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Blair Witch (2016) D

Após ser gravado sem nenhuma publicidade e ter o trailer divulgado faltando apenas dois meses para o lançamento, a espera pelo novo Bruxa de Blair, o terceiro da série, fez barulho entre os fãs de horror. Todos pareciam curiosos por este novo capítulo do famoso filme lançado em 1999. Apesar de não ter sido o primeiro found footage do cinema, A Bruxa de Blair indiscutivelmente fez o estilo se tornar conhecido o bastante para preparar o terreno cinematográfico para alguns títulos que surgiram alguns anos depois como REC, Atividade Paranormal e Cloverfield.

Logo o cinema de horror foi invadido por uma enxurrada de filmes com imagens que recriavam a estética de uma filmagem amadora, seja por ser tremida e gravada com equipamentos sem qualidade ou até por câmeras de segurança. O big brother da vida real passou a reverberar nas produções cinematográficas e de repente todos pareciam acostumados com o que fez A Bruxa de Blair de 1999 parecer tão inovador.

Eis que 17 anos depois temos mais um filme no estilo found footage. No entanto, diferente das mais de 500 produções que utilizam a estética de uma “filmagem encontrada”, Bruxa de Blair veio com o desafio de responder as comparações diretas com o filme de 1999. Afinal trata-se de uma sequência. Mais importante, de acordo com o roteiro, a nova continuação ignora os eventos de A Bruxa de Blair 2, de 2000.

Em Bruxa de Blair, dirigido por Adam Wingard (VHS e VHS 2), conhecemos James. Trata-se do irmão de Heather. Para quem não se lembra, Heather, Mike e Josh são os personagens do primeiro filme e que nunca mais foram vistos. Nesta sequência, somos informados que uma extensa busca policial foi feita na área na qual o trio estava, mas que nenhuma pista foi encontrada. Assim, a policia encerrou as buscas e o caso foi dado como encerrado.

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James tinha quatro anos quando Heather desapareceu. E agora, aos 20 anos, ele decide ir com três amigos procurar pela irmã. Tudo porquê ele viu uma imagem recém gravada na casa na qual Heather foi vista pela última vez. James percebeu na filmagem um vulto e colocou na cabeça que se tratava da irmã. Um casal esquisito que mora na área e parece ter um interesse especial pela lenda da bruxa de Blair se junta ao grupo.

O grupo vai entrar na floresta, procurar pistas, acampar e se perder. Nesta ordem. E claro, com a chegada da noite, os estranhos sons que atormentaram Heather, Mike e Josh serão escutados. E muito escutados. Aqui começa talvez o principal problema de Bruxa de Blair. O excesso.

Blair Witch (2016)

Bruxa de Blair é um filme feito para o público adolescente fã de filmes de super heróis exibidos em salas multiplex. Isto não é uma crítica, mas sim uma característica. A Bruxa de Blair foi lançado em 1999 e de lá para cá o cinema se tornou mais rápido através da montagem e movimentos de câmeras e mais barulhento. Trata-se de um processo de evolução que agrada alguns e desagrada outros.

O novo filme vai usar e abusar destes elementos. A começar pelo excesso de câmeras. Cada personagem possui duas ou três câmeras, além de imagens de um drone. A própria quantidade de personagens é o dobro da existente na primeira história. Mas a principal diferença, que pode ser boa ou ruim dependendo do que se espera deste filme, é referente aos elementos característicos da lenda da bruxa.

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Os estranhos barulhos que acontecem na floresta durante a noite estão de volta em alto e bom som. Se antes tínhamos dúvida se tratava-se de alguém andando ou algum animal, aqui temos a certeza de que quem está fazendo tanto barulho é um pé-grande. Ou até um dinossauro tamanho o barulho. Sem contar cabana que sai voando e árvore que cai por cima de gente. E claro, todos os personagens que aparecem em cena surgem acompanhados com jumpscares. Só faltou o 3D.

A sensação que temos é que não se trata de uma sequência e sim de um remake. E como toda refilmagem, aqui temos a base mantida de um grupo que vai até a floresta investigar algo e acaba perdido e caçado por algo ou alguém. A diferença é apenas que o novo filme traz tudo de forma muito rápida. Mais uma vez, isto não significa necessariamente um ponto negativo. Trata-se muito mais de uma característica contemporânea para produções pensadas para um público específico.

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Mas existe uma diferença que é, sim, um ponto negativo. Aqui a ideia de found footage não se sustenta justamente pelo excessos. Com praticamente todos os personagens filmando, não é possível dar credibilidade a James e seus amigos. Aliás, os personagens são o cúmulo do clichê como o valentão, o esquisito, o virgem de nobre coração e por ai vai.

No entanto, um dos pontos bastante criticados tanto por quem gostou e principalmente por quem não gostou do novo filme é a revelação do mistério por trás de tanto barulho. Sem spoilers, mas pareceu uma decisão equivocada dos produtores em seguirem pelo caminho apresentado.

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Por fim, inevitavelmente as comparações serão feitas por defensores e acusadores deste novo filme. Neste caso, o público que viu o original pode escolher qual versão prefere. A silenciosa e discreta obra de 1999. Ou a continuação agitada e barulhenta de 2016.

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7 Comentários

  1. Na minha humilde opinião acho o Bruxa de Blair superestimado, posso até assistir esse de 2016 quando sair nos Telecines da vida ou Netflix.

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      Só deletamos comentários com ofensas, spoilers ou links para download. Se os comentários se enquadram nestas categorias, eles podem ter sido excluídos, senão, não sei!

  2. Curioso, mas ao mesmo tempo, com a expectativa lá embaixo em relação à esse filme…

  3. A floresta de Blair virou a ilha de Lost, único comentário possível…

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