![]() The Walking Dead - Temporada 9
Original:The Walking Dead - Season 9
Ano:2018•País:EUA Direção:Greg Nicotero, Daisy von Scherler Mayer, Dan Liu, Rosemary Rodriguez, Larry Teng, Michael Cudlitz, Michael E. Satrazemis Roteiro:David Leslie Johnson-McGoldrick, Vivian Tse, Eddie Guzelian, Matthew Negrete, Geraldine Inoa, Corey Reed, Angela Kang Produção:Christian Agypt, Ryan DeGard, Caleb Womble Elenco:Norman Reedus, Danai Gurira, Melissa McBride, Alanna Masterson, Josh McDermitt, Christian Serratos, Seth Gilliam, Ross Marquand, Katelyn Nacon, Jeffrey Dean Morgan, Khary Payton, Avi Nash, Eleanor Matsuura, Dan Fogler, Cooper Andrews. Nadia Hilker, Rhys Coiro, Cailey Fleming, Matt Lintz |
O que poderia ser pior: um mundo dominado por zumbis ou a ausência de um líder como Rick Grimes (Andrew Lincoln)? Quando o personagem encerrou sua participação na série The Walking Dead, com o emocionante What Comes After, no quinto episódio da nona temporada, havia a dúvida de que esse universo pós-apocalíptico poderia não ser auto-suficiente para o interesse do público. Contudo, o bom resultado do spin-off Fear the Walking Dead, que ousou ao matar quase todos os membros de uma família e mudar o elenco principal, era animador; e, consciente, desse alcance similar, Greg Nicotero, Angela Kang e outros, trataram logo de dar um fim à trajetória do policial e ainda desenvolver um novo grupo de personagens ainda na primeira metade da temporada. Entraram ao imenso elenco Magna (Nadia Hilker), Luke (Dan Fogler), Yumiko (Eleanor Matsuura) e os irmãs, a surdinha Coonie (Lauren Ridloff) e Kelly (Angel Theory). Além disso, um inimigo começava a despontar entre os mortos sussurrando de maneira assustadora.
Qualquer teoria evolutiva, referente à possibilidade dos mortos estarem falando, terminou no episódio Evolution com a surpreendente morte de Jesus (Tom Payne), sob uma atmosfera aterrorizante de um cemitério sombrio. Abalados pela perda, em Adaptation, exibido no dia 10 de fevereiro, o elenco nem teve muito tempo para lágrimas – evitando aquela melodrama de temporadas anteriores. Com a revelação de que pessoas vivas estariam se passando por zumbis, como uma maneira de sobreviver e comandá-los, Daryl (Norman Reedus) e Michone (Danai Gurira) sequestram uma sussurradora, Lydia (Cassady McClincy, da série Castle Rock), e a levam para Hilltop, numa cela ao lado de Henry (Matt Lintz), mantido ali temporariamente como punição por um erro cometido. Enquanto a refém evita trazer detalhes sobre seu grupo, aos poucos, ela começa a manter um bom contato com o rapaz, mas sempre deixando uma dúvida quanto aos verdadeiros interesses. O ótimo episódio ainda traz a decepção de Negan (Jeffrey Dean Morgan), quando consegue sair de Alexandria e descobre que o mundo está bem diferente, incluindo seu antigo Santuário.
A líder dos sussurradores, Alpha (Samantha Morton, de A Corrente do Mal, 2008), chega a Hilltop para negociar a entrega da filha, no ótimo Bounty, de Meera Menon. Com a negativa de Daryl de devolvê-la, e uma fuga de Lydia e Henry, o conflito se estabelece e permite uma intensa sequência de suspense, com referência ao filme Um Lugar Silencioso. Uma bebê entregue à própria sorte é salva por Coonie, que corre em um milharal para tentar se proteger dos zumbis, com o som completamente retirado da cena para deixar o público como uma sensação similar ao da personagem. O episódio também serve para mostrar o quão frios são o grupo de mascarados, dispostos a sacrificar uma criança pelos seus propósitos – o passado da líder já evidenciou essa transformação de uma mãe sobrevivente para o comando de uma comunidade que se aproxima cada vez mais dos zumbis.
