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A Hora do Pesadelo 4 (1988)

A Hora do Pesadelo 4: O Mestre dos Sonhos
Original:A Nightmare on Elm Street 4: The Dream Master
Ano:1988•País:EUA
Direção:Renny Harlin
Roteiro:William Kotzwinkle, Brian Helgeland, Jim Wheat, Ken Wheat
Produção:Robert Shaye, Rachel Talalay
Elenco:Lisa Wilcox, Andras Jones, Rodney Eastman, Tuesday Knight, Ken Sagoes, Brooke Bundy, Nicholas Mele, Brooke Theiss, Robert Englund, Jacquelyn Masche

Renny Harlin é um daqueles cineastas que o público talvez não o conheça pelo nome, mas já esbarrou em algum de seus filmes. Quem é fã de terror já viu (ou ouviu falar) de produções como Duro de Prender (1988), Do Fundo do Mar (1999), Exorcista: O Início (2004), Caçadores de Mentes (2004), e O Pacto (2006), assim como os que curtem ação já puderam acompanhar Duro de Matar 2 (1990), Risco Total (1993), A Ilha da Garganta Cortada (1995) e Alta Velocidade (2001). Com essa filmografia, chega a ser difícil encontrar um espaço para encaixar uma continuação como A Hora do Pesadelo 4: O Mestre dos Sonhos, bastante diferente de seus trabalhos frenéticos, com cenas oníricas, conduzidas com a lentidão do estilo.

O ano era 1988. Época em que os cinemas vivia uma boa fase de bilheteria, embora os longas lançados já demonstravam um certo desgaste de ideias, ampliados pela falta de imaginação. O próprio Jason Voorhees já estava em seu sétimo filme, A Matança Continua, o que seria um bom momento para trazer Freddy Krueger de volta às telas numa nova sequência. Foi nesse ano que tivemos o inicio da franquia Duro de Matar e, principalmente, a primeira aparição de Chucky em Brinquedo Assassino. O gênero também se despedia de Heather O’Rourke, a Carol Anne de Poltergeist, depois do lançamento do terceiro exemplar da franquia.

A Hora do Pesadelo 4 (1988) (2)

O ícone do horror Freddy Krueger já havia se estabelecido na galeria dos grandes monstros do cinema moderno ao lado de Jason Voorhees, Michael Myers, Leatherface e Pinhead, adquirindo uma característica única até então: era o personagem mais sarcástico do gênero, sempre com frases divertidas enquanto conduz suas vítimas para uma morte real através dos sonhos. Em A Hora do Pesadelo 4, seu humor característico está mais afinado, com o personagem aparecendo com fantasias e brincando com a maneira como elimina os jovens. Pronto para um sonho molhado? (traduzido na legenda do DVD como sonho erótico), poucos segundos antes de prender um rapaz num colchão d´água.

Apesar de ter sido enterrado em solo sagrado em A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros dos Sonhos, Freddy Krueger encontrou um meio de retornar para se vingar de seus algozes Kincaid (Ken Sagoes), Joey (Rodney Eastman) e Kristen (Tuesday Knight substituindo Patricia Arquette, grávida durante as filmagens). Ele retorna durante um pesadelo envolvendo um ferro-velho, onde o cachorro Jason (haja ironia!) resolve urinar uma labareda (!!!), que acaba reconstruindo o cadáver do assassino. Kristen avisa os amigos da volta de Freddy, mas seu destino já estava traçado quando sua mãe resolveu lhe dar remédios para dormir.

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Considerada a última descendente dos jovens, filhos de pais que queimaram o assassino vivo, pouco antes de morrer, Kristen usa seu poder de conduzir pessoas para os sonhos e leva a amiga Alice (Lisa Wilcox, de The Intruders), irmã de seu namorado Rick (Andras Jones), transferindo essa capacidade para a garota. Assim, Freddy passa a usar a nova condutora para atrair outros jovens para sua luva laminada, como o affair de Alice, Dan (Danny Hassel), sua amiga Sheila (Toy Newkirk) e a mulher-barata Debbie (Brooke Theiss), com a morte mais interessante e dolorida do longa.

Cada jovem que sucumbe a um encontro com Freddy transmite seu poder para Alice. Assim, o garoto fã de Karatê Kid, Rick, permite que ela seja hábil para lutar, enquanto Sheila a deixa mais nerd. Numa das falhas mais engraçadas do filme, Alice resolve mostrar sua capacidade de utilizar um tchaco, mas fica evidente que quando a cena é mostrada por trás trata-se de um homem com uma peruca nada relacionada ao cabelo da atriz. Nem a cor do cabelo ou tipo de corte combina entre dublê e atriz! Também nota-se o sumiço de um prato num momento em que Alice atira-o sobre a mesa, durante um desligamento da garota.

