Animais costumam ser personagens recorrentes em filmes de terror. Em Halloween, de 1978, por exemplo, Michael Myers mata um cachorro porque está com fome. Em Cemitério Maldito, de 1988, os bichinhos enterrados no antigo cemitério indígena voltam para casa menos fofinhos de quando eram vivos. Sem contar os pets que sofrem juntos com donos quando estes são perseguidos por assassinos, monstros, assombrações e uma série de vilões típicos de filmes de terror. Assim fica fácil perceber que estes bichanos são na verdade testemunhas especiais das tramas nas quais fazem parte.
Como seria conhecer o ponto de vista destes bichanos? Foi pensando nisso que a escritora e crítica de cinema Anne Billson publicou um e-book chamado My Day by Jones: A Cat’s-Eye View of Alien. Em tradução livre Meu Dia Por Jones: O Ponto de Vista do Gato de Alien. Para quem não se lembra, o alienígena que ataca os integrantes da nave Nostromo no clássico filme de 1979 não era o oitavo passageiro como era anunciado no pôster da produção, mas sim o de número nove. Além dos sete integrantes, encabeçados por uma jovem estreante Sigourney Weaver, existia um gato chamado Jones, que também estava no espaço.
O gato amarelo está presente em momentos cruciais de Alien. Além de andar para lá e para cá pela nave, Jones também passa por maus bocados no filme, além de quase ter sido esquecido na nave que explodiu. Mas Jones sobreviveu e até fez uma rápida, porém importante, aparição na sequência Aliens – O Resgate, de 1986, embora “interpretado” por outro gato.
O livro possui apenas seis páginas e não deixa de ser uma interessante forma de propor uma nova leitura sobre Alien. Principalmente se o leitor adorar gatos. Aqui, Jones, ou Jonesy como também é chamado, faz a típica linha do gato preguiçoso que esnoba os humanos, os quais ele chama de abridores de lata (can openers, do inglês, em uma provável referência ao fato dos humanos terem acordados das câmaras criogênicas que parecem latas ou da única função das pessoas ser abrir latas com comidas para as refeições diárias de um gato). Sem contar que o felino acha que o alien é na verdade um gato sem pelo, apenas com a particularidade de crescer rápido demais. Além disso, como bom gato, Jones passa a maior parte do tempo dormindo e se questionando porque os seus donos não estão brincando com ele quando algum personagem morre.
Além de apresentar situações conhecidas do público, que obviamente são aquelas nas quais o gato está presente, My Day by Jones também cria uma série de momentos nos quais o gato esta ausente da cena principal, mas que, segundo a autora, o bichano estava se distraindo fazendo alguma outra coisa ou simplesmente observando os humanos. Confira algumas interpretações de Jonesy de como a história toda teria realmente acontecido pela ótica felina:
A Morte da Kane:
“Todos nós estávamos juntos e todos pareciam muito alegre quando de repente um dos abridores de lata começou a ter espasmos na mesa e eu percebi um novo cheiro estranho vindo dele o tempo todo. Todos os outros abridores de lata estavam fazendo um escândalo ao redor do que estava tendo os espamos e eu me senti um pouco deixado de fora e me perguntando se eu deveria fazer algo para pedir a atenção com alguma brincadeira fofinha. Mas a próxima coisa que aconteceu e shazzam! O abridor de lata que estava tendo os espasmos de repente deu à luz a um filhote de gato sem pêlos e com os dentes! Catástrofe! Agora é que ninguém está prestando atenção em mim, embora o gatinho sem pêlos claramente não tinha ideia de como se comportar entre abridores de latas. Sinceramente, se eu soubesse que iria receber esse toda esta atenção que o novato teve, eu também teria explodido de dentro do peito de alguém. Eu então sai discretamente do local e fui para um canto na área de armazenamento para curtir meu mau humor e, em seguida, o mau humor se transformou em outro cochilo”.A Morte de Brett:
“Algo não muito certo por aqui e pensei em procurar refúgio em algum lugar pequeno. Eu consegui evitar a chuva no meio da sala, embora o abridor de latas que estava me seguindo acha que está em sua casa ao tomar um banho ou coisa parecida. Honestamente os seres humanos são realmente estúpidoz. De qualquer forma, o gatinho sem pêlos apareceu atrás do abridor de lata, embora não posso deixar de notar que o gato parece ter tido algum tipo de surto de crescimento. Eu então assobio para ele, só para mostrar quem é que manda, mas fui totalmente ignorado. O gato sem pelo decide então brincar com o abridor de latas. Mesmo assim, estou um pouco ofendido por ter sido ignorado novamente, então finalmente eu decido virar as costas para os dois e deixá-los brincando”.
O primeiro foi o melhor da franquia. Disparado.
O Alien continua sendo o verdadeiro oitavo passageiro porque Ash não conta como passageiro por ser um robô assim como o computador central “Mãe”.
O alien sabia que não se deve medir forças com um gato ???
Amo gatos. Minha Tereza Cristina viveu 20 anos e meio. Era frajolinha. Meu Alcebíades é albino e surdo. Ambos com lindos olhos de safira. ???
Caraca, 20 anos! Que vida! Adorei os nomes dos seus gatinhos, Betania!
Jones era o capitão da nave. E o Alien mesmo tendo várias oportunidades de matar ele não o fez.
Muito legal esse texto. Ficamos feliz ao saber que Jones ganhou um livro! Show.
Não acredito que escreveram um livro para ele! Eu achei que ele acabaria morrendo ou sendo esquecido na nave, a Ellen mereceu ter sobrevivido só por ter salvado ele.
Amei o Jones desde a primeira vez que o vi no filme. E achei muita injustiça não terem o contado como passageiro =/
LINDO ESSE GATINHO,com certeza ele marcou presença no filme,adoro animais,principalmente gatos,até tenho um,só que preto 🙂
Navegando por sites gringos vi que muita gente pensa que Jones na verdade estava ajudando o Alien dando coordenadas e tudo mais, pelo que li essa ideia realmente estava envolvida na produção do filme e queriam colocar algum link entre o gato que seria mais um robô tipo o Ash e o alien. De qualquer forma parece que a ideia não foi pra frente.