4.7
(7)
Plataforma do Medo (2004)
Um bom exemplo de “slasher” europeu
Plataforma do Medo
Original:Creep
Ano:2004•País:UK, Alemanha
Direção:Christopher Smith
Roteiro:Christopher Smith
Produção:Julie Baines, Jason Newmark
Elenco:Franka Potente, Vas Blackwood, Ken Campbell, Jeremy Sheffield, Paul Rattray, Kelly Scott, Sean Harris, Kathryn Gilfeather, Grant Ibbs, Joe Anderson, Sean De Vrind, Ian Duncan, Debora Weston, Emily Gilchrist, Craig Fackrell, Elizabeth McKechnie, Jonathan Taylor, Morgan Jones

Dos muitos filmes de horror que são lançados mensalmente nas locadoras no formato DVD, para a sorte e satisfação dos apreciadores e colecionadores desse fascinante estilo de cinema, sempre alguns deles conseguem um destaque maior e merecem uma citação especial. Um desses casos é Plataforma do Medo (Creep, 2004), uma co-produção entre Inglaterra e Alemanha, escrita e dirigida por Christopher Smith, e estrelada pela bela atriz alemã Franka Potente (de Corra, Lola, Corra, A Identidade Bourne e A Supremacia Bourne).

Kate (Franka Potente) é uma jovem que descobre que o ator americano George Clooney está na Inglaterra e planeja ir ao hotel onde ele está hospedado na esperança de conseguir um autógrafo. Porém, ao sair de uma festa, já bastante cansada e alcoolizada, ela vai no fim de noite para uma estação de metrô em Londres, e num descuido perde o último trem, após um cochilo. Ao acordar, ela descobre que a estação está fechada e todas as saídas bloqueadas. Passar a noite na estação de metrô é o menor de seus problemas, pois ela terá que enfrentar o intransigente assédio sexual de um colega que a seguiu desde a festa, Guy (Jeremy Sheffield).

O que Kate não imaginaria é que um psicopata deformado, Craig (Sean Harris), o Creep do título original, vive oculto nos corredores escuros do metrô, e que gosta de atacar violentamente as pessoas que invadem seu território, como um casal de mendigos, Jimmy (Paul Rattray) e Mandy (Kelly Scott), que mora numa fresta entre os diversos túneis. A jovem é então capturada e juntamente com outro prisioneiro do maníaco, George (Vas Blackwood), um funcionário do metrô que trabalha na manutenção hidráulica da estação, eles tentam desesperadamente lutar por suas vidas, fugindo das garras do assassino desfigurado.

O filme é um slasher que poderia ser comum pois o argumento básico pode ser definido como uma noite de horror num metrô, com um psicopata assassino vivendo à espreita nos corredores escuros da estação, em busca de suas vítimas. Mas, mesmo com essa ideia clichê, Plataforma do Medo consegue se destacar dos demais filmes similares por vários motivos:

* não exagerar na tentativa de sustos fáceis e previsíveis (ao contrário, as cenas de sustos são bem elaboradas);

* investir num clima de claustrofobia intensa, com a maior parte das cenas de correrias e perseguições ambientadas em longos e perturbadores corredores escuros, sujos, infestados de ratos e inundados com esgotos fétidos;

* não explicar demais, divulgando apenas poucas informações e deixando muitas situações subentendidas (principalmente quanto à origem e motivações do psicopata desfigurado);

* demorar para mostrar o assassino, que nos momentos de dor e raiva grita como um animal enlouquecido (ele só é visto pela primeira vez após quase 50 minutos de filme);

* deixar de lado aquelas piadas idiotas que estragam a maioria dos filmes com histórias parecidas (e também por não apresentar aqueles típicos personagens insuportáveis e patéticos que apenas nos incentiva a torcer por suas mortes dolorosas);

* não poupar esforços no quesito sangue e violência, presenteando o espectador com cenas bem chocantes (pescoço dilacerado, cabeça perfurada, cadáver estripado), além de outras atrocidades, como uma cirurgia doentia numa jovem indefesa, que tem seu corpo rasgado brutalmente por uma enorme lâmina;

* optar por uma duração curta (apenas 83 minutos), pois o tipo de roteiro apresentado não tem potencial para um filme mais longo, que obrigaria o diretor a inventar cenas desnecessárias ou insistir em situações repetitivas;

* mostrar um desfecho interessante, apesar de previsível, e que se destaca pelo humor negro da situação.

Plataforma do Medo foi lançado em DVD no Brasil pela Imagem Filmes, trazendo como materiais extras uma série de entrevistas curtas com parte da equipe de produção e elenco. Os pequenos depoimentos foram dados pelo diretor e roteirista Christopher Smith e os produtores Jason Newmark, Julie Baines, Martin Hagemann e Kai Kunnemann, além da atriz Franka Potente e dos atores Jeremy Sheffield e Vas Blackwood. Para completar os extras, o disco ainda traz as filmografias de Franka Potente, Sean Harris, Vas Blackwood e Jeremy Sheffield, uma pequena galeria de fotos, um trailer de dois minutos de duração, e novidades sobre outros filmes lançados pela distribuidora, e entre eles o horror 7 Múmias (7 Mummies) e o drama de guerra Combate na Escuridão (Straight Into Darkness).

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Média da classificação 4.7 / 5. Número de votos: 7

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9 Comentários

  1. Muito divertido! Sua análise foi precisa, parabéns!

  2. Não gostei desse filme.

    É um filme clichê e com poucas explicações.

    Só merece ser visto por curiosidade, portanto, não espere um grande filme.

    1. Avatar photo

      Como o filme pode ser clichê se ele não tem explicações? O clichê reside, em muito, nas tentativas de mostrar aquilo que a imaginação torna muito mais eficiente. Plataforma do medo é um baita filme. Não gosto do “monstro”, mas toda a construção, ambientação e suspense são muito bem elaborados e acima da média das grandes produções. Por se tratar de um filme pequeno, merece todos os méritos e elogios que recebe.

  3. bem legal esse filme,a tensão dele foi massa.

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