limitações, por que não escondem um pouco mais a criatura, disfarçando suas falhas técnicas? Logo após essa decepção inicial, surgem os créditos iniciais com cenas de jacarés reais, o que cria um imenso contraponto em relação ao que acabara de ser visto.
No momento seguinte, um ônibus de prisioneiros é visto na estrada em um temporal, apresentando os passageiros com nome e ficha criminal, além do tempo de prisão: Big Jim (Eoin O’Brien), tráfico de drogas; Jox (Randall J. Bacon), roubo à mão armada e vandalismo; Floyd (Mike Ferguson), assassinato e crimes de ódio; Angelo (Bear Williams) e Russell Cody (Dien), assassinato de policial. Enquanto os dois seguranças (só um e o motorista para tantos bandidos) já planejam esperar a chuva forte diminuir na delegacia da Xerife Jo Newman (Nicky Whelan, de Halloween II, 2009), um grupo armado se prepara para interceptar o veículo para uma possível ação de resgate. E aparece a primeira imagem da delegacia em CGI – faça um drink game com os amigos tomando algo alcóolico cada vez que a delegacia é vista por fora em computação gráfica de quintal. Pelo menos vai tornar a experiência mais divertida!
Assim que chegam à delegacia e são recebidos pelos poucos policiais no local, aqueles que pretendiam interceptar decidem aguardar o momento certo para uma invasão, e os prisioneiros são levados à cela, com direito a um confronto com a xerife para que ela mostre sua capacidade de combate. É claro que não se trata de um criminoso a ser salvo, mas algo maior, tendo inicialmente a tempestade como obstáculo ao inundar os porões e trazer para lá alguns jacarés digitais. Com o avanço dos bandidos, cria-se uma situação longa de discussão vazia que faz o espectador esquecer da verdadeira ameaça, se é que existe uma, e logo os sobreviventes terão que buscar abrigo nos andares superiores e encontrar meios de sair dali sem se tornar comida de animais artificiais.
Casper Van Dien, como é de se esperar, não é tão vilão quanto se imagina, e logo irá comandar as ações, tendo um flerte discreto com a delegada bonita. E os demais terão seus momentos constrangedores de combate às criaturas, sendo que o pior deles é aquele que enfrenta o jacaré dando tapas, achando-se suficientemente ágil para escapar da bocarra do animal. É possível até sentir pena dos bichos, mas não pelas mortes ocasionais, e, sim, por terem sua importância no reino animal reduzida a um filme ruim, mal dirigido e realizado.
Figurando entre as maiores bombas de 2023, The Flood despeja na tela um emaranhado de clichês, estereótipos e efeitos ruins. Talvez justifique seu esquecimento nos streamings: quem teria coragem de tal ameaça?