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Um Verão Infernal
Original:Hell of a Summer
Ano:2023•País:EUA
Direção:Finn Wolfhard, Billy Bryk
Roteiro:Finn Wolfhard, Billy Bryk
Produção:Trevor Groth, Maren Olson, Fred Hechinger
Elenco:Finn Wolfhard, Billy Bryk, Fred Hechinger, Abby Quinn, Krista Nazaire, Daniel Gravelle, Pardis Saremi, Julia Lalonde, Matthew Finlan, D’Pharaoh Woon-A-Tai, Julia Doyle

Pode-se dizer que Finn Wolfhard possui certa experiência com o horror oitentista. É curiosa tal afirmação, visto que estamos falando de um jovem de apenas 22 anos, mas trata-se de um ator que, apesar da pouca idade, já participou de algumas das maiores produções fantásticas que homenageiam a “década de ouro do terror”, como Stranger Things, Ghostbusters e It – A Coisa. Aparentemente, o talento do garoto não se restringe à atuação, tendo em vista o lançamento de Um Verão Infernal, homenagem aos clássicos slashers de acampamento, marcando a estreia de Wolfhard como diretor, juntamente com o amigo Billy Bruk (os dois participando como atores,  diretores e roteiristas).

A fórmula é conhecida e propositalmente repetida aqui: o bobalhão Jason (Fred Hechinger) é convidado a retornar como conselheiro em um acampamento, apesar dos apelos de sua mãe para que arranje um trabalho de verdade. O marmanjo de 24 anos aceita, pois acredita que o lendário Acampamento Pineway é um lugar mágico, onde ocorrem experiências incríveis e sonhos se tornam realidade. Porém, a experiência idílica idealizada por Jason é frustrada quando um assassino mascarado começa a massacrar os conselheiros.

Embora filmes de horror que homenageiam os clássicos setentistas e oitentistas terem se tornado uma verdadeira febre depois do sucesso de Stranger Things, algo chama a atenção em Hell of a Summer em relação a obras como a franquia Rua do Medo, Terror nos Bastidores e Você Pode Ser o Assassino: se trata de uma homenagem adaptada para a realidade da geração Z. Não se trata mais do atleta popular, da cheerleader, do pervertido, da final girl inocente. Aqui temos a influencer, a vegana, o hipocondríaco, a obcecada por astrologia. De fato, o próprio Wolfhard disse em entrevista à revista Flood estar cansado de filmes de terror que retratam adolescentes que não dialogam com os adolescentes de hoje”.

Pode parecer meio boba a ideia de replicar a dinâmica dos acampamentos de verão americanos nos dias atuais, ideia essa que é abraçada pelos diretores na figura do adulto Jason: o rapaz parece saído diretamente de Sexta-Feira 13, sendo sua empolgação desproporcional prontamente repelida por todos os jovens conselheiros, o que gera algumas das cenas mais divertidas do filme. Apesar de não serem lá muito profundos, os personagens são divertidos, com destaque para a revelação do assassino, em uma bela homenagem a Pânico 4.

Algumas cenas, no entanto, deixam evidente a inexperiência dos diretores. As cenas de morte por exemplo, são pouco numerosas, pouco memoráveis e pouco sangrentas. Aliás, incomoda a quantidade de mortes off-screen, parte fundamental em um slasher. Muitos dos enquadramentos são muito escuros, dificultando a visualização. Também esperava mais da atuação de Wolfhard, que acaba eclipsado pelo colega Billy Bruk, responsável por grande parcela das cenas de humor. Não acredito que Hell of a Summer se torne um ícone de seu tempo (sendo menos memorável do que Morte, Morte, Morte, por exemplo), mas é um slasher leve e divertido, podendo ser o ponto de partida de uma carreira promissora enquanto diretores para os jovens Wolfhard e Bruk.

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