Halloween II - O Pesadelo Não Acabou
Original:Halloween II
Ano:1981•País:EUA Direção:Rick Rosenthal Roteiro:John Carpenter, Debra Hill Produção:John Carpenter, Debra Hill Elenco:Donald Pleasence, Jamie Lee Curtis, Charles Cyphers, Lance Guest, Dick Warlock, Hunter von Leer, Nancy Stephens, Tawny Moyer, Ana Alicia, Pamela Susan Shoop, Gloria Gifford, Ford Rainey, Leo Rossi |
São poucos os filmes considerados como sequência que conseguiram manter a qualidade de seu original, e ainda mais, que continuaram realmente a história a partir do momento exato onde terminou o anterior. Halloween II (1981), de Rick Rosenthal, continuação do clássico de John Carpenter produzido em 1978 e que iniciou a sangrenta saga cinematográfica do psicopata Michael Myers, pode ser considerado um desses casos raros, e que juntamente com seu filme anterior formam uma interessante história de aproximadamente 3 horas de duração.
A franquia gerou vários outros filmes, sendo o último produzido em 2002, Halloween: Ressurreição, lançado um ano depois no Brasil, e coincidentemente também dirigido pelo próprio Rick Rosenthal. Porém, a história do assassino mascarado Michael Myers poderia ter sido concluída apenas com os dois primeiros filmes da longa série. Pois o terceiro, A Noite das Bruxas (1982), não tem nada relacionado ao universo ficcional da saga, tanto que Michael Myers nem faz parte da trama, e os outros filmes produzidos a partir de 1988, foram criados claramente por interesses comerciais através dos lucros das bilheterias, pois os produtores transformaram o psicopata num ser imortal e indestrutível, com roteiros óbvios, previsíveis e repletos de clichês desgastados.
Em Halloween II, a história inicia logo após o psiquiatra Dr. Sam Loomis (Donald Pleasence) salvar a babá Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) no filme anterior, ao disparar vários tiros de revólver no psicopata Michael Myers (Dick Warlock), que utiliza uma máscara de bicho papão (boogeyman) para ocultar seu rosto, e uma faca para matar suas vítimas. Porém, mesmo caindo baleado do alto da sacada de uma casa, Michael Myers consegue fugir, levando em seu currículo o assassinato de três jovens e sendo perseguido pela polícia da pequena cidade de Haddonfield, em Illinois.
Enquanto Laurie é levada ao hospital local, o Dr. Loomis se junta ao xerife Leigh Brackett (Charles Cyphers) e partem à procura do maníaco Michael Myers, que era seu paciente na distante cidade de Smith’s Grove por quinze longos anos, até conseguir escapar do hospital psiquiátrico em que estava internado, e iniciar sua vingança na cidade natal (conforme eventos relatados no filme original de 1978).
É noite, e como o psicopata estava obcecado em matar Laurie, numa motivação que vem de um segredo revelado por Marion Chambers (Nancy Stephens), funcionária do manicômio de onde Myers fugiu, ele vai ao encontro da jovem no hospital de Haddonfield, e até encontrá-la, deixa um rastro enorme de vítimas que cruzam seu caminho, entre várias enfermeiras e até um experiente médico plantonista, Dr. Mixter (interpretado pelo veterano Ford Rainey). Entre as cenas de mortes, destaca-se aquela em que uma bela enfermeira nua tem seu rosto completamente queimado em feridas pútridas e gosmentas ao ser violentamente mergulhado numa banheira com água fervendo utilizada para fisioterapia dos pacientes, isso após o assassino ter matado seu namorado momentos antes.
Após muita correria, perseguições, disparos de revólver, cortes brutais com faca, muito sangue e mortes violentas, finalmente Michael Myers se confronta num momento de extrema tensão com Laurie e o Dr. Loomis, numa sequência literalmente explosiva, fechando a história de forma satisfatória, e que deveria e poderia ser definitiva se os produtores não continuassem a saga do psicopata mascarado com vários outros filmes seguintes, com roteiros descartáveis e onde predominariam uma infinidade de situações absurdas e desnecessárias.
Halloween II tem bem mais mortes, violência e ação que seu filme anterior, o clássico de 1978 dirigido por John Carpenter, que é mais voltado para um suspense psicológico numa história conduzida num ritmo mais cadenciado. E nessa continuação ficou evidente a invulnerabilidade do maníaco Michael Myers, reforçando sua característica imortal e força descomunal que viriam a ser exaustivamente exploradas nos filmes seguintes, através da sua reação com desprezo aos inúmeros disparos de revólver que liquidariam um ser humano normal facilmente. No filme original essa característica não existia, aproximando o psicopata de um homem de força comum, diferenciado apenas nas atitudes violentas e na sede de vingança e fúria assassina.