O acampamento dos sussurradores é mostrado no episódio Guardians, nome dado por eles para os mortos. Desta vez, Henry é mantido refém, obrigando Daryl e Coonie a uma tentativa de resgate. Neste, o público conhece um outro líder, o forte Beta (Ryan Hurst, cuja caracterização remete ao terrível caubói Slim, de A Casa do Espanto II), que trará problemas no episódio seguinte no primeiro confronto com os heróis. É curioso notar como sobrevivem os sussurradores, condenando os próprios membros em ações violentas como bem feita decapitação, enquanto vivem a céu aberto, com suas máscaras de pele de zumbis conservadas em varais ao estilo Leatherface. Até mesmo a retirada de uma delas é mostrada, assim como a composição do restante da vestimenta e do caminhar lento e trôpego.
Além dessa idas e vindas do começo do conflito com os mascarados, vale a pena observar um outro lado. No reino, Ezekiel (Khary Payton) e Carol (Melissa McBride) saem em busca de uma lâmpada para acender o projetor de um cinema – o que torna a conquista uma maravilha para quem é fã da Sétima Arte e compreende o desafio -; o outrora padre Gabriel (Seth Gilliam) agora está se relacionando com Rosita (Christian Serratos), que anuncia a gravidez para infortúnio de Eugene (Josh McDermitt), atualmente envolvido numa missão de fazer funcionar um rádio para permitir o contato entre as comunidades. Contudo, o subplot mais importante é o de Michone, que depois que perdera Rick optou por se afastar dos amigos e das demais comunidades, incluindo a desaparecida Maggie (Lauren Cohan). Um episódio envolvendo uma velha conhecida e um grupo de crianças, além dos conselhos de Judith (Cailey Fleming) – que também ajudam Negan e irão refletir no último episódio -, faz com que ela alcance sua redenção e comece a reavaliar suas atitudes. Talvez, um pouco tarde…
Nada poderia surpreender mais do que a aguardada feira das comunidades. Com a intenção de unir as comunidades em jogos, cinema e alimentação, contando com a proteção de um grupo de saqueadores, liderados por Ozzy (Angus Sampson, de Nightflyers e da franquia Sobrenatural), a festividade traz uma visitante inesperada, camuflada entre os visitantes. E essa que promove a maior surpresa do episódio The Calm Before, de Laura Belsey, com o sequestro de Dary, Carol e Michone e uma cena final de gelar a espinha dos fãs de The Walking Dead. Para quem não acompanha os quadrinhos ou busca spoilers, pode-se apenas dizer apenas que o que Negan fez com os seus salvadores é uma brincadeira de criança perto do resultado obtido pelos sussurradores. Até mesmo os mais calejados do gênero, que sempre torcem por cenas ousadas, devem ter ficado boquiabertos com a imagem de dez estacas no último ato.
A tempestade de sensações diante de tantas perdas ainda premiou os espectadores com um último episódio assustador. Sim, essa é a palavra. A nona temporada de The Walking Dead, tanto na sequência que envolveu a morte de Jesus em um cemitério macabro quanto em The Storm, novamente de Nicotero, resgatou o horror da produção e mostrando que a série está deixando de lado definitivamente seus dramas. Sem tempo para chorar as perdas, problemas hidráulicos obrigam o Reino a se mudar para Hilltop, exatamente no momento da chegada do inverno – uma referência à Games of Thrones?. Não apenas a neve mas os contantes temporais dificultam a visão e o temor de que os sussurradores possam estar à espreita. Zumbis saltam do chão, numa sequência tensa de travessia a um rio congelado, enquanto Lydia passa a se questionar sobre sua existência, clamando pela morte para aliviar sua consciência. Se isso não fosse o bastante, em Alexandria, Negan é solto para evitar seu congelamento, e, com a lareira bloqueada, o grupo, liderado por Gabriel, é obrigado a atravessar uma tempestade para chegar a um lugar seguro…tudo isso compõe um dos melhores finais de temporada da série, divertido e – pasmem! – assustador!
