Mother - A Busca pela Verdade
Original:Madeo / Mother
Ano:2009•País:Coreia do Sul Direção:Joon-ho Bong Roteiro:Joon-ho Bong, Eun-kyo Park Produção:Yang-kwon Moon, Tae-joon Park, Woo-sik Seo Elenco:Hye-ja Kim, Bin Won, Ku Jin, Je-mun Yun, Mi-sun Jun, Sae-Byeok Song, Byoung-Soon Kim, Woo-hee Chun, Gin-goo Kim |
“Amor Só de Mãe”, já dizia a música de Vicente Celestino, livremente adaptada pelo cinema pelo brasileiro Dennison Ramalho. A relação entre mãe e filho já foi explorada de diversas maneiras no cinema de suspense/terror – seja na loucura de Norman Bates em Psicose, ou na devoção de Lionel por sua mãe zumbi em Fome Animal. A verdade é que sabemos que relação de amor, por mais obsessiva que seja, funciona quase que como um instinto animal. Até onde uma mãe iria para proteger seu filho? Joon-ho Bong, o coreano que nos presenteou com o filme-monstro O Hospedeiro e o sensacional Memórias de um Assassino, traz em Mother uma história mais próxima da realidade do que os filmes citados acima, porém tão impressionante quanto.
Don-joon (Bin Won), apesar de adulto, tem problemas mentais e se comporta como uma criança na maioria do tempo – razão da vida de sua Mãe (Hye-ja Kim), uma mulher solteira e solitária que faria tudo pelo filho. Don-joon está sempre metido em confusões, na companhia do amigo vândalo Jin-Tae. Um dia, uma jovem é encontrada morta e Don-joon é acusado pelo assassinato. Diante da canastrice de um advogado ineficiente e uma polícia apática, a Mãe parte em uma investigação para provar a inocência do filho.
Uma fotografia fria, com tons azuis e cinzas, reflete a figura triste da Mãe, lembrando muito Memórias de um Assassino. As semelhanças não param por aí: além da polícia perdida e apática em meio a situação de investigação, aqui o acusado é novamente um doente mental. O grande trunfo do roteiro de Mother está na sua construção, sem grandes reviravoltas ou clichês do gênero – as coisas são como são e, a maneira como acontecem, chocam mais do que uma reviravolta mirabolante. No elenco o destaque fica a cargo de Kim Hye-ja, uma atriz monstruosa que retrata toda a angústia de lidar com a certeza da inocência de seu filho, e ir contra tudo e todos para prová-la. Curiosamente, seu nome não revelado durante a trama, sendo identificada apenas como Mãe, embora não precise mais do que isso. A direção de Joon-ho Bong é segura como sempre. Ele é um dos grandes diretores coreanos ao lado de Park Chan-wook (Oldboy) e Kim Ji-woon (I Saw The Devil).
Um misto de drama e suspense, em que nos afeiçoamos aos personagens e entendemos a devoção dessa Mãe, com sua dança inicial, em meio a um semblante triste, retratando tudo o que está por vir. É louvável refletir sobre essa devoção, pois entendemos as suas ações, mesmo que deturpadas, desde que o sacrifício valha a pena, afinal, Amor só de Mãe.
Excelente filme como a maioria dos filmes coreanos. Intenso, triste, mas, ao mesmo tempo, de uma beleza impar.
Ótimo texto!
Como assim o “amor só de mãe” o pai não conta não é?