A história se passa durante a noite com a escuridão reforçando ainda mais um clima sombrio de morte pairando sobre a pequena cidade de Haddonfield, com um perigoso assassino solto nas ruas e rasgando a carne de suas vítimas. Porém, é inevitável não notar uma falha grotesca no roteiro quanto ao hospital onde foi internada Laurie, e para onde Myers se dirigiu e aumentou significativamente o índice de mortandade local. Numa situação completamente inverossímil, o hospital estava durante todo o tempo escuro e vazio demais, facilitando as ações do psicopata, que aliás não teve que se preocupar nem com a polícia, sempre longe dali.
Uma curiosidade interessante em Halloween II foi a homenagem que John Carpenter e Rick Rosenthal fizeram ao também cineasta George A. Romero, quando o porteiro e guarda do hospital está com a televisão ligada para se distrair em seu turno noturno e justamente está sendo exibido o clássico absoluto do horror A Noite dos Mortos-Vivos (The Night of the Living Dead, 1968), primeiro filme da famosa trilogia de zumbis de Romero. Esse tipo de homenagem já havia sido feita antes no filme original de 1978, quando a babá Laurie está tomando conta de duas crianças, e a televisão exibia cenas de dois grandes clássicos da ficção científica, O Monstro do Ártico (The Thing, 1951), de Howard Hawks, e Planeta Proibido (Forbidden Planet, 1956), de Fred McLeod Wilcox.
O ator inglês Donald Pleasence nasceu em 5 de outubro de 1919, e faleceu em 2 de fevereiro de 1995 na França, participando de aproximadamente 150 filmes de todos os gêneros, na maioria como coadjuvante. Porém, ficou marcado e é muito lembrado por suas participações em filmes de horror como A Carne e o Diabo (1959, ao lado de Peter Cushing), Circo dos Horrores (60), Viagem Fantástica (66), THX 1138 (71), Estranhas Mutações (73), Drácula (79), Fuga de New York (81), Drácula em Veneza (86), Príncipe das Sombras (87) e Enterrado Vivo (89), entre outros. A atriz americana Jamie Lee Curtis nasceu em 22 de novembro de 1958, sendo filha de artistas, o casal de atores Tony Curtis e Janet Leigh (atriz da famosa cena do chuveiro no clássico Psicose, 1960). Sua participação em filmes de horror e ficção científica é pequena mas ela sempre é lembrada principalmente por sua atuação nos dois primeiros filmes da série Halloween e mais recentemente por voltar em Halloween H20 (1998) e Halloween: Ressurreição (2002). Em sua filmografia destacam-se também Fog – A Bruma Assassina (1980), Fuga de New York (1981) e Vírus (1999), no gênero fantástico, e True Lies (1995), um blockbuster de ação onde atuou ao lado de Arnold Schwarzenegger.
Concordo com o autor do texto. Halloween II foi tão bom quanto o primeiro e que deveria fechar a saga definitivamente. Foi o primeiro da saga que vi no SBT em 1987, me marcou muito pela trilha sonora, pela máscara e pela imortalidade do Michael. Os demais infelizmente são muito ruins e os novos do Robie Zombie nem se fala de tão chatos. Michael assim como o doutor Loomis deveriam ter morrido no final mesmo. Seria muito interessante que alguma produtora lançasse em blu-ray como um único filme o original e essa sequencia em um disco só sem interrupção (um filme de 3hs). Discordo sobre a imortalidade do Michael que foi explorada já no primeiro filme principalmente na cena final.
nem todos sao ruins nao halloween h20 e otimo tambem
Uma edição de colecionador em blu-ray seria lindo mesmo. Filmaço, tanto o primeiro como a sequência. Você destacou a trilha sonora, eu acho ela fantástica. Aliás uma das grandes marcas dos filmes do Carpenter é a trilha sonora, ainda mais no horror.
achei melhor que o primeiro filme ,este filme ” HALLOWEEN II – O DIA DAS BRUXAS ” ( Este é o titulo em que ele foi exibido na TV ) passou na primeira vez no Brasil na Semana 4 em 21/04/1987 terça – feira na TVS -SBT ,sua ultima exibição foi em um Corujão da REDE GLOBO em 1999, depois ele nunca mais passou na TV Aberta.
