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Det okända / The Unknown
Original:Det okända / The Unknown
Ano:2000•País:Suécia
Direção:Michael Hjorth
Roteiro:Michael Hjorth, Tomas Tivemark
Produção:Martin Persson
Elenco:Jacob Ericksson, Marcus Palm, Ann-Sofie Rase, Ingar Sigvardsdotter, Tomas Tivemark

Na época em que três estudantes de cinema adentravam as matas da região de Burkittsville, em Maryland, para filmar um documentário sobre uma tal bruxa, qualquer produção que fosse lançada depois do filme de Daniel Myrick e Eduardo Sánchez era considerada uma cópia. Até hoje há discussões sobre a influência “found footage” no cinema pós anos 2000, mesmo que existam outros filmes, lançados no mesmo formato, antes de A Bruxa de Blair. Aliás, a própria expansão do estilo só viria realmente acontecer depois do lançamento de [REC] e Atividade Paranormal, em 2007, ainda que seja inegável a força narrativa do longa de 1999. Um dos chamados “cópia carbono” de A Bruxa de Blair seria lançado no ano seguinte, em 2000, na Suécia.

Não é um found footage: as filmagens não foram feitas pelos atores e não há a proposta de realização de um documentário de investigação. Os únicos paralelos com a produção são os baixos recursos de realização e o cenário que envolve uma mata fechada. E talvez você possa mencionar a câmera tremida, mas isso fica na conta dos realizadores como o diretor Michael Hjorth e o operador de câmera, Anders Jacobsson, um recurso que, ainda que sirva aos propósitos, incomoda bastante. Det okända, também conhecido como The Unknown, tem vida própria, embora tenha algumas referências evidentes espalhadas pelo roteiro de Hjorth e Tomas Tivemark.

No enredo, cinco biólogos são chamados para investigar uma região de incêndios florestais. O objetivo de Jacob (Jacob Ericksson), Marcus (Marcus Palm), Ann-Sofie (Ann-Sofie Rase), Ingar (Ingar Sigvardsdotter) e Tomas (Tomas Tivemark) – sim, eles também utilizam o mesmo nome para seus personagens – é coletar dados, amostras e entender os efeitos das queimadas na fauna e flora local, numa missão que pede que residam em um trailer por lá durante uns dias. Dividido em capítulos que apontam os dias de pesquisa, logo no primeiro momento eles encontram a carcaça de um animal desconhecido, aparentemente morto pelo fogo que se alastrou pela região.

Ao investigar a criatura, eles percebem (somente eles, uma vez que praticamente nada é mostrado) que há um inseto no interior dele. Esse mesmo bichinho irá escapar durante a madrugada, atacando inicialmente Ingar, ex de Tomas, que acordará com sangue nas roupas e no corpo, imaginando ter algo a ver com o período de menstruação. Incomodada com algo no estômago, a garota correrá para a mata e terá episódios de desaparecimento até finalmente retornar com outra personalidade. O mesmo acontecerá com o próprio Tomas e depois Marcus, restando ao casal Jacob e Ann tentar entender o que está acontecendo e buscar ajuda.

Como se percebe, há elementos de Invasores de Corpos no enredo. Poderia ter até de O Enigma de Outro Mundo se não fosse um filme de baixo orçamento. Eles chegam a mencionar que os animais parecem se fundir com a flora, em aspectos grotescos nunca mostrados em cena. E é basicamente esse horror implícito que sustenta a trama de Det okända, com elementos de paranoia e conspiração. Nada é mostrado, tudo sugerido ou obscurecido pela câmera agitada, que parece não se apoiar em nada, numa intenção de transmitir loucura e colocar o público como um personagem a mais.

Para aqueles que não gostam de horror sugerido e se incomodaram exatamente com isso em A Bruxa de Blair., deve passar bem longe de Det okända. Não há explicações sobre a origem da ameaça, se é de outro planeta, se é alguma mutação causada pelos incêndios, ou se, na verdade, é apenas uma “febre da floresta”. O longa é beneficiado pelas cenas noturnas, pela ausência de trilha sonora e pelo aspecto amador, desde que você aceite participar dessa jornada de loucura e acusações. O elenco é esforçado, a interação entre eles parece genuína, e a atmosfera contribui para a sensação constante de insegurança. Vale a pena conhecer.

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