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Xtro-3 - O Massacre
Original:Xtro 3: Watch the Skies
Ano:1995•País:EUA, UK
Direção:Harry Bromley Davenport
Roteiro:Daryl Haney
Produção:Harry Bromley Davenport
Elenco:J. Marvin Campbell, Douglas Cavanaugh, Robert Culp, Andrew Divoff, Virgil Frye, Nigel Gibbs, Daryl Haney, Jim Hanks, Andrea Lauren Herz, Paul Hayes, Sal Landi

O irmão de Tom Hanks e o Djinn da franquia O Mestre dos Desejos enfrentam um alienígena nos moldes clássicos no terceiro filme da série Xtro. Poderia ser a manchete sensacionalista de um jornal apelativo ou a única forma de você aceitar encarar essa bagaceira de Harry Bromley Davenport, a partir de um argumento de Daryl Haney. Nem havia motivo para ir tão longe: Xtro – Estranhas Metamorfoses (1982) já era uma produção problemática, cultuada pelas mutação bizarra de um alienígena, visto à beira da estrada, e sua capacidade de engravidar uma moça para trazer de volta um abduzido. Mesmo assim, quase dez anos depois, Davenport realizou um segundo longa, aproveitando apenas o título para contar um enredo sobre uma criatura vinda de outra dimensão para aterrorizar um laboratório subterrâneo. Este até o próprio diretor o considerou ruim.

Mesmo assim, quatro anos após copiar Alien e fazer referência ao Predador, ele ainda traria uma outra ameaça alienígena com o lançamento de Xtro-3 – O Massacre (Xtro 3: Watch the Skies, 1995), uma forma de se manter na ativa e pagar as contas. Davenport estava tendo dificuldade em emplacar qualquer outro projeto, mas ainda era conhecido pelo longa original. Partiu para os EUA para buscar financiadores para a realização de uma mistura de Os Doze Condenados e Predador, unindo-se ao roteirista para uma produção que já visava um lançamento direto para o vídeo.

Após alguns adiamentos, o longa teve sua versão em tijolo pela Triboro Entertainment em novembro de 1995. Com efeitos ruins e um enredo irritante de tão cansativo, o que é mais estranho do que a criatura humanoide da língua comprida e que solta teias é que teve quem visse aspectos positivos no filme. Há até quem considerasse o melhor da franquia! Xtro 3 só vale pela direção melhorada e a presença de Andrew Divoff, além da curiosidade em ver o gênerico do Tom Hanks em cena apenas para que seu cérebro sirva de experiência para o monstrinho da ilha.

No enredo, depois de um começo sobre um avistamento “found footage” sendo acobertado pelas autoridades, o tenente Martin Kirn (Sal Landi) marca um encontro com uma repórter em um motel vagabundo, ao lado de uma produtora de filmes pornôs, para contar sua história, uma experiência inacreditável e que ele quer que seja divulgada. Ele conta que, pela especialidade com bombas, foi convocado pelo Major Guardino (Robert Culp) para uma missão ultrassecreta: desarmar as bombas colocadas numa ilha que servia de prisão durante a Segunda Guerra Mundial.

Um olho para a nave e outro pra abdução!

Para tal, seguindo as ordens do Capitão Fetterman (Divoff) e sua ajudante J.G. Watkins (Karen Moncrieff), ele monta uma equipe para viajar ao local para a realização da tarefa. Vão na missão o soldado Hendricks (Daryl Haney), Friedman (Jim Hanks), a soldado Banta (Andrea Lauren Herz) e o cabo Dermot Reilly (David M. Parker). No local, além de coelhos aos montes, eles encontram um sobrevivente (Virgil Frye) e um bloco de concreto que abriga a nave de um alienígena com o poder de se camuflar (o Predador…alguém?), prender suas vítimas em gosmas e teias e usar uma língua gigante objetivando uma vingança pessoal.

Em dado momento, eles assistem uma projeção na ilha (sim, eles encontram tudo em perfeitas condições, ainda que tenha sido gravado em 1955) e descobrem que uma nave caiu e os americanos fizeram experimentos com os seres encontrados. Lembra daquele vídeo sobre uma suposta autópsia de um alienígena? A intenção até mesmo da empresa de efeitos especiais do filme, Awesome Productions, foi tentar se aproximar do visual de ET clássico, com os olhos grandes, braços compridos e o corpo humanoide. Isso sem se esquecer das tosquices na aparência de um bonequinho em movimentos stop motion e a tentativa de lhe dar uma expressividade não natural.

A ruindade de Xtro 3 também se espalha pelos personagens estereotipados, principalmente o do capitão linha dura e do “náufrago” na ilha, e pelo roteiro repleto de erros de continuidade e ideias ridículas como a sequência em que, mesmo depois de terem enfrentado um alienígena e perdido companheiros, dois personagens resolvem nadar para curtir uma possível paquera, enquanto o tenente fica com a responsabilidade de montar a jangada para fugir dali. Outra falha acontece na própria proposta da missão: o grupo descobre que está na ilha por ser dispensável, e dois helicópteros sobrevoam o local com bombas em efeitos bem ruins. Se a intenção é destruir tudo ali, para que a necessidade de rastrear e desarmar bombas? Por que depois o Capitão ainda chega à ilha com soldados para buscar e eliminar sobreviventes, se eles mesmos mandaram pessoas lá que não deveriam saber o que existia ali?

É provável que a principal diversão dos amantes de bagaceiras esteja exatamente nos aspectos técnicos. Como os efeitos são toscos e o orçamento é mínimo, Xtro 3 pode lhe entregar exatamente sua precariedade: efeitos de videogame e um helicóptero de brinquedo, que lembra em uma cena o submarino de Seaquest, do Atari. O som do alienígena parece ter sido dublado por um leopardo; e os disparos de arma de fogo parecem bombinhas de festa junina. Há, sim, algum gore, principalmente na tortura da criatura, mas nada que impressione como no longa de 1982.

Xtro-3 – O Massacre não traz o que o título propõe. Espera-se uma sangreira violenta, mas apresenta sangue escorrendo e alguns corpos discretamente abertos. Serviu como encerramento de uma antologia alienígena bagaceira, copiando tudo o que o cinema já havia mostrado de maneira melhor. Em 2010, Davenport afirmou que escrevera três roteiros para um novo filme e aguardava interessados para dar luz verde, algo que felizmente não saiu do papel para o bem da raça humana.

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