![]() O Amuleto Egípcio
Original:The Cat Creature
Ano:1973•País:EUA Direção:Curtis Harrington Roteiro:Robert Bloch, Douglas S. Cramer, Wilford Lloyd Baumes Produção:Douglas S. Cramer Elenco:Meredith Baxter, David Hedison, Gale Sondergaard, John Carradine, Renne Jarrett, Keye LukeKent Smith, Stuart Whitman, Milton Parsons, Peter Lorre Jr., John Abbott, Virgil Frye, William Sims |
“ Sabe aquela caixa de múmia que você disse que chegou pouco antes de ele morrer? Você nunca olhou dentro, né? Bem, tem alguma coisa lá dentro!… É uma múmia com um amuleto de ouro no pescoço, com cara de gato e esmeraldas no lugar dos olhos! …” – Frank Lucas
O Amuleto Egípcio (The Cat Creature, EUA, 1973) foi dirigido por Curtis Harrington a partir de um roteiro co-escrito por Robert Bloch (o autor de “Psicose”), produzido diretamente para a televisão. Curto com apenas 72 minutos, foi exibido originalmente no programa “ABC Movie of the Week”, uma série semanal dos anos 70 do século passado da rede de TV “ABC” (American Broadcasting Company), sendo o filme 34 da temporada 5.
Disponível no “Youtube” na versão original com legendas em português com tradução automática, o elenco principal tem dois rostos conhecidos das telinhas, David Hedison (o Capitão Crane da série Viagem ao Fundo do Mar) e Stuart Whitman (o xerife Jim Crown da série de western Cimarron), além também de uma participação rápida (mas sempre bem-vinda) do lendário John Carradine, numa ponta como um atendente de um hotel decadente.
Após a morte de um rico colecionador de artefatos antigos egípcios, o valioso acervo formado por estátuas, ataúdes, joias e objetos de arte é submetido à avaliação pelo advogado Frank Lucas (Kent Smith), e conforme suas palavras no início desse texto, ele encontrou uma misteriosa múmia num sarcófago, com um amuleto com o rosto de gato, não imaginando que o objeto seria amaldiçoado. O amuleto é roubado por um ladrão, Joe Sung (Keye Luke), que tenta vender para uma loja de penhores e objetos de feitiçaria da Sra. Hester Black (Gale Sondergaard). Em paralelo, surge uma misteriosa jovem, Rena Carter (Meredith Baxter), a procura de emprego e que é contratada para trabalhar de balconista na loja de artefatos de ocultismo.
Depois que ocorrem mortes violentas com sinais de arranhões e cicatrizes profundas no pescoço das vítimas, além de um suicídio suspeito da antiga atendente da loja, Sherry Hastings (Renne Jarrett), uma investigação policial tem início.
Com a liderança do Tenente Marco (Stuart Whitman), que é auxiliado pelo professor de egiptologia Roger Edmonds (David Hedison), a investigação coleta informações do legista da polícia (Milton Parsons) sobre as vítimas e do bibliotecário Dr. Reinhart (John Abbott) sobre livros da cultura do Egito Antigo, e eles descobrem relações entre os assassinatos brutais, a maldição do amuleto, a múmia da deusa egípcia Bast, que tem o poder de controle mental nas pessoas e de se transformar num gato preto, e os ataques de uma criatura felina (do título original).
Com um ótimo elenco contribuindo para o entretenimento com a dupla de investigadores e a veterana proprietária da loja de magia, temos uma história interessante, independente de eventuais clichês e previsibilidade, onde sabemos com certa antecedência a autoria dos assassinatos e a ideia toda do roteiro envolvendo a múmia, o amuleto e a “criatura gato”. Por ser um filme voltado especialmente para a televisão, as mortes são fora de cena com a silhueta de um gato sinistro sempre antecedendo os assassinatos de vítimas com algum envolvimento com o amuleto.
O Amuleto Egípcio explora as lendas ao redor do mundo sobre os humanos se transformando em animais, como é o caso dos seguidores da deusa Bast, que se transformavam em gatos que adquirem imortalidade ao beberem sangue humano, num paralelo com as lendas dos vampiros que se transformavam em morcegos nas terras selvagens da Transilvânia. Ou os homens assumindo formas de lobos na Alemanha, de raposas na China, de leopardos na África, ou os esquimós do Ártico cujos magos se transformavam em ursos.
Entre as curiosidades, o diretor Curtis Harrington tem em seu currículo títulos como A Noite do Terror (Night Tide, 1961), O Planeta Pré-Histórico (Voyage to the Prehistoric Planet, 1965), Planeta Sangrento (Queen of Blood, 1966) e Abelhas Assassinas (Killer Bees, 1974), entre outras bagaceiras divertidas. Para se adequar ao padrão de metragem mais curta de filme para a TV, foram editados doze minutos que são desconhecidos e nunca exibidos. Um dos atores coadjuvantes é creditado como Peter Lorre Jr., mas seu nome verdadeiro é Eugene Weingand e não tem parentesco com o famoso ator homônimo que se tornou ícone do cinema de horror contracenando com Boris Karloff, Bela Lugosi, Vincent Price e outros mestres. O filme é uma homenagem do diretor Curtis Harrington para os cultuados Sangue de Pantera (1942) e A Maldição do Sangue de Pantera (1944) do cineasta Val Lewton.