As boas possibilidades apresentadas levaram o ator Andrew Lincoln a se questionar sobre sua própria saída, num dos momentos mais legais da série. Na verdade, saiu na hora certa, até porque Rick poderia novamente impor os holofotes sobre si e deixaria os demais personagens enfraquecidos. Se a primeira metade da temporada trouxe boas surpresas, pode-se dizer que o final foi ainda melhor e mais empolgante – tanto que fazia tempo que eu não ansiava novos episódios, como costumo fazer com o spinoff (que também soube trabalhar com mudanças climáticas)!
Novos tempos para a popular série de zumbis! E que continue assim em 2019…
The Walking Dead: 9ª Temporada (2018/2019) – Episódios 1 a 8
![]() The Walking Dead - Temporada 9
Original:The Walking Dead - Season 9
Ano:2018•País:EUA Direção:Greg Nicotero, Daisy von Scherler Mayer, Dan Liu, Rosemary Rodriguez, Larry Teng, Michael Cudlitz, Michael E. Satrazemis Roteiro:David Leslie Johnson-McGoldrick, Vivian Tse, Eddie Guzelian, Matthew Negrete, Geraldine Inoa, Corey Reed, Angela Kang Produção:Christian Agypt, Ryan DeGard, Caleb Womble Elenco:Andrew Lincoln, Norman Reedus. Lauren Cohan, Danai Gurira, Melissa McBride, Alanna Masterson, Josh McDermitt, Christian Serratos, Seth Gilliam, Ross Marquand, Katelyn Nacon, Tom Payne, Jeffrey Dean Morgan, Khary Payton, Avi Nash, Eleanor Matsuura, Dan Fogler, Cooper Andrews. Nadia Hilker, Rhys Coiro, Cailey Fleming, Matt Lintz |
Depois de uma longa batalha contra os salvadores, liderados pelo articuloso Negan (Jeffrey Dean Morgan) – que perdurou por mais tempo do que devia -, a nona temporada trouxe um recomeço. Passaram-se dois anos desde a derrota dos inimigos, e as comunidades começaram a se reerguer, com a proposta de iniciar oficialmente uma civilização, ainda que mantendo os núcleos originais (uma aproximação com Games of Thrones). Alexandria está mais fortalecida, com o desenvolvimento mais intenso do plantio, e alimentando regularmente os demais grupos, enquanto Rick Grimes (Andrew Lincoln), Daryl (Norman Reedus), Michone (Danai Gurira), entre outros, estão acampados na mata, com os salvadores remanescentes, no trabalho de construção de uma ponte que facilitará as conexões.
No episódio inicial, A New Beginning, Rick e seus amigos, incluindo Carol (Melissa McBride) que engatou um romance com Ezekiel (Khary Payton), visitaram Washington DC no famoso museu (com gravações realmente realizadas em seu interior), com referências a contestada colonização americana, em busca de itens importantes. Um incidente sobre um teto de vidro é um dos pontos mais tensos da aventura, mas nada tão problemático quanto o retorno, que resultou na morte do jovem Ken (AJ Achinger). Abalados, seus pais são manipulados por Gregory (Xander Berkeley) a buscar vingança contra Maggie (Lauren Cohan), o que resulta numa tentativa de assassinato e, por fim, um julgamento ao final, numa decisão que não foi bem aceita.
A política de penalização de Maggie continua sendo questionada nos episódios seguintes, o que pede a concepção de leis. E ela ainda continua com a intenção de matar Negan, preso numa cela em Alexandria, sendo constantemente visitado por alguns. “Vocês estão preparando o mundo para mim.“, o vilão afirma enquanto clama, em alguns momentos, pela própria morte. No segundo episódio, The Bridge, comandado por Daisy von Scherler Mayer, alguns salvadores começam a se rebelar com a dificuldade de plantio e pelo fato de não possuírem armas para se defender. As brigas com Justin (Zach McGowan) e sua consequente morte ao final levam a crer que alguém anda assassinando os salvadores, o que pode demonstrar que a união imaginada por Rick pode de fato não existir.
