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O Abominável Dr. Phibes
Original:The Abominable Dr. Phibes
Ano:1971•País:UK, EUA
Direção:Robert Fuest
Roteiro:James Whiton, William Goldstein
Produção:Louis M. Heyward, Ron Dunas
Elenco:Vincent Price, Joseph Cotten, Peter Jeffrey, Hugh Griffith, Terry-Thomas, Virginia North, Caroline Munro, Aubrey Woods, Susan Travers, David Hutcheson, Edward Burnham, Alex Scott, Peter Gilmore, Sean Bury

Um dos maiores monstros sagrados do cinema de horror, Vincent Price é lembrado por vários de seus personagens ao longo de sua carreira, mas nada tão marcante quanto sua interpretação como o psicopata Dr. Anton Phibes. Assim como imortalizamos ao longo da história o monstro de Frankenstein a Boris Karloff e o Conde Drácula a Bela Lugosi (anos 1930 e 40) e Christopher Lee (décadas de 1950, 60 e 70), ou ainda Freddy Krueger a Robert Englund (anos 1980 e 90 – este, é claro, infinitamente inferior aos mitos anteriores), Price ficou associado ao Dr. Phibes, único personagem em sua carreira a ter uma sequência de filmes.

Dirigido em 1971 por Robert Fuest e com produção inglesa da American International Pictures, O Abominável Dr. Phibes é um típico exemplo do estilo “camp“, com visual e cenários muito coloridos e estética brega, porém um clássico absoluto do humor negro em sua essência.

O Dr. Phibes, deformado em um acidente e dado como morto, planeja uma maquiavélica vingança contra a equipe de cirurgiões que ele acusa de terem falhado em salvar a sua esposa Victoria, na mesa de operações. Auxiliado por uma bela, misteriosa e silenciosa jovem, Vulnavia (Virginia North), ele executa todos com muita arte e engenhosidade, inspirando-se nas históricas dez pragas de Deus contra um faraó egípcio. Os assassinatos calculados despertaram a atenção da polícia que em vão fica em seu encalço tentando impedi-lo.

Desfigurado pelo acidente, Dr. Phibes transformou-se numa criatura hedionda que utilizava uma máscara com suas antigas feições e falava através de um gramofone plugado a sua garganta que alterava seu tom de voz para algo bem gutural. E é através desse orifício que ele também ingeria seus alimentos.

O Abominável Dr Phibes (1971) (3)

Apesar dos brutais e inventivos assassinatos, Dr. Phibes mantinha uma atmosfera romântica em torno de sua vingança, onde possuía até uma orquestra de bonecos mecânicos em seu esconderijo, que tocavam para ele e sua assistente dançarem comemorando cada crime cometido. Além disso, ele mantinha também um órgão no estilo O Fantasma da Ópera, onde tocava suas melodias fúnebres, enquanto derretia a face de bonecos de cera com fogo após o sucesso de mais assassinatos.

Após dizimar com maestria a equipe de médicos incompetentes, Dr. Phibes voltou em 1972 na sequência A Câmara de Horrores do Abominável Dr. Phibes com mesma direção e produção do filme original. Agora ele parte para o Egito buscando um rio perdido e oculto nas pirâmides (O Rio da Vida) onde supostamente se alcançava a imortalidade. Leva então consigo sua esposa Victoria embalsamada, na esperança de ressuscitá-la e obter a vida eterna para os dois. Em seu rastro seguem também um grupo de arqueólogos com o mesmo objetivo, obrigando Dr. Phibes a liquidá-los.

A sequência de assassinatos artísticos continua com a mesma intensidade, talvez um pouco mais gratuitos agora, porém cada vez mais engenhosos e divertidos, o que inspirou outro filme de Vincent Price no ano seguinte, As Sete Máscaras da Morte (Theatre of Blood), onde interpretou um ator shakespereano que simula suicídio e se vinga ferozmente de seus críticos, inspirando-se em textos de Shakespeare.

O Dr. Phibes foi um típico “serial killer” do cinema, porém ele chacinava suas vítimas com classe e genialidade, arquitetando cuidadosamente seus métodos e maneiras de matar, como um verdadeiro cavalheiro, combinando com a personalidade aristocrática de Vincent Price. Bem diferente das dezenas de filmes posteriores onde os assassinos em série como os psicopatas famosos, porém pouco inteligentes, Jason Voorhees (Sexta-Feira 13) e Michael Myers (Halloween), interpretados por atores inexpressivos, sempre mancharam as telas de sangue ao exagero e com pouca inventividade em seus crimes, variando apenas no uso das armas (de machados à serras elétricas) ou nos métodos brutais (mutilações diversas).

Mas o horror é fascinante por tudo isso, por abranger um infindável universo onde há espaço para todas as manifestações e estilos e onde tudo tem características próprias e sua importância na consolidação do gênero como arte de entretenimento.

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7 Comentários

  1. Clássico de horror sem dúvidas! Cinema e inocência que não voltaram jamais!

  2. Sério eu, na minha opinião, acho que o dr Phibes seja o melhor vilão que eu já vi. Embora seus filmes não sejam os melhores do gênero.

  3. Assisti os dois filmes do Dr. Phibes quando era garoto com a minha mãe só que nas cenas em que ela considerava forte mandava eu fechar os olhos (o que era pior, pois imagina a cena ainda mais sangrenta). filmaço.

    1. Simplesmente um dos melhores filmes de horror com um dos maiores atores do gênero. O pai dos Jogos Mortais, porém com a classe e beleza que Saw nunca terá.

      1. não meu amigo, Jogos mortais tem seu estilo próprio embora seja como você falou, filho do dr phibes. Mas enfim analisando à seco os 2 filmes são tão bons quanto. Porém os do dr Phibes não tem suspense coisa que jogos mortais tem e bastante

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