Além desses dons adquiridos, Alice tem conhecimento de que o verdeiro mestre dos sonhos é aquele que não só consegue enfrentar seus pesadelos, mas também direcioná-los e dirigi-los. Seja na frase do professor, numa aula sobre Aristóteles, ou nas pesquisas que faz, ela percebe que encarar seu medo pode ser a única maneira de vencê-lo. Para isso, será preciso ir ao encontro do inimigo para um combate em seu próprio universo, utilizando os poderes e principalmente sua confiança.

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Os efeitos especiais são razoáveis, graças ao esforço do diretor Renny Harlin de disfarçá-los adequadamente, e aos valores do longa, um dos mais caros da franquia e o maior orçamento dos anos 80 num slasher. Ele rodopia a câmera para mostrar a personagem Kristen prestes a desmaiar, enquanto desvia as lentes dos detalhes que possam estragar a qualidade da produção. Num dos momentos mais bem feitos e criativos, Alice é puxada para dentro de uma tela de cinema e percebe que a plateia é composta de seus amigos mortos, numa referência muito bem-vinda a Um Lobisomem Americano em Londres.

A partir de um roteiro co-escrito por Brian Helgeland (976-Evil, Devorador de Pecados…), Jim Wheat e Ken Wheat (ambos de A Mosca 2, Eclipse Mortal, A Batalha de Riddick…), A Hora do Pesadelo 4 demonstra o cansaço da franquia, com repetições de cenas oníricas e mortes (a canção de ninar das crianças, a morte do rapaz puxado para dentro da cama..), mas acerta na atmosfera fria e na seriedade da produção. Apesar do humor de Freddy, ainda temos a sensação de que se trata de um longa de horror e não um stand up do assassino.

Com esta terceira sequência, terminaria os exemplares aceitáveis da série, com uma nota mediana. Depois, somente o sétimo filme resgataria a criatividade do personagem, utilizando-o como uma auto-referência. A Hora do Pesadelo 4 deveria ser o final da franquia, já que os descendentes da Rua Elm estavam mortos, mas Freddy Krueger queria mais e retornaria para novos encontros com jovens em seus pesadelos até um confronto com Jason e um remake desnecessário.

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9 Comentários

  1. É neste filme que o Freddy se entrega de vez à sua veia cômica. Como diversão passageira, ainda vai, mas como um filme a ser considerado de terror, esse filme falha feio. Só não é pior que as duas sequências seguintes neste quesito.

    1. Na verdade é no sexto que ele se entrega de vez a veia cômica

      A cena do quadro negro e do videogame comprovam isso

  2. Bem, em Sexta – Feira 13, parte 9, Jason vai para o inferno – No final do filme tem um cachorro vira – lata que vai mijar na mascara do Jason… Quem que apostar que o cachorro não se chama Krueger???

  3. Quando pequeno eu gostava desse filme. Depois de adulto é que você percebe os furos e o roteiro preguiçoso. Não chega a ser uma bomba, mas é bem marromenos.

  4. Alguém por favor me explica que raio de pesadelo é aquele da Debbie em que ela vira um inseto e é esmagada? Como foi dito, cada personagem transfere algum tipo de dom para Alice mas e a Debbie?

    1. Meu amigo, eu acredito que seja a força de atleta que ela tinha e como as baratas são muito resistentes!! Então, o poder era a combinação do que te falei já falei: Força de Atleta + Resistência!! Por isso, que a Alice ficou muito forte e deu um surra no Freddy durante o confronto final no mundo dos sonhos do vilão!! Lembra disso, Juninho? Eu espero ter tirado a sua dúvida, meu amigo!! Até!! [^J^]

  5. Ótimas mortes a do guri preso na água embaixo do colchão, a da nerd sendo “esvaziada” no beijo do Freddy, hehe, e a halterofilista virando barata! A destruição do Freddy no final desse ficou muito boa também.

  6. A CARA DE BISCOITO DA KRISTEN DOBROU DE TAMANHO NESSA PARTE 4. NÃO ERA PRA TENTAR JAMAIS TRAZER ESTA PERSONAGEM DE VOLTA COM OUTRA ATRIZ QUE NÃO FOSSE A PRÓPRIA PATRICIA..

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