Já sabendo que o ator Andrew Lincoln iria se desligar da série, a própria Fox iniciou uma campanha para que o público acompanhasse os últimos episódios do personagem. Qual seria o destino do líder dos heróis, o principal protagonista? Assassinado? Ele se transformaria em zumbi em mais um momento chocante da série? O fim de Rick começa a se construir no terceiro episódio, com algumas pistas deixadas pela narrativa de Corey Reed, ao passo que uma salvadora é condenada à morte por um grupo de mulheres, sem que possam ser impedidos por Michone.
O contato de Anne (Pollyanna McIntosh), do grupo do lixão, com algum grupo distante, quase ocasiona a morte do padre Gabriel (Seth Gilliam). Contudo, o momento mais divertido do quarto episódio, The Obliged, dirigido por Rosemary Rodriguez, envolve a briga entre Rick e Daryl para impedir os intentos de Maggie, e a consequente queda num buraco, tendo zumbis bem próximos. Ao término, uma cena foi capaz de deixar o espectador boquiaberto. Será que o guerreiro Rick teria seu destino relacionado a uma queda de cavalo?
Com a participação de personagens importantes de outras temporadas, como Hershel (o recém-falecido Scott Wilson) e até Shane (Jon Bernthal), o episódio final de Rick, sob o comando de Greg Nicotero, é um dos mais interessantes da série e selou de maneira curiosa sua participação em The Walking Dead – ainda que envolva mais uma traquinagem de seus realizadores a la morte de Glenn. O quinto episódio se conclui como um final de série, com uma passagem grande de tempo, e a aparição de uma Judith pré-adolescente, interpretada por Chloe Garcia-Frizzi.
Mais um novo começo. Novos personagens como o grupo de Magna (Nadia Hilker, da série The 100), que inclui o gordinho Luke (Dan Fogler, de Animais Fantásticos) e Yumiko (Eleanor Matsuura), dividem a atenção com os já conhecidos, em algumas novas roupagens. Carol, com cabelos longos e usando um arco e flecha (lembrando Legolas, de O Senhor dos Anéis) e Michone, com os cabelos soltos mas mantendo o mau humor de sempre são os que possuem visual mais diferenciado, enquanto o Dr. Eugene Porter (Josh McDermitt), sem o mullet, agora se apresenta com coragem no confronto com zumbis. Mas e a Maggie?
Judith conduz o novo grupo para Alexandria, mas não é bem aceito pelo Conselho estabelecido. Com a sugestão de que sejam levados para Hilltop, um local agora evitado por Michone, eles descobrem que Eugene e Rosita (Christian Serratos) estão desaparecidos, o que movimenta Jesus (Tom Payne), Aaron (Ross Marquand) e Daryl a uma missão de resgate. No processo, uma nova ameaça se apresenta de maneira assustadora: os zumbis estão sendo guiados ou estariam em um processo de evolução? E aquela voz gutural ouvida na mata?
Dividida em duas meia temporadas, essa primeira parte da nona foi até interessante. Contudo, ninguém conseguia prever que a série ficaria melhor sem Rick. Talvez os realizadores tenham aprendido com a irmã Fear the Walking Dead, que ousou acertadamente ao matar os principais e ampliar o foco do espectador. Uma série não pode ser garantir por apenas um nome, um único líder, imbatível. Com as mudanças previstas, ainda respeitando algumas ideias da HQ, The Walking Dead fortalece seu conteúdo e pode voltar a atrair o público que abandonara o programa em temporadas mais sonolentas. Agora é imaginar o que mais poderemos ver no restante da temporada, com um grupo de inimigos verdadeiramente ameaçadores, e, então, sussurrar para que o espectador retorne nesse processo evolutivo.
Eu vi mes passado sobre a nova temporada dessa serie vom o Jefrey”Comediante”Morgan e bela Lauren Corran e fiquei bem curioso pra assistir”maratonar”.adorei teu texto como sempre o Boca nos brinda com as melhores resenhas ou no caso series de terror!!