ótima memória. Também vi em 1987 no SBT e o subtítulo era O dia das Bruxas.
Ótimo filme!
Em mil novecentos e setenta e oito, JOHN CARPENTER e DEBRA HILL criaram um monstro! Eles elaboraram o sombrio e barato HALLOWEEN, um autêntico monstro mercadológico que arrasou as bilheterias de cinema de uma América do Norte desavisada. Sobrou grana e credibilidade para JOHN CARPENTER aceitar IN LOCO o desafio de ser um produtor, e ceder a função de diretor para um então novato promissor, que havia dirigido um curta-metragem que o havia divertido, algo chamado THE TOYSTER. Sim, aquela figura bonachona que dirigiria o infantil RUSSKIES (1987), o renegado telefilme Os Pássaros 2 (1994) e o seguimento inicial de HALLOWEEN: RESSURREIÇÃO (em 2002, o restante com MICHAEL MYERS servindo de escada para o BHUSTA RHIMES é melhor esquecer), antes de encontrar seu aconchego nos mais variados seriados da televisão norte-americana.
Então, a falta de experiência do novato enxertou a maior barriga na metade da trama, e o resultado ficou aquém do esperado, como qualquer uma daquelas imitações do JOHN CARPENTER’S HALLOWEEN lançadas a torto e a direito no período. Em meio a isso, o sobrecarregado JOHN CARPENTER corrigiu alguns
tempos mortos com cenas adicionais. E junto com ALAN HOWARTH e seus atmosféricos teclados eletrônicos, montou um método apelidado por eles de “livro de colorir sonoro”: compuseram os acordes da trilha sonora enquanto assistiam as cenas prontas, o que ajudou a revigorar os já marcantes temas musicais reaproveitados do filme original de 1978. O carro derrapou abrupto, mas não chegou a capotar, apesar daquele “maldito boneco molengo” sismar em envergar segundos depois de ser imprensado contra um furgão caprichosamente parado.
Halloween é a minha serie favorita, a qual nutro uma gigantesca admiração desde os 6, 7 anos de idade, desde quando vi o 5º episodio no cine trash na band. Enfim, como é que um imbecil que se diz fã do filme me escreve que a invunerabilidade do Michael foi colocada nos filmes posteriores? Idiota, a Laurie deu uma facada no pescoço dele na cena da sala dos Doyle, enfiou um arame no olho dele na cena do armário e o Dr Loomis deu 6 tiros nele antes de ele despencar do segundo andar da casa e depois sair andando no brilhante final, o que evidencia que essa caracteristica do Michael era ideia original do proprio John Carpenter. Por favor, escreva de um filme que voce ao menos tenha visto…
Falou tudo Jefferson Martins, comentários de quem sabe sobre oque fala. Eu também sou apaixonado pela serie Halloween e acredito que o cara que escreveu essa postagem nem ao menos deve ter assistido o filme em questão.
Phelipe, é complicado p/ nós ler certas besteiras não é? É bom encontrar apaixonados por essa serie (Rob Zombie é um maldito e merece uma morte lenta e sofrivel, hehehehe), no site antigo do Boca tinha muito material sobre ela e infelizmente ainda não passaram p/ cá ou p/ nossa infelicidade acabaram se perdendo, tinha um excelente artigo intitulado “Teoria Halloween” escrito por cinéfilos como nós, fãs de carteirinha….
Nossa, Jefferson, mas que grosseria descabida! Seu comentário perdeu toda a razão. Da próxima vez, que tal discordar deixando os xingamentos de lado? Dá mais credibilidade à sua opinião 😉
Silvana eu até concordo que me excedi no comentário, mas como eu disse, é a minha série favorita, tanto que mesmo sem gostar muito dos episódios posteriores ao 4º, os conheço como a palma da minha mão, o que torna complicado ler besteiras de gente que da a impressão de sequer ter assistido algum deles, e ainda por cima num site tão importante quanto o Boca. Porém, discordo que em virtude do excesso eu tenha perdido a razão, razão se perde quando da falta de argumentos, a não ser que o dialogo seja travado entre crianças que choram com facilidade…
tão bom quanto o primeiro.
SÓ NÃO GOSTEI DO FINAL, DA EXPLOSÃO QUE MATAVA LOOMES E MICHAEL E OS 2 OLHOS FURADOS DE MICHAEL MYARES A BALA , QUE NA PARTE 4 VOLTAVAM INTACTOS E ENXEGANDO É UM MILAGRE E RESSURREIÇÃO ..