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A Noite dos Demônios
Original:Night of the Demons
Ano:1988•País:EUA
Direção:Kevin Tenney
Roteiro:Joe Augustyn
Produção:Joe Augustyn
Elenco:Hal Havins, Allison Barron, Alvin Alexis, Harold Ayer, Billy Gallo, Cathy Podewell, Karen Ericson, Lance Fenton, Donnie Jeffcoat, Linnea Quigley, James W. Quinn, Clark Jarrett, Amelia Kinkade, Jill Terashita

Os demônios da Hull House promoveram um divertido Filme B, com o selo anos 80, um quase spinoff de Demons – Filhos das Trevas (Demons, 1985), de Lamberto Bava, seguindo a tendência “terrir” da segunda metade da década. Era a época em que os horror passou a caminhar junto com o entretenimento, agindo como um alívio cômico ao estilo documental e cru dos anos 70. Dessa leva de filmes pipocas, também conhecida como espantomania, o gênero destacava jovens se envolvendo com assassinos em série, com a entidade dos pesadelos de Wes Craven ou com um boneco que fingia ser bonzinho, incluindo gangues de vampiros adolescentes, crianças enfrentando as criaturas lendárias do cinema fantástico e alienígenas com aspectos estranhos.

Em meio a esse período mais “leve” do cinema de horror, A Noite dos Demônios (Night of the Demons, 1988) se diferencia pelo carisma da produção, principalmente pela ameaça de pessoas possuídas em um casarão decrépito, a sensação perturbadora de claustrofobia e a vilã Angela (Amelia Kinkade), uma entidade sedutora e ao mesmo tempo aterrorizante. Fora isso, trata-se de um filme que transpira a década de 80 e todos os clichês que ajudaram a construir o gênero, com atuações ruins e alguns efeitos questionáveis.

A Hull House, palco de assassinatos e rituais macabros e que foi também um necrotério, é a escolhida por Angela Franklin e Suzanne (a ótima Linnea Quigley, de Natal Sangrento e A Volta dos Mortos Vivos) para uma festa de Halloween. Para curtir o evento, são convidados o idiota Stooge (Hal Havins), Helen (a limitada Allison Barron) e Rodger (Alvin Alexis), além da certinha Judy Cassidy (Cathy Podewell), o namorado Jay Jansen (Lance Fenton) e o casal de amigos Max (Philip Tanzini) e Frannie (Jill Terashita). Ainda sobra espaço para o ex de Judy, Sal Romero (Billy Gallo), que aparece sem ser convidado.

Sem conhecer o ambiente direito, os jovens iniciam a festa e ainda resolvem fazer uma sessão espirita, usando um espelho, somente para Helen ver um demônio refletido, ele se quebrar, e uma entidade maléfica sair do crematório no passeio “Evil Dead” pelos cômodos até a escolha de uma vítima, Suzanne. Quando o grupo resolve se separar para encontros amorosos, a possuída beija Angela, contaminando-a com o “vírus demoníaco“. É o ponto de partida para portas se fecharem, o portão de saída desaparecer, e os jovens terem que lutar para sobreviver a essa noite maldita.

Angela dança para Sal ao som de “Stigmata Martyr“, do Bauhaus, em uma das cenas clássicas da produção. Posteriormente, ela ainda irá arrancar a língua de Stooge e perseguir os demais pelos corredores como se estivesse flutuando. Suzanne irá enfiar um batom nos seios, numa cena muito bem feita, e furará os olhos de Jay. Os mortos irão perseguir os vivos como Stooge, Max e Frannie, e Rodger tentará fugir com Helen até perceber que estão presos à casa. E Judy terá que enfrentar as criaturas, usando recursos do crematório e um isqueiro providencialmente guardado em seu bolso.

Depois que os demônios tomam a casa, A Noite dos Demônios entra em um ritmo frenético de perseguições, tentativas de fuga pelo telhado ou saltando de janelas, membros arrancados e agarrando pernas, fogo nas mãos, empalamento e confrontos. Mesmo sendo a heroína, Judy segue o padrão das final girls, não querendo fazer sexo e não sendo tão combatente quanto se espera, passando boa parte do filme presa em um quarto ou fugindo de um lado para outro. E Angela, apesar de assumir o antagonismo, ainda não era a representante demoníaca da produção, até se destacar nas exibições em drive ins na época. O sucesso a fez figurar entre outros monstros contemporâneos como Jason Voorhees, Michael Myers, Freddy Krueger, Pinhead e Chucky,

Aliás, o filme foi até bem nas bilheterias em Detroit, local escolhido pela distribuidora Paragon Arts International para o lançamento, ficando um ano inteiro em cartaz e arrecadando mais de US$ 3 milhões de dólares para um orçamento estimado em um terço disso. Além do sucesso na época e mesmo com todas as suas falhas técnicas e falta de novidade, passou a ser produção cult nos anos seguintes e símbolo das comemorações de Halloween, sendo exibida em festivais e festas temáticas até hoje.

A Noite dos Demônios também fez sucesso nas locadoras. A capinha chamava a atenção com a demoníaca Angela em destaque, já mostrando que se tratava de uma sangreira divertida, um evento de horror com jovens bobocas e demônios grotescos. Com o sabor de sangue oitentista, é uma pérola que ainda diverte e traz bons sustos, mesmo após mais de trinta anos de seu lançamento.

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